sábado, 1 de março de 2014

BRASIL: RJ: DUQUE DE CAXIAS: 
Igreja de Nossa Senhora do Pilar - 
Church of Our Lady of Pilar

1 – Localização:
Município de Duque de Caxias, 2º. Distrito, Pilar, Avenida Governador Leonel de Moura Brizola s/n (-22°42'18.20"S, -43°17'43.15"W)
2 – História:
Domingos Nunes Sardinha e sua mulher Maria da Cunha (descendentes de Gaspar Sardinha, do um dos primeiros sesmeiros no vale do rio Iguaçu, que ocupou, a partir de 1571, vasta área de terra naquela região) doaram 500 braças (550m) de terra em quadra próximo ao Jaguaré para construção de uma ermida sob a invocação de Nossa Senhora das Neves. Esta foi ereta aproximadamente em 1612 no alto do morro das Neves, na fazenda do Cangulo, em um local não muito distante da atual matriz, que, posteriormente, foi transformada em capela curada, sob orientação do prelado Mateus da Costa Aborim, por escritura de nove de junho de 1612.
“É uma das mais antigas deste Recôncavo, a Freguesia de Nossa Senhora do Pilar: porque existindo muito antes do ano [1.696] uma Capela em lugar pouco distante da presente Igreja Matriz, que, em razão da grande necessidade, se achava com a predicamento, e Autoridade de Curada [...](Araújo, 1794)
“Existindo o Prelado Aborim [1606-1629] teve origem a Freguezia, dedicada à N. Senhora do Pilar, em Iguaçu, districto do Recôncavo da Cidade , estabelecendo-se o Curato na Capella da invocação de N. Senhora das Neves , sita no mesmo território. Além da Escritura de 9 de Junho de 1612 porque Domingos Nunes Sardinha , e sua mulher Maria da Cunha , doaram quinhentas braças de terra em quadro à essa Ermida , collocada em lugar próximo ao Rio Jaguaré, nenhum documento apparece , que firme , sem duvida, a época do seu principio. [...] O Doutor Araújo na Informação da sua Visita 1.ª do Bispado em 1737, relatou esse facto pelo modo seguinte = [...] e servia de Capella Curada a de N. Senhora das Neves, aonde se faziam os Sacramentos , e as funçoens parochiaes [...] (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 122-123)
“Combinando a noticia sobredita com a doação referida de Sardinha, e sua mulher, certifica-se a criação do Curato na Capella das Neves pelos annos , mais, ou pouco menos de 1612 [...] (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 123-124)
A criação do primeiro templo dedicado à Nossa Senhora do Pilar, em local próximo à atual igreja, às margens do rio Morabahy (antiga denominação do rio Pilar), ocorreu antes de 1696.
“O Doutor Araújo na Informação da sua Visita 1.ª do Bispado em 1737, relatou esse facto pelo modo seguinte [...] e haverá quarenta para cincoenta annos que se fundou uma Capella com o titulo do Pilar, pouco distante da Matriz nova, que hoje se acha [...] Combinando a noticia sobredita com a doação referida de Sardinha, e sua mulher, certifica-se [...] a fundação do 1.° Templo dedicado à N. Senhora do Pilar, ou antes de 1696 , ou n'essa mesma éra , em que Manoel Pires , e sua mulher Catharina de Senne , tendo permittido o terreno, reduziram a doaçaõ à Escritura publica em dias do mez de Agosto : e construido o edificio em termos de servir de Parochia , principiou a ter uso , depois de benzido pelo Provisor Thomé de Freitas da Fonceca no dia 3 do mez dito , e anno de 1697.” (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 123-124)
Em 1696, foi criada a freguesia de Nossa Senhora do Pilar pelo bispo do Rio de Janeiro, Dom José de Barros Alarcão, sendo transferida a matriz da capela de Nossa Senhora das Neves para a nova igreja sob a invocação de Nossa Senhora do Pilar.
