sábado, 25 de janeiro de 2014

BRASIL: RJ: CACHOEIRAS DE MACACU:
Igreja Santana de Japuíba - 
 Church of Santana of Japuíba

1 – Localização: 
Município de Cachoeiras de Macacu (RJ), 2º Distrito, Japuíba, Praça Macedo Soares ( 22°33'37.13, - 42°41'34.61")
2 – História: 
Em 1732, o fazendeiro Manoel Ferreira da Silva fundou em suas terras, na Fazenda chamada Japoahiba (Japuíba), uma capela dedicada à Nossa Senhora Santana, a pedido de sua esposa dona Mariana Rodrigues, que era devota desta santa. A capela era subordinada à Freguesia de Santo Antônio de Cacerebu e ao Município de Santo Antônio de Sá (atualmente em Porto das Caixas, Itaboraí).
“Foi eréta por faculdade do Ilmo. Sr. Bispo D. Fr. Antonio de Guadalupe [1725-1740], em despacho de 22/4/1.731 á requerimento do dito Manoel Ferreira da Silva, e sua mulher Mariana Rodrigues, passando-lhe Provisão de ereção aos 3/9/1.732. Tem patrimonio estabelecido na mesma Fazenda, por Escritura celebrada no ano de 1.732. [...] Dista 1. ½ leg. ao NE. da Matriz.” (Araújo, 1794)
         [...] [capela] de Santa Anna, construída em Japoahiba por Manoel Ferreira da Silva, com Provisaõ de 3 de Setembro de 1732. (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 251)
A capela foi benzida em 1733.
“Foi benzida aos 11/4/1.733 pelo R. Vigário José Rodrigues Paixão.” (Araújo, 1794)
Em 1734 recebeu pia batismal de mármore. 
“Á requerimento dos mesmos [Manoel Ferreira da Silva, e sua mulher Mariana Rodrigues] foi-lhe concedido o uso de Pia batismal em Provisão de 5/6/1.734 que é de pedra mármore, grande e muito perfeita.” (Araújo, 1794)
Em beneficio dos familiares das Fazendas referidas , gozam as Capellas da graça de Pia Baptismal.” (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 251)
Em 1737 foi criada a Freguesia da Santíssima Trindade (Papucaia, Cachoeiras de Macacu), por desmembramento da Freguesia de Santo Antônio de Cacerebu passando a Capela de Santana de Japuíba a ficar dependente desta freguesia. Em 1759 foi dada, junto com a Fazenda Japoahiba, ao Convento de Nossa Senhora da Ajuda na Cidade do Rio de janeiro, como dote de ingresso de três das filhas do casal que ali passaram a professar as ordens religiosas. 
 “[capela] De Sant´Ana, na Fazenda chamada Japoahiba, hoje do Convento de N. Sra. d´Ajuda desta Cidade, por doação, e ttº de dote de 3 filhas de Manoel Ferreira da Silva, que alí professaram em 1.759.” (Araújo, 1794)
A titulo de dote das filhas do fundador , Professas no Convento de N. Senhora da Conceição da Ajuda , passou esta Capella com a Fazenda ào mesmo Convento. (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 251)
A capela tinha uso de sepulturas.
Tem uso de Sepulturas, das quais se utiliza grande parte da Freguesia com notável prejuízo da Fabrica da Matriz, e dos direitos paroquiais, de que são causa principalmente os RR. Capelães, que tem havido, e os Administradores da Fazenda assalariados pela Me. Abadessa do mesmo Convento. Por que, pelas sepulturas dentro da Igreja, devendo repartir-se a esmola com a Fabrica da Igreja, [...], recebem toda, prejudicando-se a Fabrica; e pelas que se haviam dado no Cemitério, recebiam igualmente algumas esmolas, contra o que dispõe a mesma Constituição. (Araújo, 1794)
A capela era asseada.
“Aquí faz-se uso de Batismos, e de Santos Oleos para os Enfermos: e para a Ambula destes mandei, que se fizesse uma bolsa dentro da qual podesse o R. Sacerdotes levar ao pescoço a mesma Ambula, quando os fôsse administrar. [...] As suas alfaias estão perfeitas, e a Igreja asseada em termos. (Araújo, 1794)
Mas, ela precisava de reformas.
“A torre precisa de reforma, e conserto grande: as varandas de um, e outro lado da Igreja, por serem abertas, precisam de abrigo aos porcos, e á outros animais: e para evitar a continuação do dano, e indecência ordenei, que se tapassem até a altura suficiente de impedir áquela entrada.” (Araújo, 1794)
É interessante observar que no século XVIII o transporte era feito basicamente por via fluvial, por isto, a igreja foi construída com a frente virada para o rio. Em 1850, foi criada a Freguesia de Santana de Japuíba, por desmembramento da freguesia da Santíssima Trindade. Em 1854 houve a reunificação da Freguesia da Santíssima Trindade com a de Santana de Japuíba, tendo esta última passado a ser a sede da freguesia em detrimento da igreja da Santíssima Trindade; esta nova freguesia passou a ser chamada de Santíssima Trindade de Santa Ana do Macacu. Em 1877 a sede do Município de Santo Antônio de Sá passou para o Arraial de Santana de Japuíba. Em 1923 a capital do município foi transferida de Japuíba para a vila de Cachoeiras de Macacu, com a consequente perda de importância de Japuíba e sua igreja. Atualmente a igreja passa por reformas, estando as imagens em restauração na cidade do Rio de Janeiro. A igreja de Santana é a igreja matriz da Freguesia de Santana de Japuíba, subordinada à Diocese de Nova FriburgoSantana, mãe de Maria, e avó materna de Jesus, é comemorada em 26 de julho.
3 – Descrição:         
