BRASIL: RJ: DUQUE DE CAXIAS:
Igreja de Nossa Senhora do Pilar -
Igreja de Nossa Senhora do Pilar -
Church of Our Lady of Pilar
1 – Localização:
Município de Duque de Caxias, 2º. Distrito, Pilar, Avenida Governador Leonel de Moura Brizola s/n (-22°42'18.20"S,
-43°17'43.15"W)
2 –
História:
Domingos Nunes Sardinha e sua mulher Maria da Cunha
(descendentes de Gaspar Sardinha, do um dos primeiros sesmeiros no vale do rio
Iguaçu, que ocupou, a partir de 1571, vasta área de terra naquela região)
doaram 500 braças (550m) de terra em quadra próximo ao Jaguaré para construção
de uma ermida sob a invocação de Nossa Senhora das Neves. Esta foi ereta
aproximadamente em 1612 no alto do
morro das Neves, na fazenda do Cangulo, em
um local não muito distante da atual matriz, que, posteriormente, foi
transformada em capela curada, sob orientação do prelado Mateus da Costa Aborim,
por escritura de nove de junho de 1612.
“É uma das mais antigas deste Recôncavo, a Freguesia de Nossa Senhora do
Pilar: porque existindo muito antes do ano [1.696] uma Capela em lugar pouco distante da presente Igreja
Matriz, que, em razão da grande necessidade, se achava com a predicamento, e Autoridade
de Curada [...]”
(Araújo, 1794)
“Existindo o Prelado
Aborim [1606-1629]
teve origem a Freguezia, dedicada à N.
Senhora do Pilar, em Iguaçu, districto do Recôncavo da Cidade ,
estabelecendo-se o Curato na Capella da invocação de N. Senhora das Neves ,
sita no mesmo território. Além da Escritura de 9 de Junho de 1612 porque
Domingos Nunes Sardinha , e sua mulher Maria da Cunha , doaram quinhentas
braças de terra em quadro à essa Ermida , collocada em lugar próximo ao Rio
Jaguaré, nenhum documento apparece , que firme , sem duvida, a época do seu
principio. [...] O Doutor Araújo na
Informação da sua Visita 1.ª do Bispado em 1737, relatou esse facto pelo modo
seguinte = [...] e servia de Capella
Curada a de N. Senhora das Neves, aonde se faziam os Sacramentos , e as
funçoens parochiaes [...]” (Araújo,
1820, vol. 3, pg. 122-123)
“Combinando a
noticia sobredita com a doação referida de Sardinha, e sua mulher, certifica-se
a criação do Curato na Capella das Neves pelos annos , mais, ou pouco menos de
1612 [...]” (Araújo, 1820, vol. 3, pg.
123-124)
A criação do primeiro
templo dedicado à Nossa Senhora do Pilar, em local próximo à atual igreja, às
margens do rio Morabahy (antiga denominação do rio Pilar), ocorreu antes de
1696.
“O Doutor Araújo na
Informação da sua Visita 1.ª do Bispado em 1737, relatou esse facto pelo modo
seguinte [...] e haverá quarenta
para cincoenta annos que se fundou uma Capella com o titulo do Pilar, pouco
distante da Matriz nova, que hoje se acha [...] Combinando a noticia sobredita com a doação referida de Sardinha, e sua
mulher, certifica-se [...] a fundação do 1.° Templo dedicado à N. Senhora do Pilar, ou antes de
1696 , ou n'essa mesma éra , em que Manoel Pires , e sua mulher Catharina de
Senne , tendo permittido o terreno, reduziram a doaçaõ à Escritura publica em
dias do mez de Agosto : e construido o edificio em termos de servir de Parochia
, principiou a ter uso , depois de benzido pelo Provisor Thomé de Freitas da
Fonceca no dia 3 do mez dito , e anno de 1697.” (Araújo, 1820, vol. 3, pg.
123-124)
Em 1696, foi criada a freguesia de Nossa Senhora do Pilar pelo bispo do Rio de Janeiro,
Dom José de Barros Alarcão, sendo transferida a matriz da capela de Nossa
Senhora das Neves para a nova igreja sob a invocação de Nossa Senhora do
Pilar.