[...] a requerimento do Povo, e em virtude da informação que sobre ele deu o R. Governador do Bispado, Dr. João Pimenta de Carvalho, por ausência do Ilmo. Sr. Bispado D. José de Barros de Alarcão [1680-1700] [...] foi criada em Freguesia a dita Capela Curada de N. Sra. do Pilar, no Distrito de Iguassú, ou Guassú (Guaguassú), Morobahy, e Iaguaré, pelo mesmo Governador dito do Bispado, em resulta do Alvará de 18/1/1.696; e a ela se deu Côngrua, [...], proveu-se por Encomendada, [...] em conseqüência do que, foi Colada esta Igreja no ano de [1.698], sendo Rei o Sr. D. Pedro II, e Ilmo. Diocesano o Sr. D. José de Barros de Alarcão.” (Araújo, 1794)
Esta Freguezia foi criada a muito mais de cem annos ... O Doutor Araújo na Informação da sua Visita 1.ª do Bispado em 1737, relatou esse facto pelo modo seguinte [...]; Esta Freguezia foi criada a muito mais de cem annos [...](Araújo, 1820, vol. 3, pg. 123)
[...] e; para ella [a Capela de Nossa Senhora do Pilar] veio o Reverendo Capellaõ Curado o Padre Joaquim Moreira exercer as funçoens de Parocho , passando para ella o titulo de Parochia , que até entaõ estava na dita Capella das Neves.” (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 123)
“Entrou esta Igreja Matriz na classe das Colladas por Alvará de 18 de Janeiro de I696 [...] (Araújo, 1820, vol. 2, pg. 126).
Logo após a bendição verificaram-se as primeiras ruínas na nova matriz. Manuel Pires e sua mulher Catherina de Sene doaram um terreno nas cercanias do rio Pilar em agosto de 1707 para a construção de nova igreja.
“Levantado o Templo com materiaes pouco duráveis, naõ tardou, que as paredes externas precisassem de reparo ; [...] (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 125)
Em 1715 os fiéis começaram a erguer em um local próximo da igreja anterior, uma nova igreja com paredes de pedra e cal e concorreram para a obra com esmolas. A escassez de recursos, porém, não foi suficiente para a conclusão da construção e, atendendo a um pedido do vigário João Alves de Barros, o governador do Rio de Janeiro em 1717 determinou, que a fazenda real destinasse um pagamento de 400$000 durante quatro anos. Em 1727, para terminar o corpo da obra, ordenou a Coroa real, então, a aplicação durante mais quatro anos, da quantia de 250$000.
“Sobindo pelo Rio Guaguasù [Iguaçu] assima, na barra de hum braço delle, cujo sitio se chama Morobahy, & sahindo fora se vè o Santuario, & a Casa de nossa Senhora do Pilar, he esta Casa Paroquia, & Vigayraria paga por El Rey, [...]” (Santa Maria, 1722, Tomo X, Livro III, Título L, pg. 205)
“Pela danificação, em que talvez se achava a 1ª Igreja, ou pelo outro da sua extensão foi mudada para o lugar, em que hoje existe, no ano de 1.715, á Expensas do Povo dela, cooperando somente a Real Fazenda para a construção da Capela Maior. Para sua fundação concorreram os bem-feitores Manoel Pires, e sua mulher Catherina de Sene, doando-lhe em agosto de 1.697, o necessário terreno para a mesma Igreja, seu Adro, ou Cemiterio que em torno dele se divide com as terras doadas pelos mesmos em 1.702, a Irmandade de N. Sra. do Pilar, fazendo a divisa um baixo muro e Passais para o Vigário: com a condição de se lhes conceder como lhe concedeu o Revmo. Provisor e Governador dito e a seus descendentes uma Sepultura na Capela Mór da mesma Igreja [...] e por esse mesmo documento se faz certo, que os 3 dd. de agosto do referido ano de 1.697, pelo dito Provisor fôra benzida a Igreja ou as terras doadas para ela.” (Araújo, 1794)