A igreja orienta-se na direção oeste-leste, com maior eixo anteroposterior, ficando a entrada a oeste, em direção ao rio. O adro é delimitado por um muro baixo com um portão de entrada na frente e no lado direito, tendo pináculos em seus cantos. As paredes são de tijolo, pedras sobrepostas, barro, cacos de telha, mariscos e conchas do mar, com espessura de mais de 1m. Possui telhado de telhas em duas águas, em dois níveis, correspondendo à nave e à capela-mor. Na frente (oeste), na projeção da nave, na área delimitada pelos cunhais, há a porta principal da igreja e, no segundo, andar as duas janelas do coro, todas as três em verga curva com sobreverga. Mais acima, uma cimalha serve de base a um frontão triangular, com tímpano liso e ornato em volutas, tendo no ápice uma cruz de metal e nas extremidades um pináculo de cada lado. Todas as outras portas e janelas são de verga reta. Na fachada anterior, à esquerda do frontão, fica uma “torre sineira” baixa, que não se eleva acima do frontão; nela há um grande sino. A parede direita (sul) é dividida em dois por um contraforte, havendo uma porta na sua parte mais anterior, que dá para a nave. A parede esquerda (norte), apresenta a fachada lateral da “torre sineira”, na sua porção mais anterior, projetada para fora, estando nela um outro sino menor que o anterior; depois apresenta no primeiro andar uma porta externa que dá para um cômodo lateral e três janelas, duas das quais na sacristia; no segundo andar há duas varandas, cada uma com uma porta e duas janelas. Na parede posterior (leste) há duas janelas e, acima delas, um óculo.
No interior há uma nave com uma porta de cada lado, a do lado direito dá para o exterior e a esquerda dá para uns cômodos anexos. No lado esquerdo da nave há a capela batismal com a pia batismal de pedra, logo após a porta de entrada, e um púlpito de madeira talhada no segundo andar. No lado direito da nave há uma imagem de São Benedito em madeira policromada do século XVIII. Após a nave fica a capela-mor com uma mesa de altar e o altar-mor de madeira. No altar-mor há uma imagem grande da padroeira Santana Mestra, no centro, uma imagem de uma pomba de onde sai “raios” (simbolizando o Espírito Santo), no fundo, o Deus Pai (século XVII), à direita e o Cristo Salvador (século XVIII) à esquerda segurando a cruz; estas três últimas imagens são originárias da Igreja da Santíssima Trindade em Papucaia. Depois, ainda na capela-mor, havia à esquerda as imagens de São Joaquim (séculos XVII-XVIII) e São Miguel Arcanjo (século XVIII) e à direita as imagens de São José (séculos XVII-XVIII) e Nossa Senhora do Rosário (em madeira policromada do século XVII-XVIII, que, embora repintada, é de ótima qualidade). Antigamente havia três altares na nave, de construção recente, dois no arco cruzeiro e um na parede anterior da nave, à direita de quem entra, estando colocado neles a imagem do Sagrado Coração de Jesus (esquerda), de Nossa Senhora das Dores (direita) e do Cristo levando a Cruz (direita, na entrada); com a reforma, estes altares foram removidos e não se definiu ainda o destino destas imagens. À esquerda da nave há uma série de cômodos do qual o mais posterior é a sacristia que tem um lavatório de pedra, um móvel antigo de madeira, uma imagem de Nossa Senhora e um crucifixo. Há uma escada de pedra em caracol, que dá acesso ao púlpito da Igreja e a casa residencial dos padres. Também se tem acesso aos 2 sinos, sendo que o maior, na fachada anterior, tem o brasão do Império. Diz a tradição do lugar que existia uma torre colocada ao lado esquerdo, na frente, toda de pedra. Toda a área da matriz e o pátio foram antigo cemitério dos brancos da localidade, pois o cemitério dos escravos era fora da localidade. Havia outrora as imagens históricas de Nossa Senhora da Conceição de madeira policromada e na porta do sacrário o do Cristo ressuscitado também em relevo policromado, mas ambas foram roubadas e desconhece-se o paradeiro. Faz parte do acervo uma Nossa Senhora das Angústias de 0,23m e um Cristo crucificado de 1,35m em madeira dourada e policromada, ambos do século XIX, uma coroa de prata do século XVIII, uma credência de madeira policromada e mármore (0,83m) do século XVIII, um par de tocheiros de madeira dourada do século XVIII, oito castiçais de madeira dourada do século XVIII e um pedestal de madeira do século XIX. Toda a área da matriz e o pátio foram antigo cemitério dos brancos da localidade, pois o cemitério dos escravos era fora da localidade.
4 - Visitação:
A igreja está em reforma, sem várias das imagens e com obras em seu interior e exterior, no entanto, pode-se falar com o responsável para abrir e se ver a igreja por dentro. A igreja também abre para as atividades religiosas normais.
5 - Bibliografia:
- ARAÚJO, José de Souza Azevedo Pizarro e. Visitas Pastorais de Monsenhor Pizarro ao recôncavo do Rio de Janeiro. Arquivo da Cúria e da Mitra do Rio de Janeiro (ACMRJ), Rio de Janeiro, 1794.
- ARAÚJO, José de Souza Azevedo Pizarro e. Memórias Históricas do Rio de Janeiro e das Províncias anexas à Jurisdição do Vice-Rei do Estado do Brasil, vol. 3. Rio de Janeiro: Impressão Régia, 1820.
- REZNIK, L. et al. Patrimônio cultural no leste fluminense: história e memória de Itaboraí, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Tanguá. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013.
http://www.cachoeirasdemacacu.rj.gov.br/secretarias/meio-ambiente/projetos/Plano-de-Manejo-pedra-colegio/Modulo-3.pdf
http://wikimapia.org/14416468/pt/Igreja-de-Nossa-Senhora-de-Sant-anna-de-Japu%C3%ADba
http://www.monumentosdorio.com.br/monu/br/rj/010.htm
http://www.ferias.tur.br/informacoes/6875/cachoeiras-de-macacu-rj.html
http://www.agenda21comperj.com.br/sites/localhost/files/Hist%C3%B3rico%20e%20dados_Cachoeiras%20de%20Macacu.pdf
http://www.citybrazil.com.br/rj/cachoeirasmacacu/atracoes-turisticas/atrativos-culturais
http://paulogprata.blogspot.com.br/2011/11/um-pouco-da-historia-de-santana-de.html

