BRASIL: RJ: DUQUE DE CAXIAS:
Capela Santa Rita da Posse (Igreja Velha de Xerém) -
Chapel of Saint Rita of Posse
1 –
Localização:
Município de Duque de Caxias, 4º. Distrito, Santa Alice, Xerém, Estrada
da Igreja Velha, n º 03 (-22°36'24.87", -43°18'38.31")
2 –
Histórico:
Havia no local da
futura capela, inicialmente, um oratório de Santo Antônio, de propriedade do Capitão-Mor Francisco Gomes
Ribeiro, senhor da Fazenda e Engenho da Posse.
“Neste mesmo lugar, em que está fundada a Capela,
esteve antes o Oratorio daquele Capitão Francisco Gomes: e os ornamentos, com
todas as mais Alfaias, que então haviam, foram adjudicadas a mesma Capela.” (Araújo, 1794)
Em 1766 a capela foi
fundada em pedra e cal por Afonso Ribeiro de Avelar,
testamenteiro do Capitão-Mor Francisco Gomes Ribeiro, e administrador daquele Oratório de Santo Antônio da Posse, como
estava determinado no seu testamento. Em 1768 a capela foi concluída. Os
ornamentos, com todas as mais Alfaias, que então haviam no oratório de Santo Antônio, foram adjudicadas à nova Capela.
“[capela] De
Santa Rita, no lugar da Posse, ou do Coito. Foi fundada por Antonio Ribeiro
d´Avelar, como testamenteiro do Cap. Francisco Gomes Ribeiro, que em seu Testamento determinou a ereção dela, aplicando a
sua Terça. [...] Sabe-se com
tudo, que ela fôra fundada por Provisão do Exmo. Sr. D. Fr. Antonio do
Desterro, no ano de 1.766, e finalizada no de 1.768.” (Araújo, 1794)
“[...]
[capela] de
Santa Rita de Cássia, mandada erigir por Francisco Gomes Ribeiro, para cuja
obra aplicou em seu testamento a terceira parte dos seus bens. António Ribeiro
de Avellar , como testamenteiro, levantou-a, com Provisão de 22 de Abril de
1765, no anno seguinte de 1766; e collocando nella Imagens Santas mui perfeitas
, e bem ornadas, deixou-a também com paramentos asseiados para o uso do Santo
Sacrifício. Tem património em 100 braças [110m] de terra.” (Araújo, 1820, vol.
2, pg. 128)
A capela foi construída de pedra e cal
e tem um único altar. As imagens do altar eram “perfeitíssimas”:
a de Santo Antônio de Lisboa, em madeira entalhada e policromada, e de Santa
Rita de Cássia da Posse, também em madeira entalhada, policromada e dourada.
“[...]
material
de suas paredes é pedra e cal, o seu risco é muito perfeito, e proporcionado. O
desleixamento, com que a tratou áquele herdeiro, e administrador, fez padecer
algum deterioramento: e passando, por venda, a Fazenda ao Cap. Manoel José
Moreira, este procura só zêlo, e Religião
reparar os danos passados, e conservá-la com asseio, que lhe é devido, e
merece a mesma Capela. Para o seu patrimonio, foram-lhe adjudicadas 100 braças [110m] de terras sitas no lugar chamado
Taquarassú; as quais, são administradas pelo mesmo dito Cap. e Senhor hoje da
Fazenda; e rendem anualmente 6$400Rs., de que se faz aplicação para o necessário guizamento. [...] Ela se conserva bem paramentada, e asseada; e todo o seu necessário é
muito decente posto que sem riqueza: as suas Imagens,
que se acham colocadas no único Altar, que tem, são perfeitíssimas.” (Araújo, 1794)
Por ela passavam os caminhos do ouro (Estrada Geral) de Garcia Paes para as
Minas Gerais.
“Ela está á face da Estrada Geral, que segue para as
Minas Gerais; e no mesmo Sítio acham-se
fundados alguns ranchos para as Tropas, além de muitas casas, que formam um pequeno
Arraial. É de suma utilidade, e necessidade a conservação dela, e que haja sempre um R. Sacerdote ahí residente, para socorrer
com o pasto espiritual aos moradores
daquelas vizinhanças e territorio, desde o meio da Fazenda, até as suas extremidades,
ficando distante dela 2. ½ [16,5km] ou 3 leguas [20km], e com péssimos caminhos em tempo d´águas; por cujo motivo se faz
impraticável nesse mesmo tempo, e ainda no tempo sêco, ou procurar, e
satisfazer as necessidades espirituais nas condições digo, ocasiões precisas,
muito principalmente, quando aquele territorio é o mais povoada desta Freguesia, como ví, pela imensidade do Povo,
que concorreu a Missa nesta Capela no
dia, que a visitei; e da continuação da mesma concorrência em todo o ano, fui igualmente
informado. É portanto muito digna esta
Capela de ser enobrecida com o exercício de Curada, e a necessidade pede ao menos,
que nela haja Pia Batismal, pelas razões ponderadas, da longitude, em que fica da Matriz, e dos péssimos caminhos que tem, e
passagens de Rios com perigos evidentes.
