Igreja Santana de Japuíba -
Church of Santana of Japuíba
1 – Localização:
Município de
Cachoeiras de Macacu (RJ), 2º Distrito, Japuíba, Praça Macedo Soares ( 22°33'37.13, - 42°41'34.61")
2 – História:
Em 1732, o fazendeiro Manoel Ferreira da
Silva fundou em suas terras, na Fazenda
chamada Japoahiba (Japuíba), uma
capela dedicada à Nossa Senhora Santana, a pedido de sua esposa dona Mariana Rodrigues, que era devota desta
santa. A capela era subordinada à Freguesia de Santo Antônio de Cacerebu e ao Município de Santo Antônio de Sá (atualmente em Porto das Caixas, Itaboraí).
“Foi eréta por faculdade do Ilmo. Sr. Bispo D. Fr. Antonio de Guadalupe [1725-1740], em despacho de
22/4/1.731 á requerimento do dito Manoel Ferreira da Silva, e sua mulher Mariana Rodrigues,
passando-lhe Provisão de ereção aos 3/9/1.732. Tem patrimonio estabelecido na mesma Fazenda, por Escritura celebrada no
ano de 1.732. [...] Dista
1. ½ leg. ao NE. da Matriz.” (Araújo,
1794)
“[...] [capela] de Santa Anna, construída em
Japoahiba por Manoel Ferreira da Silva, com Provisaõ de 3 de Setembro de 1732.” (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 251)
A capela foi benzida em 1733.
“Foi benzida aos
11/4/1.733 pelo R. Vigário José Rodrigues Paixão.” (Araújo, 1794)
Em 1734 recebeu pia batismal de mármore.
“Á requerimento dos mesmos [Manoel Ferreira da Silva, e sua mulher Mariana Rodrigues]
foi-lhe concedido o uso de Pia batismal em Provisão de 5/6/1.734 que é de pedra mármore, grande e muito
perfeita.” (Araújo, 1794)
“Em beneficio dos
familiares das Fazendas referidas , gozam as Capellas da graça de Pia Baptismal.” (Araújo,
1820, vol. 3, pg. 251)
Em 1737 foi criada a Freguesia da Santíssima Trindade (Papucaia, Cachoeiras de Macacu), por desmembramento da Freguesia de Santo Antônio de Cacerebu, passando a Capela de Santana de Japuíba a ficar dependente desta freguesia. Em 1759
foi dada, junto com a Fazenda Japoahiba, ao Convento de Nossa Senhora da Ajuda
na Cidade do Rio de janeiro, como dote de ingresso de três das filhas do casal
que ali passaram a professar as ordens religiosas.
“[capela] De
Sant´Ana, na Fazenda chamada Japoahiba, hoje do Convento de N. Sra. d´Ajuda desta Cidade, por doação, e
ttº de dote de 3 filhas de Manoel Ferreira da Silva, que alí professaram em 1.759.” (Araújo, 1794)
“A titulo de dote das filhas do
fundador , Professas no Convento de N. Senhora da Conceição da Ajuda , passou
esta Capella com a Fazenda ào mesmo Convento.” (Araújo, 1820,
vol. 3, pg. 251)
A capela tinha uso de sepulturas.
“Tem
uso de Sepulturas, das quais se utiliza grande parte da Freguesia com notável prejuízo
da Fabrica da Matriz, e dos direitos paroquiais, de que são causa
principalmente os RR. Capelães, que tem havido, e os Administradores da Fazenda
assalariados pela Me. Abadessa do mesmo Convento. Por que, pelas sepulturas dentro da Igreja, devendo repartir-se a esmola com a Fabrica da Igreja, [...], recebem toda, prejudicando-se a Fabrica; e pelas que se haviam
dado no Cemitério, recebiam igualmente algumas esmolas, contra o que dispõe a
mesma Constituição.” (Araújo, 1794)
A capela era asseada.
“Aquí faz-se uso de Batismos, e de Santos Oleos para os
Enfermos: e para a Ambula destes mandei, que se fizesse uma bolsa
dentro da qual podesse o R. Sacerdotes levar ao pescoço a mesma Ambula, quando os fôsse administrar. [...]