Church of  Santana de Japuíba: Brazil, State of Rio de Janeiro, City of Cachoeiras de Macacu
         The church of Santana of Japuíba is an eighteenth century church located in the municipality of Cachoeiras Macacu. It has its origin in the Chapel of Santana built in 1732 in the Farm of Manoel Ferreira da Silva, at the request of his wife Dona Mariana, who was a devotee of Our Lady Santana. In 1854 the parish church of the parish of the Holy Trinity moved from the church of Holy Trinity in Papucaia to the church of Santana of Japuíba and changed its name to parish of Holy Trinity of Santa Ana of Macacu. In 1923 the capital of the municipality and, consequently, the parish seat move to the village of Chachoeiras de Macacu, with the consequent loss of importance of Japuíba and its church. The church is currently undergoing restoration. The church has in it’s main altar the image of Santana and the images of the Holy Trinity originated in the Church of the Holy Trinity in Papucaia. It also has a beautiful wooden pulpit and a bell with the arms of the Empire of Brazil.
Imagem do Google Earth
Imagem do Google Earth. Detalhe
Foto antiga da parede da frente. Observe que havia uma linha de trem
 diante da igreja
Frente, 1975
Frente (foto do autor)
Frente (foto do autor)
Frente (foto do autor)
Frente (foto do autor)
Frente. (foto do autor)
Frente. Observe o sino na janela da torre sineira (foto do autor)