“Só consta que S. Magd contribuisse, como disse á princípio, para a fatura da Capela Maior com alguma porção de dinheiro; e nenhuma outra despesa há feito mais, á exceção da quantia de 200 reis, para a Côngrua do Pároco; 25$Rs, para seu Coadjuctor; 23$920Rs, para o Guizamento; e 32$Rs, para canôas ao Pároco: o que tudo é satisfeito pela S. Real Fazenda.” (Araújo, 1794)
[...] e premeditando o Povo construir nova Igreja , fabricada com paredes de pedra e cal , nas margens do Rio Pilar , concorreu para a obra com as suas esmolas , e o Pároco ajudou a despeza , contribuindo com a sua Côngrua : mas , naõ podendo progressar o trabalho pela falta de mais avultado auxilio, por Ord. de 26 de Janeiro de 1717 contribuiu a Fazenda Real com a quantia de 400 réis , em effeitos , por cada um de quatro annos successivos , para se fazer a Capella mor ; e requerendo o Pároco Padre Joaõ Alvares de Barros a proteção de ElRei , para se ultimar a obra do corpo da igreja , foi Mandado , que dos efeitos mais promptos que houvessem da Fazenda Real , se dessem 250 réis por anno , pelo tempo de quatro, mostrando-se , que com effeito se achava acabada a Capella mór, e Sacristia, e posta em sua ultima perfeição [...] (Araújo, 1820, vol. 2, pg. 125-126)
“Em três do mez de Agosto de mil seiscentos noventa e sete benzeo o Reverendo Provisor esta Freguezia de N. Senhora do Pilar , destrito do guaguasú [Iguaçú], morabahy , e jaguaré , e pelas terras , em que está sita a dita Freguezia ser o dono dellas Manoel Pires, e o dito doou as ditas terras para Igreja , e Adro , e passaes para o Vigário , o fez o Reverendo Provisor padroeiro da dita Igreja, e lhe consinou que fosse sua , e para seus erdeiros , ou para quem elle quizesse, uma Sepultura na Capella Mór desta Igreja [...] (Araújo, 1820, vol. 2, pg. 124-125)
[...] se acha a Escritura , por que Pires, e sua mulher, doando as terras para se edificar a Igreja Matriz com sufficiente adro , também separaram uma porção d'ellas para Casas de vivenda do Pároco. Attendendo o Provisor Fonceca à taõ pia a doação , declarou os doadores por Padroeiros da Igreja , consignando-lhes uma sepultura na Capella mór , onde podessem seus legititnos descendentes ser enterradas, como em lugar mais privilegiado [...] No 1.ª de Julho de 1704 doaram os mesmos padroeiros setenta e cinco braças de terras de testada , com trinta de sertão, (reservando 8 ½ braças no porto) , para Passaes dos Párocos , a quem ficou a pensaõ annual de uma Missa por suas tençoens, como consta dos documentos lançados no Liv. de Reg. de 1751 à 1754 [...] porém he a desgraça tal , que nenhum dos terrenos declarados desfruta o Pároco , por injustamente occupa-los a Irmandade da Senhora do Pilar, aquém he violenta a restituição pacifica do alheio.” (Araújo, 1820, vol. 2, pg. 124-125)
A igreja era de pedra e tinha um cemitério anexo. O material de sua construção, incluindo os tijolos, veio do Mosteiro de São Bento da cidade do Rio de Janeiro. A edificação da igreja tinha também a função de posto de observação para alertar sobre ataques de piratas e corsários holandeses e franceses ao porto do Pilar do Iguaçu. Observava-se, na sua fachada, uma pequena claraboia de vidro que servia para tal objetivo. Ela situava-se no caminho do rio de Janeiro para as Minas Gerais, o que tornava a Freguesia rica.