As suas alfaias estão perfeitas, e a Igreja asseada em termos.” (Araújo,
1794)
Mas, ela precisava de reformas.
“A torre precisa de
reforma, e conserto grande: as varandas de um, e outro lado da Igreja, por
serem abertas, precisam de abrigo aos porcos, e á outros animais: e para evitar
a continuação do dano, e indecência ordenei, que se tapassem até a altura
suficiente de impedir áquela entrada.” (Araújo, 1794)
É interessante observar que no século
XVIII o transporte era feito basicamente por via fluvial, por isto, a igreja foi construída com a frente
virada para o rio. Em 1850, foi
criada a Freguesia de Santana de Japuíba, por desmembramento da freguesia da
Santíssima Trindade. Em 1854 houve a reunificação da Freguesia da Santíssima
Trindade com a de Santana de Japuíba, tendo esta última passado a ser a sede da
freguesia em detrimento da igreja da Santíssima Trindade; esta nova freguesia
passou a ser chamada de Santíssima Trindade de Santa Ana do Macacu. Em 1877 a sede do Município de Santo Antônio de Sá passou para o Arraial de Santana de Japuíba. Em 1923 a
capital do município foi transferida de Japuíba para a vila de Cachoeiras de
Macacu, com a consequente perda de importância de Japuíba e sua igreja. Atualmente a igreja passa por reformas,
estando as imagens em restauração na cidade do Rio de Janeiro. A igreja de Santana é a igreja matriz da Freguesia de Santana de Japuíba, subordinada à Diocese de Nova Friburgo. Santana, mãe de Maria, e avó materna de Jesus, é comemorada em 26 de julho.
3 – Descrição:
A igreja orienta-se na direção
oeste-leste, com maior eixo anteroposterior, ficando a entrada a oeste, em
direção ao rio. O adro é delimitado por um muro baixo com um portão de entrada
na frente e no lado direito, tendo pináculos em seus cantos. As paredes são de
tijolo, pedras sobrepostas, barro, cacos de telha, mariscos e conchas do mar,
com espessura de mais de 1m. Possui telhado de telhas em duas águas, em dois
níveis, correspondendo à nave e à capela-mor. Na frente (oeste), na projeção da
nave, na área delimitada pelos cunhais, há a porta principal da igreja e, no
segundo, andar as duas janelas do coro, todas as três em verga curva com
sobreverga. Mais acima, uma cimalha serve de base a um frontão triangular, com
tímpano liso e ornato em volutas, tendo no ápice uma cruz de metal e nas
extremidades um pináculo de cada lado. Todas as outras portas e janelas são de
verga reta. Na fachada anterior, à esquerda do frontão, fica uma “torre
sineira” baixa, que não se eleva acima do frontão; nela há um grande sino. A
parede direita (sul) é dividida em dois por um contraforte, havendo uma porta na
sua parte mais anterior, que dá para a nave. A parede esquerda (norte),
apresenta a fachada lateral da “torre sineira”, na sua porção mais anterior,
projetada para fora, estando nela um outro sino menor que o anterior; depois
apresenta no primeiro andar uma porta externa que dá para um cômodo lateral e
três janelas, duas das quais na sacristia; no segundo andar há duas varandas,
cada uma com uma porta e duas janelas. Na parede posterior (leste) há duas
janelas e, acima delas, um óculo.