“[...] a
requerimento do Povo, e em virtude da informação que sobre ele deu o R.
Governador do Bispado, Dr. João Pimenta de Carvalho, por ausência do Ilmo. Sr.
Bispado D. José de Barros de Alarcão [1680-1700] [...] foi criada em Freguesia a dita Capela Curada de N.
Sra. do Pilar, no Distrito de Iguassú, ou Guassú (Guaguassú), Morobahy, e Iaguaré, pelo mesmo Governador dito do Bispado,
em resulta do Alvará de 18/1/1.696; e a ela se deu Côngrua, [...], proveu-se por Encomendada, [...] em conseqüência do que, foi Colada esta Igreja no ano
de [1.698], sendo Rei o Sr. D. Pedro II, e Ilmo.
Diocesano o Sr. D. José de Barros de Alarcão.” (Araújo, 1794)
“Esta
Freguezia foi criada a muito mais de cem annos
... O Doutor Araújo na Informação da sua Visita 1.ª do Bispado em 1737, relatou
esse facto pelo modo seguinte [...]; Esta Freguezia foi criada a muito
mais de cem annos [...]” (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 123)
“[...] e; para ella [a Capela de Nossa Senhora do
Pilar] veio o Reverendo Capellaõ Curado o
Padre Joaquim Moreira exercer as funçoens de Parocho , passando para ella o
titulo de Parochia , que até entaõ estava na dita Capella das Neves.” (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 123)
“Entrou esta
Igreja Matriz na classe das Colladas por Alvará de 18 de Janeiro de I696 [...]” (Araújo, 1820, vol. 2, pg. 126).
Logo após a bendição
verificaram-se as primeiras ruínas na nova matriz. Manuel Pires e sua mulher
Catherina de Sene doaram um terreno nas cercanias do rio Pilar em agosto de 1707
para a construção de nova igreja.
“Levantado o Templo
com materiaes pouco duráveis, naõ tardou, que as paredes externas precisassem
de reparo ; [...]” (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 125)
Em 1715 os fiéis começaram
a erguer em um local próximo da igreja anterior, uma nova igreja com paredes de
pedra e cal e concorreram para a obra com esmolas. A escassez de recursos,
porém, não foi suficiente para a conclusão da construção e, atendendo a um
pedido do vigário João Alves de Barros, o governador do Rio de Janeiro em 1717 determinou,
que a fazenda real destinasse um pagamento de 400$000 durante quatro anos. Em
1727, para terminar o corpo da obra, ordenou a Coroa real, então, a aplicação
durante mais quatro anos, da quantia de 250$000.
“Sobindo pelo Rio
Guaguasù [Iguaçu]
assima, na barra de hum braço delle, cujo
sitio se chama Morobahy, & sahindo fora se vè o Santuario, & a Casa de
nossa Senhora do Pilar, he esta Casa Paroquia, & Vigayraria paga por El Rey,
[...]” (Santa Maria, 1722, Tomo X,
Livro III, Título L, pg. 205)
“Pela danificação, em que talvez se achava a 1ª Igreja, ou pelo outro da
sua extensão foi mudada para o lugar, em que hoje existe, no ano de 1.715,
á Expensas do Povo dela, cooperando somente a Real Fazenda para a construção da
Capela Maior. Para sua fundação concorreram os bem-feitores Manoel Pires, e sua
mulher Catherina de Sene, doando-lhe em
agosto de 1.697, o necessário terreno para a mesma Igreja, seu Adro, ou
Cemiterio que em torno dele se divide com as terras doadas pelos mesmos em
1.702, a Irmandade de N. Sra. do Pilar, fazendo a divisa um baixo muro e
Passais para o Vigário: com a condição de se lhes conceder como lhe concedeu o
Revmo. Provisor e Governador dito e a seus descendentes uma Sepultura na Capela
Mór da mesma Igreja [...] e por esse
mesmo documento se faz certo, que os 3 dd. de agosto do referido ano de 1.697,
pelo dito Provisor fôra benzida a Igreja ou as terras doadas para ela.” (Araújo, 1794)
“Só consta que S. Magd contribuisse, como disse á princípio, para a
fatura da Capela Maior com alguma porção de
dinheiro; e nenhuma outra despesa há feito mais, á exceção da quantia de 200 reis, para a Côngrua do Pároco; 25$Rs, para
seu Coadjuctor; 23$920Rs, para o Guizamento; e 32$Rs, para canôas ao
Pároco: o que tudo é satisfeito pela S.