Por faculdade do pároco faz-se uso de Sepulturas: e se nela mesma se administra o Sacramento do
Matrimonio, e por faculdade de V. Excia.,
ou do Ministro competente, e consentimento do Pároco.” (Araújo, 1794)
Há informações de que, em 1794, Monsenhor Pizarro, em suas andanças
pelas províncias da região, teria rezado várias missas no local. A Igreja é confundida como sendo a de São Pedro. Isso ocorre
porque foi construída, ao seu lado, uma outra com esse nome. Era
dependente da freguesia de Nossa Senhora do Pilar de Iguaçú. Atualmente da
capela só restam as ruínas das paredes. A capela é dependente da Diocese de
Caxias e Santa Rita de Cássia é comemorada a 22 de maio.
3 –
Descrição:
A igreja tem
orientação geral norte-sul, com frente virada para o norte e maior comprimento
no sentido ântero-posterior. Ela tem tipologia de arquitetura Barroca do século XVIII e seu arquiteto ou construtor é
desconhecido. Localiza-se ao pé de uma colina de frente para a estrada da Igreja
Velha, antiga estrada Real para as Minas. Possuía
uma área construída de cerca de 100m2, estando sua edificação
inserida em área livre de aproximadamente 250m2. O adro aproveita o
desnível do terreno com a estrada e o seu acesso é por escadaria. A igreja
atualmente está em ruínas. As paredes do templo possuem 30 a 40 cm de largura,
do tipo autoportante (sustentam a si mesmas), rebocadas com argamassa de cal e
areia fina e caiadas de cor branca. Na sua construção foram utilizadas pedra de
cantaria com areia, óleo de baleia e cal, esta produzida por conchas de
moluscos, moídas e queimadas. A sua fachada anterior já não mais existe. Só
resta a parede externa esquerda da nave, o arco-cruzeiro e a capela-mor; não há
mais telhado. A parede esquerda da nave apresenta no primeiro andar uma
porta em arco abatido e um nicho para um altar lateral (a parede desmoronou
parcialmente e transformou-o em uma nova “porta”), um pouco acima há uma
pequena e estreita porta (provavelmente era a entrada para o púlpito) e no
segundo andar havia uma grande porta (para o coro?). Na altura da capela-mor,
há uma porta externa (ou foi um pedaço da parede que desabou?); também da
parede da nave sai uma projeção transversal à parede da capela-mor, com uma
porta pra a fachada anterior (provavelmente era a sacristia). A capela-mor
parece ter um óculo na lateral.
4 –
Visitação:
Desconheço
5 –
Bibliografia:
ARAÚJO,
José de Souza Azevedo Pizarro e. Visitas Pastorais de Monsenhor Pizarro ao recôncavo do Rio de Janeiro. Arquivo da Cúria e da Mitra do Rio de
Janeiro (ACMRJ), Rio de Janeiro, 1794.
ARAÚJO,
José de Souza Azevedo Pizarro e. Memórias
Históricas do Rio de Janeiro e das Províncias anexas à Jurisdição do Vice-Rei
do Estado do Brasil, vol. 2. Rio de Janeiro: Impressão Régia, 1820.
Chapel
of Santa Rita da Posse: Brazil, State of Rio de Janeiro, City of Duque de Caxias
The chapel was constructed in stone, sand, whale oil and lime from crushed and burned shells of molluscs in 1766 by Alfonso Ribeiro de Avelar in the Farm of Posse. In 1768 the chapel was completed. Its architecture was typologicaly Baroque of the eighteenth century and its architect is unknown. The chapel is now in ruins.
The chapel was constructed in stone, sand, whale oil and lime from crushed and burned shells of molluscs in 1766 by Alfonso Ribeiro de Avelar in the Farm of Posse. In 1768 the chapel was completed. Its architecture was typologicaly Baroque of the eighteenth century and its architect is unknown. The chapel is now in ruins.
Imagem Google Earth |
Imagem Google Earth. Detalhe |
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Parede esquerda da nave, vista do exterior (foto do autor) |
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Parede esquerda da nave, vista do exterior. (foto do autor) |
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Parede esquerda da nave (lado interno) e arco cruzeiro (foto do autor) |
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Parede esquerda da nave (lado interno) e arco cruzeiro (foto do autor) |
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Parede esquerda da nave (lado interno) e arco cruzeiro (foto do autor) |
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Parede esquerda da nave (lado interno) e arco cruzeiro (foto do autor) |
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Arco cruzeiro e parede externa direita da capela-mor (foto do autor) |
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Parede esquerda da nave (lado interno) e arco cruzeiro (foto do autor) |
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Arco cruzeiro (foto do autor) |
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Arco cruzeiro olhando da capela-mor para o exterior |
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Parede esquerda da nave (lado interno) |
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Parede esquerda da nave (lado interno) e arco cruzeiro |
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Parede esquerda da nave (lado interno) |
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Capela-mor. Nicho |
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Parede esquerda da nave (lado interno), arco cruzeiro e capela-mor |
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Parede esquerda da nave (lado externo): projeção com porta (sacristia?) |
Estou interessada pela história de xerem , minha família materna se estabeleceu nessa cidade 1910 a1920. Meu avô Francisco ignacio Roberto casado com Emília Haddad Roberto, onde tinham comércio na última estação de trem . Procuro muito sua história. Obrigada
ResponderExcluirNossa que lindo eu também sou umas das primeiras moradora tenho 62 anos de xerem eu também estudei na escola dona Venância no ponto final do xerem época do trem Maria fumaça tempo bom
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