No interior há uma nave com uma porta de
cada lado, a do lado direito dá para o exterior e a esquerda dá para uns
cômodos anexos. No lado esquerdo da nave há a capela batismal com a pia
batismal de pedra, logo após a porta de entrada, e um púlpito de madeira
talhada no segundo andar. No lado direito da nave há uma imagem de São Benedito
em madeira policromada do século
XVIII. Após a nave fica a capela-mor com uma mesa de altar e o altar-mor de
madeira. No altar-mor há uma imagem grande da padroeira Santana Mestra, no
centro, uma imagem de uma pomba de onde sai “raios” (simbolizando o Espírito
Santo), no fundo, o Deus Pai (século XVII), à direita e o Cristo Salvador
(século XVIII) à esquerda segurando a cruz; estas três últimas imagens são
originárias da Igreja da Santíssima
Trindade em Papucaia. Depois, ainda na capela-mor, havia à esquerda as imagens de São Joaquim
(séculos XVII-XVIII) e São Miguel Arcanjo (século XVIII) e à direita as imagens
de São José (séculos XVII-XVIII) e Nossa Senhora do Rosário (em madeira
policromada do século XVII-XVIII, que, embora repintada, é de ótima qualidade). Antigamente havia três altares na
nave, de construção recente, dois no arco cruzeiro e um na parede anterior da
nave, à direita de quem entra, estando colocado neles a imagem do Sagrado
Coração de Jesus (esquerda), de Nossa Senhora das Dores (direita) e do Cristo
levando a Cruz (direita, na entrada); com a reforma, estes altares foram
removidos e não se definiu ainda o destino destas imagens. À esquerda da nave há uma série de
cômodos do qual o mais posterior é a sacristia que tem um lavatório de pedra,
um móvel antigo de madeira, uma imagem de Nossa Senhora e um crucifixo. Há uma
escada de pedra em caracol, que dá acesso ao púlpito da Igreja e a casa
residencial dos padres. Também se tem acesso aos 2 sinos, sendo que o maior, na
fachada anterior, tem o brasão do Império. Diz a tradição do lugar que existia
uma torre colocada ao lado esquerdo, na frente, toda de pedra. Toda a área da
matriz e o pátio foram antigo cemitério dos brancos da localidade, pois o
cemitério dos escravos era fora da localidade. Havia outrora as imagens
históricas de Nossa Senhora da Conceição de madeira policromada e na porta do
sacrário o do Cristo ressuscitado também em relevo policromado, mas ambas foram
roubadas e desconhece-se o paradeiro. Faz parte do acervo uma Nossa Senhora das
Angústias de 0,23m e um Cristo crucificado de 1,35m em madeira dourada e
policromada, ambos do século XIX, uma coroa de prata do século XVIII, uma
credência de madeira policromada e mármore (0,83m) do século XVIII, um par de
tocheiros de madeira dourada do século XVIII, oito castiçais de madeira dourada
do século XVIII e um pedestal de madeira do século XIX. Toda a área da matriz e
o pátio foram antigo cemitério dos brancos da localidade, pois o cemitério dos
escravos era fora da localidade.
4 - Visitação:
A igreja está em reforma, sem várias das
imagens e com obras em seu interior e exterior, no entanto, pode-se falar com o
responsável para abrir e se ver a igreja por dentro. A igreja também abre para
as atividades religiosas normais.
5 - Bibliografia:
- ARAÚJO, José de Souza Azevedo
Pizarro e. Visitas
Pastorais de Monsenhor Pizarro ao recôncavo
do Rio de Janeiro. Arquivo da
Cúria e da Mitra do Rio de Janeiro (ACMRJ), Rio
de Janeiro, 1794.
- ARAÚJO, José de Souza Azevedo
Pizarro e. Memórias Históricas do Rio de Janeiro e das Províncias anexas à
Jurisdição do Vice-Rei do Estado do Brasil, vol. 3. Rio de Janeiro: Impressão Régia, 1820.
- REZNIK, L. et al. Patrimônio cultural no leste
fluminense: história e memória de Itaboraí, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu,
Guapimirim, Tanguá. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013.
http://www.cachoeirasdemacacu.rj.gov.br/secretarias/meio-ambiente/projetos/Plano-de-Manejo-pedra-colegio/Modulo-3.pdf
http://wikimapia.org/14416468/pt/Igreja-de-Nossa-Senhora-de-Sant-anna-de-Japu%C3%ADba
http://www.monumentosdorio.com.br/monu/br/rj/010.htm
http://www.ferias.tur.br/informacoes/6875/cachoeiras-de-macacu-rj.html
http://www.agenda21comperj.com.br/sites/localhost/files/Hist%C3%B3rico%20e%20dados_Cachoeiras%20de%20Macacu.pdf
http://www.citybrazil.com.br/rj/cachoeirasmacacu/atracoes-turisticas/atrativos-culturais
http://paulogprata.blogspot.com.br/2011/11/um-pouco-da-historia-de-santana-de.html
1 – Localização:
Município de
Cachoeiras de Macacu (RJ), 2º Distrito, Japuíba, Praça Macedo Soares ( 22°33'37.13, - 42°41'34.61")
2 – História:
Em 1732, o fazendeiro Manoel Ferreira da
Silva fundou em suas terras, na Fazenda
chamada Japoahiba (Japuíba), uma
capela dedicada à Nossa Senhora Santana, a pedido de sua esposa dona Mariana Rodrigues, que era devota desta
santa. A capela era subordinada à Freguesia de Santo Antônio de Cacerebu e ao Município de Santo Antônio de Sá (atualmente em Porto das Caixas, Itaboraí).