Real Fazenda.” (Araújo, 1794)
“[...] e premeditando o Povo
construir nova Igreja , fabricada com paredes de pedra e cal , nas margens do
Rio Pilar , concorreu para a obra com as suas esmolas , e o Pároco ajudou a
despeza , contribuindo com a sua Côngrua : mas , naõ podendo progressar o trabalho
pela falta de mais avultado auxilio, por Ord. de 26 de Janeiro de 1717
contribuiu a Fazenda Real com a quantia de 400 réis , em effeitos , por cada um
de quatro annos successivos , para se fazer a Capella mor ; e requerendo o
Pároco Padre Joaõ Alvares de Barros a proteção de ElRei , para se ultimar a
obra do corpo da igreja , foi Mandado , que dos efeitos mais promptos que
houvessem da Fazenda Real , se dessem 250 réis por anno , pelo tempo de quatro,
mostrando-se , que com effeito se achava acabada a Capella mór, e Sacristia, e
posta em sua ultima perfeição [...]” (Araújo, 1820, vol. 2, pg.
125-126)
“Em três do
mez de Agosto de mil seiscentos noventa e sete benzeo o Reverendo Provisor esta
Freguezia de N. Senhora do Pilar , destrito do guaguasú [Iguaçú], morabahy , e jaguaré , e pelas terras , em
que está sita a dita Freguezia ser o dono dellas Manoel Pires, e o dito doou as
ditas terras para Igreja , e Adro , e passaes para o Vigário , o fez o
Reverendo Provisor padroeiro da dita Igreja, e lhe consinou que fosse sua , e
para seus erdeiros , ou para quem elle quizesse, uma Sepultura na Capella Mór
desta Igreja [...]” (Araújo, 1820, vol. 2, pg. 124-125)
“[...] se acha a Escritura , por que
Pires, e sua mulher, doando as terras para se edificar a Igreja Matriz com
sufficiente adro , também separaram uma porção d'ellas para Casas de vivenda do
Pároco. Attendendo o Provisor Fonceca à taõ pia a doação , declarou os doadores
por Padroeiros da Igreja , consignando-lhes uma sepultura na Capella mór , onde
podessem seus legititnos descendentes ser enterradas, como em lugar mais
privilegiado [...] No 1.ª de Julho de
1704 doaram os mesmos padroeiros setenta e cinco braças de terras de testada ,
com trinta de sertão, (reservando 8 ½ braças no porto) , para Passaes dos
Párocos , a quem ficou a pensaõ annual de uma Missa por suas tençoens, como
consta dos documentos lançados no Liv. de Reg. de 1751 à 1754 [...] porém he a desgraça tal , que
nenhum dos terrenos declarados desfruta o Pároco , por injustamente occupa-los
a Irmandade da Senhora do Pilar, aquém he violenta a restituição pacifica do
alheio.” (Araújo, 1820, vol. 2, pg.
124-125)
A igreja era de pedra e
tinha um cemitério anexo. O material de sua construção, incluindo os tijolos,
veio do Mosteiro de São Bento da
cidade do Rio de Janeiro. A
edificação da igreja tinha também a função de posto de observação para alertar
sobre ataques de piratas e corsários holandeses e franceses ao porto do Pilar do Iguaçu. Observava-se, na sua
fachada, uma pequena claraboia de vidro que servia para tal objetivo.
Ela situava-se no caminho do rio de Janeiro para as Minas Gerais, o que tornava
a Freguesia rica.