[...] he o porto aonde desembarcão os que da Cidade do Rio de Janeyro vão direytos ás Minas Geraes do ouro, & aonde os mineyros embarcão para a mesma Cidade, quando se recolhem delas. Este he o lugar aonde principalmente começão a caminhar, ainda que algumas vezes passão em canoas as cargas, daqui para outro porto mais assima, aonde não podem chegar as lanchas. [...] He esta Vigayraria rendosa, & os Vigarios por vividouros a fazem mais pingue, mas não sey se estas suas riquezas, que aqui adquirem, se lhe levarão em conta, ou se lhas tomarão lá no mayor Tribunal, por furtadas aos direytos” (Santa Maria, 1722, Tomo X, Livro III, Título L, pg. 205-206)
A igreja era grande.
A situação, em que se fundou esta Matriz, é muito pouco agradável, por ser plano o seu terreno, de muita escassa extensão, ficando-lhe da parte do NE. um morro cujas falhas fazem o plano dito , e da parte do S. ou SW., o Rio, por onde se faz toda a condução dos efeitos daquele territorio, e em distância de 10 braças [11m], pouco mais ou menos. Ao rumo do NW. está fronteira a Igreja: o material de suas paredes é pedra: mais o Arco Cruzeiro, desde muito antes do ano de 1.786, vê-se necessitar de conserto; porque em Visita deste ano se recomendou o seu reparo, posto que sem efeito até o presente tempo. Tem de comprimento, da porta principal até o Arco Cruzeiro, 84. ½ palmos [18,5m]; e de largura, 42. ½ [9,5m]: do Arco até o fundo da Capela Maior, 54 palmos [12m] de comprimento, e 34 [7,5m] de largura. A Sacristia é feita de pouco anos, e ainda se conserva sem soalho, ou ladrilho, e por paramentar-se.” (Araújo, 1794)
“Concluido o edifício com o comprimento de 81 ½ palmos [18m], desde a porta principal até o arco cruzeiro, e largura de 41 ½, [9,m] d’alli , ao fundo da Capella mór, com 54 [12m] palmos de comprido, e 34 [7,5m] de largo, accomodou nesse espaço cinco altares, e no maior d’elles se collocou o Sacrário , onde he perpetuamente adorado o Santíssimo Sacramento.” (Araújo, 1820, vol. 2, pg. 126)
            A igreja possuía 5 altares.
A Senhora está colocada no Altar mòr sobre sua coluna, ou Pilar, he de escultura de madeyra, a sua altura será de dous palmos 7 meyo, & a mesma altura tem o pilar, & tem ao Menino Deos sobre o braço esquerdo.” (Santa Maria, 1722, Tomo X, Livro III, Título L, pg. 206)
 “Altares tem 5 com o Maior. Neste está colocada a Imagem de N. Sra. do Pilar Padroeira, e o Sacrario, da parte do Evangelho [esquerda] - 1º de N. Sra. do Rosario; 2º de N. Sra. da Conceição: da parte da Épistola [direita], 1º de S. Miguel; 2º de S. Ana; todos eles de madeira talhada e doirada, menos o de S. Miguel, que ainda se conserva por doirar; e de gosto antigo, á exceção do da Conceição. O asseio em quase todos, é muito pouco, por corresponderem ao zêlo de quem os tem á seu cargo.” (Araújo, 1794)
            Os seus paramentos eram mal conservados e a pia batismal era de madeira.
“O Sacrario conserva-se com sofrível asseio: o Relicário achei quebrado no seu eixo; e nesse estado se fazia uso dele. A Pia Batismal, que é de madeira, conservava-se necessitada de obra, por se achar despegada a bacia, do seu pé. As Ambulas dos Santos Oleos que são de prata as que se conservam na casa do Batistério e pequenas, ví-as com asseio naquela ocasião.” (Araújo, 1794)
Possuía 4 irmandades.