“Foi eréta por faculdade do Ilmo. Sr. Bispo D. Fr. Antonio de Guadalupe [1725-1740], em despacho de
22/4/1.731 á requerimento do dito Manoel Ferreira da Silva, e sua mulher Mariana Rodrigues,
passando-lhe Provisão de ereção aos 3/9/1.732. Tem patrimonio estabelecido na mesma Fazenda, por Escritura celebrada no
ano de 1.732. [...] Dista
1. ½ leg. ao NE. da Matriz.” (Araújo,
1794)
“[...] [capela] de Santa Anna, construída em
Japoahiba por Manoel Ferreira da Silva, com Provisaõ de 3 de Setembro de 1732.” (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 251)
A capela foi benzida em 1733.
“Foi benzida aos
11/4/1.733 pelo R. Vigário José Rodrigues Paixão.” (Araújo, 1794)
Em 1734 recebeu pia batismal de mármore.
“Á requerimento dos mesmos [Manoel Ferreira da Silva, e sua mulher Mariana Rodrigues]
foi-lhe concedido o uso de Pia batismal em Provisão de 5/6/1.734 que é de pedra mármore, grande e muito
perfeita.” (Araújo, 1794)
“Em beneficio dos
familiares das Fazendas referidas , gozam as Capellas da graça de Pia Baptismal.” (Araújo,
1820, vol. 3, pg. 251)
Em 1737 foi criada a Freguesia da Santíssima Trindade (Papucaia, Cachoeiras de Macacu), por desmembramento da Freguesia de Santo Antônio de Cacerebu, passando a Capela de Santana de Japuíba a ficar dependente desta freguesia. Em 1759
foi dada, junto com a Fazenda Japoahiba, ao Convento de Nossa Senhora da Ajuda
na Cidade do Rio de janeiro, como dote de ingresso de três das filhas do casal
que ali passaram a professar as ordens religiosas.
“[capela] De
Sant´Ana, na Fazenda chamada Japoahiba, hoje do Convento de N. Sra. d´Ajuda desta Cidade, por doação, e
ttº de dote de 3 filhas de Manoel Ferreira da Silva, que alí professaram em 1.759.” (Araújo, 1794)
“A titulo de dote das filhas do
fundador , Professas no Convento de N. Senhora da Conceição da Ajuda , passou
esta Capella com a Fazenda ào mesmo Convento.” (Araújo, 1820,
vol. 3, pg. 251)
A capela tinha uso de sepulturas.
“Tem
uso de Sepulturas, das quais se utiliza grande parte da Freguesia com notável prejuízo
da Fabrica da Matriz, e dos direitos paroquiais, de que são causa
principalmente os RR. Capelães, que tem havido, e os Administradores da Fazenda
assalariados pela Me. Abadessa do mesmo Convento. Por que, pelas sepulturas dentro da Igreja, devendo repartir-se a esmola com a Fabrica da Igreja, [...], recebem toda, prejudicando-se a Fabrica; e pelas que se haviam
dado no Cemitério, recebiam igualmente algumas esmolas, contra o que dispõe a
mesma Constituição.” (Araújo, 1794)
A capela era asseada.
“Aquí faz-se uso de Batismos, e de Santos Oleos para os
Enfermos: e para a Ambula destes mandei, que se fizesse uma bolsa
dentro da qual podesse o R. Sacerdotes levar ao pescoço a mesma Ambula, quando os fôsse administrar. [...]
As suas alfaias estão perfeitas, e a Igreja asseada em termos.” (Araújo,
1794)
Mas, ela precisava de reformas.