“[...] he o porto aonde desembarcão os que da Cidade do Rio de Janeyro vão
direytos ás Minas Geraes do ouro, & aonde os mineyros embarcão para a mesma
Cidade, quando se recolhem delas. Este he o lugar aonde principalmente começão
a caminhar, ainda que algumas vezes passão em canoas as cargas, daqui para
outro porto mais assima, aonde não podem chegar as lanchas. [...] He esta Vigayraria rendosa, & os
Vigarios por vividouros a fazem mais pingue, mas não sey se estas suas
riquezas, que aqui adquirem, se lhe levarão em conta, ou se lhas tomarão lá no
mayor Tribunal, por furtadas aos direytos” (Santa Maria, 1722, Tomo X, Livro III, Título L, pg. 205-206)
A igreja era grande.
“A situação, em que se fundou esta
Matriz, é muito pouco agradável, por ser plano o seu
terreno, de muita escassa extensão, ficando-lhe da parte do NE. um morro cujas falhas
fazem o plano dito , e da parte do S. ou SW., o Rio, por onde se faz toda a
condução dos efeitos daquele territorio, e em distância de 10 braças [11m], pouco mais
ou menos. Ao rumo do NW. está fronteira a Igreja: o material de suas paredes é
pedra: mais o Arco Cruzeiro, desde muito
antes do ano de 1.786, vê-se necessitar de conserto; porque em Visita
deste ano se recomendou o seu reparo, posto que sem efeito até o presente
tempo. Tem de comprimento, da porta principal até o Arco Cruzeiro, 84. ½ palmos [18,5m]; e de largura, 42.
½ [9,5m]: do Arco até o fundo da Capela Maior, 54 palmos [12m] de comprimento, e 34 [7,5m] de largura. A Sacristia é feita de pouco
anos, e ainda se conserva sem soalho, ou
ladrilho, e por paramentar-se.” (Araújo, 1794)
“Concluido o
edifício com o comprimento de 81 ½ palmos [18m],
desde a porta principal até o arco cruzeiro, e largura de 41 ½, [9,m] d’alli , ao fundo da Capella mór, com 54 [12m]
palmos de comprido, e 34 [7,5m] de largo, accomodou nesse espaço cinco
altares, e no maior d’elles se collocou o Sacrário , onde he perpetuamente
adorado o Santíssimo Sacramento.”
(Araújo, 1820, vol. 2, pg. 126)
A igreja possuía 5 altares.
“A Senhora está colocada no Altar mòr sobre
sua coluna, ou Pilar, he de escultura de madeyra, a sua altura será de dous
palmos 7 meyo, & a mesma altura tem o pilar, & tem ao Menino Deos sobre
o braço esquerdo.” (Santa Maria, 1722, Tomo X, Livro III, Título L, pg. 206)
“Altares tem 5 com o Maior. Neste está
colocada a Imagem de N. Sra. do Pilar Padroeira,
e o Sacrario, da parte do Evangelho [esquerda] -
1º de N. Sra. do Rosario; 2º de N. Sra. da Conceição: da
parte da Épistola [direita], 1º de S. Miguel; 2º de S. Ana; todos eles
de madeira talhada e doirada, menos o de S. Miguel, que ainda se
conserva por doirar; e de gosto antigo, á
exceção do da Conceição. O asseio em quase todos, é muito pouco, por corresponderem ao zêlo de quem os tem á seu
cargo.” (Araújo,
1794)
Os seus paramentos eram mal conservados e a pia
batismal era de madeira.
“O Sacrario
conserva-se com sofrível asseio: o Relicário achei quebrado no seu eixo; e
nesse estado se fazia uso dele. A Pia Batismal, que é de madeira, conservava-se
necessitada de obra, por se achar despegada
a bacia, do seu pé. As Ambulas dos Santos Oleos que são de prata as que
se conservam na casa do Batistério e pequenas, ví-as com asseio naquela ocasião.” (Araújo, 1794)
Possuía 4 irmandades.