“Irmandades tem 4: 1ª - do SSmo. ereta por Autoridade do Revmo. Vigário Cap. Dr. Henrique Moreira de Carvalho, em Provisão de 9/9/1745. 2ª - Da Senhora do Pilar, ereta por Autoridade do Ilmo. Sr. Bispo D. Fr. Antonio de Guadalupe, em Provisão de 5/11/1.735. 3ª - Da Senhora do Rosario, ereta por Autoridade do mesmo Senhor em Provisão d e 1 3 / 1 2 / 1 .7 2 9 . 4ª - De S. Miguel e Almas, ereta por Autoridade do mesmo Senhor em Provisão d e 1 3 / 1 2 / 1 .7 2 9 . Além das referidas, a mais a Confraria de S. Benedicto, ereta, e anexada a Irmandade de N. Sra. do Rosário, por Despacho do Ilmo. Sr. Bispo D. Fr. João da Cruz, d e 1 6 / 1 0 / 1 .7 4 3 . Todas elas subsistem deterioradas; e por isso, muito pouco zelam os asseio dos Altares de seus Oragos, conservando-os com toalhas muito velhas, e Sacras indecentes; ainda que me informe o R. Pároco, que na satisfação Pio, e culto de seus Oragos cumprem o recomendado pelos seus Compromissos.(Araújo, 1794)
“Bens patrimoniais não conta. Só a Irmandade do Pilar possue 75 braças [82,5m] de terras em testada, e 300 [330m] de sertão dentro das quais entra o terreno da Igreja, e o Cemiterio que lhe foram doadas por Manoel Pires e sua mulher Caterina de Sene, no ano de 1.702. Não tem os Párocos, casa própria de residência: e até passaes, que lhes foram doados como consta do documento a princípio apontado se acham os Párocos privados [...]” (Araújo, 1794)
Entre os adornos, móveis e imagens da igreja havia: 
Pratas: 1 Píxide. 1 Relicario. 2 Cálices com seus pertences. 3 Ambulas dos Santos Oleos. 1 Resplendor de S. Ana. 1 Coroa da mesma Senhora. 1 Dita da Senhora da Conceição cravada de pedras. 1 Diadema do Santo Crucifixo. 2 Chaves do Sacrario. Imagens: 2 do Santo Crucifixo. 1 do Senhor dos Passos. 1 de São Francisco. 1 de São João. 1 da Senhora da Conceição. 1 do Espírito Santo. 1 de S. Ana. 1 de S. Joakim. 1 de São José. 1 do Menino Deus. Moveis: 1 Planeta de damasco branco, com seus pertences. 1 Dita de branco e encarnado, já velha - o mesmo. 1 Dita de xamalote verde - o mesmo. 1 Dita, dita, verde e roxa - o mesmo. 1 Dita de damasco vermelho - o mesmo. 1 Planeta de damasco roxo - o mesmo. 1 Dita de xamalote roxo, já velha, o mesmo. [...] 1 Armario de caixeta. 1 Arcaz. 4 Toxeiros. 2 Confessionarios. 2 Moxos com pés torneados. 2 Bancos.” (Araújo, 1794)
            Assim esta paróquia se limitava com as outras:
Divide-se esta Paroquia pelo N. com a de N. Sra. da Conceição do Alferes [Paty de Alferes], na distância de 4 leguas [26,5km]: pelo S, na distância ½ legua [3,3km] ou pouco mais, até o Rio Iguassú, por onde se terminam as terras do Mosteiro de S. Bento, e pelo Poente, até o mesmo Rio, com a de Santo Antonio de Jacutinga [Nova Iguaçu]: pelo Nascente, até o Rio Sarocoruna, na distância de 3 leguas [20km] pouco mais, ou menos, com a de N. Sra. da Piedade de Imerim [Magé]: e ultimamente com a de N. Sra. da Piedade de Iguassú [Nova Iguaçu] no rumo do Poente, pelo dito Rio Iguassú, em distância de pouco mais de 1. ¼ de légua 8km]. A requerimento do então vigário desta Freguesia R. Francisco Xavier Tavares de Moraes, foi dividida a mesma Freguesia com a de Imerim pelo Rio Sarocuruna, e com a da Piedade de Iguassú pelo Rio Iguassú [...].” (Araújo, 1794)