“A torre precisa de
reforma, e conserto grande: as varandas de um, e outro lado da Igreja, por
serem abertas, precisam de abrigo aos porcos, e á outros animais: e para evitar
a continuação do dano, e indecência ordenei, que se tapassem até a altura
suficiente de impedir áquela entrada.” (Araújo, 1794)
É interessante observar que no século
XVIII o transporte era feito basicamente por via fluvial, por isto, a igreja foi construída com a frente
virada para o rio. Em 1850, foi
criada a Freguesia de Santana de Japuíba, por desmembramento da freguesia da
Santíssima Trindade. Em 1854 houve a reunificação da Freguesia da Santíssima
Trindade com a de Santana de Japuíba, tendo esta última passado a ser a sede da
freguesia em detrimento da igreja da Santíssima Trindade; esta nova freguesia
passou a ser chamada de Santíssima Trindade de Santa Ana do Macacu. Em 1877 a sede do Município de Santo Antônio de Sá passou para o Arraial de Santana de Japuíba. Em 1923 a
capital do município foi transferida de Japuíba para a vila de Cachoeiras de
Macacu, com a consequente perda de importância de Japuíba e sua igreja. Atualmente a igreja passa por reformas,
estando as imagens em restauração na cidade do Rio de Janeiro. A igreja de Santana é a igreja matriz da Freguesia de Santana de Japuíba, subordinada à Diocese de Nova Friburgo. Santana, mãe de Maria, e avó materna de Jesus, é comemorada em 26 de julho.
3 – Descrição:
A igreja orienta-se na direção
oeste-leste, com maior eixo anteroposterior, ficando a entrada a oeste, em
direção ao rio. O adro é delimitado por um muro baixo com um portão de entrada
na frente e no lado direito, tendo pináculos em seus cantos. As paredes são de
tijolo, pedras sobrepostas, barro, cacos de telha, mariscos e conchas do mar,
com espessura de mais de 1m. Possui telhado de telhas em duas águas, em dois
níveis, correspondendo à nave e à capela-mor. Na frente (oeste), na projeção da
nave, na área delimitada pelos cunhais, há a porta principal da igreja e, no
segundo, andar as duas janelas do coro, todas as três em verga curva com
sobreverga. Mais acima, uma cimalha serve de base a um frontão triangular, com
tímpano liso e ornato em volutas, tendo no ápice uma cruz de metal e nas
extremidades um pináculo de cada lado. Todas as outras portas e janelas são de
verga reta. Na fachada anterior, à esquerda do frontão, fica uma “torre
sineira” baixa, que não se eleva acima do frontão; nela há um grande sino. A
parede direita (sul) é dividida em dois por um contraforte, havendo uma porta na
sua parte mais anterior, que dá para a nave. A parede esquerda (norte),
apresenta a fachada lateral da “torre sineira”, na sua porção mais anterior,
projetada para fora, estando nela um outro sino menor que o anterior; depois
apresenta no primeiro andar uma porta externa que dá para um cômodo lateral e
três janelas, duas das quais na sacristia; no segundo andar há duas varandas,
cada uma com uma porta e duas janelas. Na parede posterior (leste) há duas
janelas e, acima delas, um óculo.