“Irmandades
tem 4: 1ª - do SSmo. ereta por Autoridade do Revmo. Vigário Cap. Dr. Henrique Moreira de Carvalho, em Provisão de
9/9/1745. 2ª - Da Senhora do Pilar,
ereta por Autoridade do Ilmo. Sr. Bispo D. Fr. Antonio de Guadalupe, em Provisão de 5/11/1.735. 3ª - Da Senhora do Rosario, ereta por Autoridade
do mesmo Senhor em Provisão d e 1 3
/ 1 2 / 1 .7 2 9 . 4ª - De S. Miguel
e Almas, ereta por Autoridade do mesmo Senhor em Provisão d e 1 3 / 1 2 / 1 .7 2 9 . Além das referidas, a mais a Confraria de S.
Benedicto, ereta, e anexada a Irmandade
de N. Sra. do Rosário, por Despacho do Ilmo. Sr. Bispo D. Fr. João da Cruz, d e 1 6 / 1 0 / 1 .7 4 3 . Todas elas
subsistem deterioradas; e por isso, muito pouco zelam os asseio dos Altares de seus Oragos, conservando-os com
toalhas muito velhas, e Sacras indecentes; ainda que me informe o R. Pároco, que na satisfação Pio, e culto de seus
Oragos cumprem o recomendado pelos
seus Compromissos.” (Araújo, 1794)
“Bens patrimoniais não conta. Só a Irmandade do Pilar possue 75 braças [82,5m] de terras em testada, e 300 [330m] de sertão dentro das quais
entra o terreno da Igreja, e o Cemiterio que
lhe foram doadas por Manoel Pires e sua mulher Caterina de Sene, no ano de
1.702. Não tem os Párocos, casa própria de residência: e até passaes,
que lhes foram doados como consta do
documento a princípio apontado se acham os Párocos privados [...]” (Araújo, 1794)
Entre
os adornos, móveis e imagens da igreja havia:
“Pratas: 1 Píxide. 1 Relicario. 2 Cálices com seus pertences. 3
Ambulas dos Santos Oleos. 1 Resplendor de S. Ana. 1 Coroa da mesma Senhora. 1 Dita da Senhora da Conceição cravada de pedras. 1 Diadema do Santo Crucifixo. 2 Chaves do
Sacrario. Imagens: 2 do Santo Crucifixo. 1 do Senhor
dos Passos. 1 de São Francisco. 1 de São João. 1 da Senhora da Conceição. 1 do
Espírito Santo. 1 de S. Ana. 1 de S. Joakim. 1 de São José. 1 do Menino Deus. Moveis: 1 Planeta de damasco branco, com
seus pertences. 1 Dita de branco e encarnado, já velha - o mesmo. 1 Dita de xamalote verde - o mesmo. 1 Dita, dita,
verde e roxa - o mesmo. 1 Dita de damasco vermelho - o
mesmo. 1 Planeta de damasco roxo - o mesmo. 1 Dita de
xamalote roxo, já velha, o mesmo. [...] 1 Armario de caixeta. 1 Arcaz. 4 Toxeiros. 2 Confessionarios. 2 Moxos com pés torneados. 2 Bancos.” (Araújo, 1794)
Assim esta paróquia se limitava com as outras:
Divide-se
esta Paroquia pelo N. com a de N. Sra. da Conceição do Alferes [Paty de Alferes],
na distância de 4 leguas [26,5km]:
pelo S, na distância ½ legua [3,3km] ou
pouco mais, até o Rio Iguassú, por onde se terminam as terras do Mosteiro de S. Bento, e pelo Poente, até
o mesmo Rio, com a de Santo Antonio de
Jacutinga [Nova Iguaçu]: pelo Nascente, até o Rio Sarocoruna, na
distância de 3 leguas [20km] pouco mais, ou menos, com a
de N. Sra. da Piedade de Imerim [Magé]:
e ultimamente com a de N. Sra.
da Piedade de Iguassú [Nova Iguaçu] no rumo do Poente, pelo dito Rio Iguassú, em distância de pouco mais de 1. ¼ de légua
8km]. A requerimento do então vigário desta Freguesia R. Francisco Xavier
Tavares de Moraes, foi dividida a mesma Freguesia com a de Imerim pelo Rio
Sarocuruna, e com a da Piedade de Iguassú pelo Rio Iguassú [...].” (Araújo,
1794)
“Na distancia de quatro legoas , ao Norte , se encontra cora a Freguezia
de N. Senhora da Conceição do Alferes ; na de três , ao Nascente , com a de N.