“Na distancia de quatro legoas , ao Norte , se encontra cora a Freguezia de N. Senhora da Conceição do Alferes ; na de três , ao Nascente , com a de N. Senhora da Piedade de Anhummirim , pelo Rio Saracuruna , [...] Da Freguezia de N. Senhora da Piedade de Iguaçu se divide , ao Sul , pelo Rio Iguaçu , distante meia legoa com pouca differença , por onde corre o rumo das terras dos Padres Benedictinos ; e finalmente com a mesma Freguezia de Iguaçu, longe mais de uma legoa pelo Rio sobredito de Iguaçu, e com a Freguezia de Santo António de Jacutinga, faz termo ao Poente, comprehendendo em sua circunferência mais de quatro mil almas sugeitas à Sacramentos , e quinhentos e sessenta fogos.” (Araújo, 1820, vol. 2, pg. 127-128)
            Possuía as seguintes capelas filiais:
1ª - De N. Sra. do Rosario, na Fazenda deste nome, e próxima ao Rio Saracuruna [Taquara, Duque de Caxias], [...] Dista da Matriz 2. ¾ de léguas [18km]. 2ª - De Nossa Sra. das Neves / de quem toma o nome o mesmo bairro, em que ela existe/. [...] Dista muito mais de 1 legua. [6,6km] 3ª - De Santa Rita, no lugar da Posse, ou do Coito. [...] ficando distante dela 2. ½ ou 3 leguas [16-20km] [...] Além das referidas Capelas, houveram a que foi fundada na Fazenda de Inácio dos Santos, arruinada a mais de 30 anos; e a que foi do R. Tadeo Luiz de Carvalho, e hoje de Manoel Dias d´Azevedo, sem uso por muito anos, por decadente.” (Araújo, 1794)
“Tem por Filiaes as Capellas 1.a de N. Senhora das Neves, [...] 2.a de N. Senhora do Rosário [...] 3.a de Santa Rita de Cássia, [...]” (Araújo, 1820, vol. 2, pg. 128)
Atualmente a igreja está bastante deteriorada, mas em reforma. A igreja é dependente da Diocese de Caxias e Nossa Senhora do Pilar é comemorada a 12 de outubro.
3 – Descrição:
A igreja apresenta uma orientação geral quase leste-oeste e frente virada para oeste, com maior comprimento no sentido ântero-posterior. A igreja apresenta características semelhantes às igrejas barrocas de Minas Gerais, principalmente quanto a seus altares, que são entalhados em madeiras e pintados a ouro. Segundo Monsenhor Pizarro (1794), media 18,5m de comprimento da porta ao arco cruzeiro e 9,5m de largura; do arco cruzeiro até o fundo da capela maior media 12m de comprimento e 7,5m de largura acomodando nesse espaço o sacrário. Possuía cinco altares com retábulo de madeira entalhada e policromada do século XVIII: Nossa Senhora do Pilar (altar-mor), Nossa Senhora do Rosário (primeiro da esquerda; atualmente desaparecida), Nossa Senhora da Conceição (segundo da esquerda), São Miguel Arcanjo (primeiro da direita), Santa Ana (segundo da direita). As imagens eram em madeira talhada com filetes de ouro e encontram-se desaparecidas. O telhado é feito em telha em duas águas. A parede da frente apresenta uma porta no primeiro andar e duas janelas no segundo, no coro, todas de verga curva; é coroada com um frontão com volutas, encimado por uma cruz; no meio do frontão há um óculo. A torre sineira fica na parte direita da fachada anterior e possui, em cada lado, dois sinos de ferro dos séculos XVIII-XIX; a torre termina em uma cúpula; apresenta um pináculo em cada canto. A parede direita apresenta uma porta na nave e outra porta na capela maior, ambas de verga reta, que é mais recuada que a nave. A parede posterior tem uma porta na altura da sacristia. Há um fragmento de lavabo de mármore do século XVIII. A parede esquerda possui uma projeção na frente (capela batismal) e outra atrás (sacristia), havendo na nave uma porta de verga reta. A sacristia possui duas janelas de verga curva e uma porta de verga curva virada para a frente.