Frente. Observe as volutas do frontão. (foto do autor)
Frente e lado direito. (foto do autor)
Frente e lado direito. (foto do autor)
Lado direito. Observe a porta lateral para a nave (foto do autor)

Lado direito (foto do autor)

Lado direito em processo de pintura da fachada de branco (foto do autor)

Lado esquerdo, na altura da sacristia, ainda não pintada (foto do autor)

Lado esquerdo. Observe a varanda no
 segundo andar (foto do autor)

Lado esquerdo na altura da sacristia, ainda
 não pintada (foto do autor)
Parede posterior. A igreja está sendo pintada de branco (foto do autor)
Coro e parte posterior da igreja (foto do autor)
Coro e parte posterior da igreja (foto do autor)
Nave e parede direita. A porta foi retirada para reforma (foto do autor)

Púlpito na parede esquerda (foto do autor)

Nave, parede esquerda com púlpito 
(foto do autor)
Pia batismal  (foto do autor)

Nave, parede esquerda. Porta (foto do autor)
Nave e capela-mor. Os altares no arco cruzeiro não são originais e já foram
retirados na reforma. No entanto as imagens, com exceção de Santana Mestra
ainda se encontravam na igreja (foto do autor)
Arco cruzeiro e teto (foto do autor)
 Arco cruzeiro e capela-mor. Observe os altares do Sagrado coração de Jesus
à esquerda e Nossa Senhora à direita, no arco cruzeiro, posteriormente
retirados na reforma (foto do autor)
Arco cruzeiro e capela-mor. Mesma observação da foto anterior, vendo-se
o altar de Nossa senhora (foto do autor)

Capela-mor. Observe que as imagens ainda não foram para
a restauração, com exceção da imagem de Santana Mestra,
substituída pela imagem pequena desta santa (foto do autor)

Capela-mor. No altar-mor: 1. Imagem pequena de Santana Mestra (centro);
2. Deus Pai (dirieta), 3. Jesus (esquerda). Fora do altar-mor: 4. São Joaquim
(esquerda); 5. São José (direita) (foto do autor)
Capela-mor. Observe a antiga  imagem grande de Santana Mestra,
ainda no altar, antes de ir para a restauração, diferente da foto anterior.
Nave e capela maior. Ainda com os altares no arco cruzeiro, posteriormente
 retirados na reforma (foto do autor)



                           Capela-mor, detalhe do altar (foto do autor)
Nave e capela maior. Observe a remoção das
imagens  do altar-mor para a restauração e a
 remoção dos oratórios do arco cruzeiro
 (foto do autor)
Altar-mor. Imagem de Santana Mestra (Padroeira da
Igreja) com Nossa Senhora menina. Imagem de grande
 tamanho do altar-mor, séculos XVII-XVIII
Imagem de Santana Mestra com Nossa
Senhora menina. Esta é a imagem pequena,
que sai nas procissões (foto do autor)

Imagem de Santana Mestra com Nossa
Senhora menina. Esta é a imagem pequena,
que sai nas procissões (foto do autor)
Altar-mor, lado direito. Imagem do Deus Pai.
Inicialmente  pertencia á Igreja da Santíssima
 Trindade
Altar-mor, lado esquerdo. Imagem do Cristo
 Salvador, Século XVIII. Inicialmente
 pertencia á Igreja da Santíssima Trindade
Capela-mor, lado esquerdo, Imagem de
São Joaquim, Séculos XVII-XVIII
Capela-mor, lado direito. Imagem de São José,
Seculos XVII-XVIII
Capela-mor. Imagem de Nossa Senhora do Rosário,
 século  XVII
Nave, lado direito, Imagem de São
Benedito, Seculo XVIII
Imagem de Nossa Senhora
do Rosário, Séculos XVII-XVIII
Capela-mor, lado esquerdo, Imagem de São Miguel Arcanjo,
Século XVIII
Imagem de Nossa Senhora das Dores
 (foto do autor)
Sacristia (foto do autor)

Sacristia (foto do autor)

Sacristia (foto do autor)

Sacristia. Crucifixo (foto do autor)




Sacristia com lavatório, imagem de Nossa Senhora e Crucifixo


Sacristia. Lavatório (foto do autor)

Sacristia. Lavatório (foto do autor)












Escadaria interna (foto do autor)

Sino maior (foto do autor)

Sino maior. Detalhe do brasão do Império
(foto do autor)





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