Senhora da Piedade de Anhummirim , pelo Rio Saracuruna , [...] Da Freguezia de N. Senhora da Piedade de Iguaçu se divide , ao Sul ,
pelo Rio Iguaçu , distante meia legoa com pouca differença , por onde corre o
rumo das terras dos Padres Benedictinos ; e finalmente com a mesma Freguezia de
Iguaçu, longe mais de uma legoa pelo Rio sobredito de Iguaçu, e com a Freguezia
de Santo António de Jacutinga, faz termo ao Poente, comprehendendo em sua circunferência
mais de quatro mil almas sugeitas à Sacramentos , e quinhentos e sessenta fogos.”
(Araújo, 1820, vol. 2, pg. 127-128)
Possuía as seguintes capelas filiais:
1ª - De N. Sra. do Rosario, na Fazenda deste nome, e próxima ao Rio
Saracuruna [Taquara,
Duque de Caxias], [...] Dista da Matriz 2. ¾ de léguas [18km]. 2ª - De Nossa Sra. das Neves / de quem
toma o nome o mesmo bairro, em que ela existe/. [...] Dista muito mais de 1 legua. [6,6km] 3ª - De Santa Rita, no lugar da Posse, ou do Coito. [...] ficando distante dela 2. ½ ou 3 leguas [16-20km]
[...] Além das referidas Capelas,
houveram a que foi fundada na Fazenda de Inácio dos Santos, arruinada a mais de
30 anos; e a que foi do R. Tadeo Luiz de Carvalho, e hoje de Manoel Dias
d´Azevedo, sem uso por muito anos, por decadente.” (Araújo, 1794)
“Tem por Filiaes as Capellas 1.a de N. Senhora das Neves, [...] 2.a de N. Senhora do Rosário [...] 3.a de Santa Rita de Cássia, [...]” (Araújo, 1820, vol. 2, pg. 128)
Atualmente a igreja
está bastante deteriorada, mas em reforma. A igreja é dependente da Diocese de
Caxias e Nossa Senhora do Pilar é comemorada a 12 de outubro.
3 –
Descrição:
A igreja apresenta uma
orientação geral quase leste-oeste e frente virada para oeste, com maior
comprimento no sentido ântero-posterior. A igreja apresenta características
semelhantes às igrejas barrocas de Minas
Gerais, principalmente quanto a seus altares, que são entalhados em madeiras e
pintados a ouro. Segundo Monsenhor Pizarro (1794), media 18,5m de comprimento
da porta ao arco cruzeiro e 9,5m de largura; do arco cruzeiro até o fundo da
capela maior media 12m de comprimento e 7,5m de largura acomodando nesse espaço
o sacrário. Possuía cinco altares com retábulo de madeira entalhada e
policromada do século XVIII: Nossa Senhora do Pilar (altar-mor), Nossa Senhora
do Rosário (primeiro da esquerda;
atualmente desaparecida), Nossa Senhora da Conceição (segundo
da esquerda), São Miguel Arcanjo (primeiro da direita), Santa
Ana (segundo da direita). As imagens eram em madeira talhada com
filetes de ouro e encontram-se desaparecidas. O telhado é feito em telha
em duas águas. A parede da frente apresenta uma porta no primeiro andar e duas
janelas no segundo, no coro, todas de verga curva; é coroada com um frontão com
volutas, encimado por uma cruz; no meio do frontão há um óculo. A torre sineira
fica na parte direita da fachada anterior e possui, em cada lado, dois sinos de
ferro dos séculos XVIII-XIX; a torre termina em uma cúpula; apresenta um pináculo
em cada canto. A parede direita apresenta uma porta na nave e outra porta na
capela maior, ambas de verga reta, que é mais recuada que a nave. A parede
posterior tem uma porta na altura da sacristia. Há um fragmento de lavabo de
mármore do século XVIII. A parede esquerda possui uma projeção na frente (capela
batismal) e outra atrás (sacristia), havendo na nave uma porta de verga reta. A
sacristia possui duas janelas de verga curva e uma porta de verga curva virada
para a frente.