No interior, logo após a entrada, do lado esquerdo fica a capela baptismal. No momento a pia encontra-se na nave; a pia atual não é a original, que é de mármore do século XIX e se encontra quebrada, aguardando reparo. Após a capela batismal, do lado esquerdo da nave, há uma porta para o exterior de verga reta e depois os dois altares laterais em madeira ricamente talhada e dourada: Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora da Conceição. Logo acima da porta de entrada fica o coro. Na parede direita da nave há uma porta para o exterior de verga reta e depois os dois altares laterais em madeira ricamente talhada e dourada: São Miguel Arcanjo e Santana Mestra. As imagens dos quatro altares laterais eram de madeira entalhada e policromada, datadas do século XVIII; encontram-se desaparecidas. Atualmente os altares encontram-se escorados e o segundo da esquerda já caiu e foi retirado. Após o arco cruzeiro fica a capela-mor com uma porta de cada lado. O retábulo do altar-mor é de madeira ricamente talhada e dourada; outrora no seu interior ficava a imagem de Nossa Senhora do Pilar; no momento a sua parte inferior está coberta e possui apenas um crucifixo no lugar da imagem de Nossa Senhora do Pilar. Em ambos os lados da nave há uma pia de água benta de mármore do século XVIII. Havia outrora, também 13 querubins de madeira dourada e policromada do século XVIII, de diferentes tamanhos.
4 – Visitação:
Missas às terças, de 9h às 11h30; quartas, de 18h às 19h; quintas, de 18h às 20h. Tel: 2773-6575
5 – Bibliografia:
- SANTA MARIA, Agostinho de. Santuário Mariano. Tomo X, Lisboa: Oficina de Antonio Pedrozo Galram, 1722
- ARAÚJO, José de Souza Azevedo Pizarro e. Visitas Pastorais de Monsenhor Pizarro ao recôncavo do Rio de Janeiro. Arquivo da Cúria e da Mitra do Rio de Janeiro (ACMRJ), Rio de Janeiro, 1794.
- ARAÚJO, José de Souza Azevedo Pizarro e. Memórias Históricas do Rio de Janeiro e das Províncias anexas à Jurisdição do Vice-Rei do Estado do Brasil, vol. 2. Rio de Janeiro: Impressão Régia, 1820.
- CARVALHO, Guilherme Peres de. Igreja Nossa Senhora do Pilar. in Revista Pilares da História, ano I, nº1, 2002, pg 11-15.

Church of Our lady of Pilar: Brazil, State of Rio de Janeiro, city of Duque de Caxias 
            The first chapel was built before 1696. In 1696, the parish of Our Lady of Pilar was created. Soon after that, the church went in ruins. In 1715 began the construction of a new church with walls of stone and lime, and this is the church that we see now. The church features are similar to the baroque churches of Minas Gerais, mainly concerning their altars, which are carved in wood and painted in gold. The images were carved in wood with gold fillets, but are missing.
Imagem Google Earth
Imagem Google Earth. Detalhe
Frente, Joaquim Alberto Vieira, 1930
Frente (foto do autor)
Frente (foto do autor)
Frente (foto do autor)
Frente (foto do autor)

Frente (foto do autor)
Frente e lado direito (foto do autor)
Frente e lado direito (foto do autor)
Frente e lado esquerdo (foto do autor)
Frente e lado esquerdo (foto do autor)
Frente e lado esquerdo (foto do autor)
Frente, detalhe (foto do autor)
Fundos (foto do autor)
Lado direito e fundos (foto do autor)
Lado direito (foto do autor)
Lado esquerdo. Sacristia (foto do autor)
Lado esquerdo, sacristia (foto do autor)
Lado esquerdo com sacristia e resto da nave (foto do autor)
Lado esquerdo visto do alto (cemitério) (foto do autor)
Lado esquerdo visto do alto (cemitério) (foto do autor)
Lado esquerdo visto do alto (cemitério) (foto do autor)
Nave, olhando para a entrada (foto do autor)
Nave, olhando para a entrada (foto do autor)
Nave, parede esquerda, olhando para a porta da capela batismal (foto do autor)
Capela batismal sem a pia batismal (foto do autor)
Pia batismal  atualmente na nave, fora da
 capela batismal (foto do autor)
Pia (foto do autor)
Sacristia (foto do autor)
Sacristia (foto do autor)
Sacristia olhando para a frente da igreja. A
 construção na frente é a capela batismal 
(foto do autor)
Nave, parede direita (foto do autor)
Nave, parede direita. Observe os altares laterais escorados (foto do autor)
Nave, parede direita, altar de São Miguel
 Arcanjo, coberto por escoras (foto do autor)
Nave, parede direita, altar lateral.Imagem de
São Miguel Arcanjo

Nave, parede direita, altar de Santana Mestra em tempos idos
Nave, parede direita, altar de Santana Mestra
 em tempos idos
Nave, parede direita, altar lateral. Imagem de Santana Mestra em
 tempos idos
Nave, parede direita, altar lateral. Imagem de
 Santana Mestra (foto do autor)
Nave, parede direita, altar de Santana mestra
 coberto por escoras (foto do autor)
Nave, parede esquerda: altar de Nossa
Senhora do Rosário, parcialmente coberto
e escorado (foto do autor)
Nave, parede esquerda, altar de Nossa Senhora
 do Rosário em tempos idos
Nave, parede esquerda, altar de Nossa Senhora
 da Conceição em tempos idos
Nave, parede esquerda, altar lateral. Nossa
 Senhora da Conceição (foto do autor)
Nave e capela-mor. Observe os altares laterais cobertos por escoras
 (foto do autor)
Nave e capela-mor (foto do autor)
Nave e capela-mor (foto do autor)
Capela-mor, parede esquerda. Observe a porta para a sacristia (foto do autor)
Capela-mor, parede direita (foto do autor)
Altar-mor (foto do autor)
Altar-mor (foto do autor)
Altar-mor (foto do autor)
Altar-mor, antes de ser coberto para reforma
Altar-mor antes de ser coberto
Altar-mor
Altar-mor (foto do autor)
Altar-mor (foto do autor)
Altar-mor (foto do autor)
Altar-mor (foto do autor)
Altar-mor. Detalhe do lado direito (foto do autor)
Altar-mor. Detalhe do lado direito (foto do autor)
Altar-mor. Detalhe do lado direito (foto do autor)
Altar-mor. Detalhe do lado esquerdo (foto do autor)
Altar-mor. Detalhe do lado esquerdo (foto do autor)
Altar-mor, com a imagem de Nossa Senhora do Pilar
Altar-mor, com a imagem de Nossa Senhora do Pilar
Altar-mor em tempos idos

Nossa Senhora do Pilar (foto do autor)
Nossa Senhora do Pilar
Nossa Senhora do Pilar
Altar-mor com antiga imagem de  Nossa Senhora do Pilar em tempos idos
Altar-mor em tempos idos
Antiga imagem de Nossa Senhora do Pilar, do altar-mor
Nossa Senhora do Pilar (foto do autor)
Nossa Senhora do Pilar

Um comentário:

  1. Bairro onde resido, meus parabéns pela reportagem. A melhor e mais completa que já vi até hoje desde que me interesso pelo assunto. Há uma construção às margens do antigo "rio Iguassú" que não pode ser demolida pelo fato de ter sido o local onde os mercadantes recebia os nobres chegando para a comercialização de ouro e muitas outras especiarias

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