No interior, logo após
a entrada, do lado esquerdo fica a capela baptismal. No momento a pia
encontra-se na nave; a pia atual não é a original, que é de mármore do século
XIX e se encontra quebrada, aguardando reparo. Após a capela batismal, do lado
esquerdo da nave, há uma porta para o exterior de verga reta e depois os dois
altares laterais em madeira ricamente talhada e dourada: Nossa Senhora do
Rosário e Nossa Senhora da Conceição. Logo acima da porta de entrada fica o
coro. Na parede direita da nave há uma porta para o exterior de verga reta e
depois os dois altares laterais em madeira ricamente talhada e dourada: São
Miguel Arcanjo e Santana Mestra. As imagens dos quatro altares laterais eram de
madeira entalhada e policromada, datadas do século XVIII; encontram-se
desaparecidas. Atualmente os altares encontram-se escorados e o segundo da
esquerda já caiu e foi retirado. Após o arco cruzeiro fica a capela-mor com uma
porta de cada lado. O retábulo do altar-mor é de madeira ricamente talhada e
dourada; outrora no seu interior ficava a imagem de Nossa Senhora do Pilar; no
momento a sua parte inferior está coberta e possui apenas um crucifixo no lugar
da imagem de Nossa Senhora do Pilar. Em ambos os lados da nave há uma pia de
água benta de mármore do século XVIII. Havia outrora, também 13 querubins de
madeira dourada e policromada do século XVIII, de diferentes tamanhos.
4 – Visitação:
Missas às terças,
de 9h às 11h30; quartas, de 18h às 19h; quintas, de 18h às 20h. Tel: 2773-6575
5 – Bibliografia:
- SANTA MARIA, Agostinho de. Santuário Mariano. Tomo X, Lisboa:
Oficina de Antonio Pedrozo Galram, 1722
- ARAÚJO,
José de Souza Azevedo Pizarro e. Visitas Pastorais de Monsenhor Pizarro ao recôncavo do Rio de Janeiro. Arquivo da Cúria e da Mitra do Rio de
Janeiro (ACMRJ), Rio de Janeiro, 1794.
- ARAÚJO,
José de Souza Azevedo Pizarro e. Memórias
Históricas do Rio de Janeiro e das Províncias anexas à Jurisdição do Vice-Rei
do Estado do Brasil, vol. 2. Rio de Janeiro: Impressão Régia, 1820.
- CARVALHO, Guilherme Peres de. Igreja Nossa Senhora do Pilar. in Revista Pilares da História, ano I,
nº1, 2002, pg 11-15.
Church of Our lady
of Pilar: Brazil, State of Rio de Janeiro, city of Duque
de Caxias
The first chapel was built before 1696. In
1696, the parish of Our Lady of Pilar was created. Soon after that, the church
went in ruins. In 1715 began the construction of a new church with walls of
stone and lime, and this is the church that we see now. The church features are
similar to the baroque churches of Minas Gerais, mainly concerning their altars,
which are carved in wood and painted in gold. The images were carved in wood
with gold fillets, but are missing.
Imagem Google Earth |
Imagem Google Earth. Detalhe |
Frente, Joaquim Alberto Vieira, 1930 |
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Frente, detalhe (foto do autor) |
Bairro onde resido, meus parabéns pela reportagem. A melhor e mais completa que já vi até hoje desde que me interesso pelo assunto. Há uma construção às margens do antigo "rio Iguassú" que não pode ser demolida pelo fato de ter sido o local onde os mercadantes recebia os nobres chegando para a comercialização de ouro e muitas outras especiarias
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