No interior há uma nave com uma porta de
cada lado, a do lado direito dá para o exterior e a esquerda dá para uns
cômodos anexos. No lado esquerdo da nave há a capela batismal com a pia
batismal de pedra, logo após a porta de entrada, e um púlpito de madeira
talhada no segundo andar. No lado direito da nave há uma imagem de São Benedito
em madeira policromada do século
XVIII. Após a nave fica a capela-mor com uma mesa de altar e o altar-mor de
madeira. No altar-mor há uma imagem grande da padroeira Santana Mestra, no
centro, uma imagem de uma pomba de onde sai “raios” (simbolizando o Espírito
Santo), no fundo, o Deus Pai (século XVII), à direita e o Cristo Salvador
(século XVIII) à esquerda segurando a cruz; estas três últimas imagens são
originárias da Igreja da Santíssima
Trindade em Papucaia. Depois, ainda na capela-mor, havia à esquerda as imagens de São Joaquim
(séculos XVII-XVIII) e São Miguel Arcanjo (século XVIII) e à direita as imagens
de São José (séculos XVII-XVIII) e Nossa Senhora do Rosário (em madeira
policromada do século XVII-XVIII, que, embora repintada, é de ótima qualidade). Antigamente havia três altares na
nave, de construção recente, dois no arco cruzeiro e um na parede anterior da
nave, à direita de quem entra, estando colocado neles a imagem do Sagrado
Coração de Jesus (esquerda), de Nossa Senhora das Dores (direita) e do Cristo
levando a Cruz (direita, na entrada); com a reforma, estes altares foram
removidos e não se definiu ainda o destino destas imagens. À esquerda da nave há uma série de
cômodos do qual o mais posterior é a sacristia que tem um lavatório de pedra,
um móvel antigo de madeira, uma imagem de Nossa Senhora e um crucifixo. Há uma
escada de pedra em caracol, que dá acesso ao púlpito da Igreja e a casa
residencial dos padres. Também se tem acesso aos 2 sinos, sendo que o maior, na
fachada anterior, tem o brasão do Império. Diz a tradição do lugar que existia
uma torre colocada ao lado esquerdo, na frente, toda de pedra. Toda a área da
matriz e o pátio foram antigo cemitério dos brancos da localidade, pois o
cemitério dos escravos era fora da localidade. Havia outrora as imagens
históricas de Nossa Senhora da Conceição de madeira policromada e na porta do
sacrário o do Cristo ressuscitado também em relevo policromado, mas ambas foram
roubadas e desconhece-se o paradeiro. Faz parte do acervo uma Nossa Senhora das
Angústias de 0,23m e um Cristo crucificado de 1,35m em madeira dourada e
policromada, ambos do século XIX, uma coroa de prata do século XVIII, uma
credência de madeira policromada e mármore (0,83m) do século XVIII, um par de
tocheiros de madeira dourada do século XVIII, oito castiçais de madeira dourada
do século XVIII e um pedestal de madeira do século XIX. Toda a área da matriz e
o pátio foram antigo cemitério dos brancos da localidade, pois o cemitério dos
escravos era fora da localidade.
4 - Visitação:
A igreja está em reforma, sem várias das
imagens e com obras em seu interior e exterior, no entanto, pode-se falar com o
responsável para abrir e se ver a igreja por dentro. A igreja também abre para
as atividades religiosas normais.
5 - Bibliografia:
- ARAÚJO, José de Souza Azevedo
Pizarro e. Visitas
Pastorais de Monsenhor Pizarro ao recôncavo
do Rio de Janeiro. Arquivo da
Cúria e da Mitra do Rio de Janeiro (ACMRJ), Rio
de Janeiro, 1794.
- ARAÚJO, José de Souza Azevedo
Pizarro e. Memórias Históricas do Rio de Janeiro e das Províncias anexas à
Jurisdição do Vice-Rei do Estado do Brasil, vol. 3. Rio de Janeiro: Impressão Régia, 1820.
- REZNIK, L. et al. Patrimônio cultural no leste
fluminense: história e memória de Itaboraí, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu,
Guapimirim, Tanguá. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013.
http://www.cachoeirasdemacacu.rj.gov.br/secretarias/meio-ambiente/projetos/Plano-de-Manejo-pedra-colegio/Modulo-3.pdf
http://wikimapia.org/14416468/pt/Igreja-de-Nossa-Senhora-de-Sant-anna-de-Japu%C3%ADba
http://www.monumentosdorio.com.br/monu/br/rj/010.htm
http://www.ferias.tur.br/informacoes/6875/cachoeiras-de-macacu-rj.html
http://www.agenda21comperj.com.br/sites/localhost/files/Hist%C3%B3rico%20e%20dados_Cachoeiras%20de%20Macacu.pdf
http://www.citybrazil.com.br/rj/cachoeirasmacacu/atracoes-turisticas/atrativos-culturais
http://paulogprata.blogspot.com.br/2011/11/um-pouco-da-historia-de-santana-de.html
Church of Santana de Japuíba: Brazil, State of Rio de Janeiro, City of Cachoeiras de Macacu
The church of Santana of Japuíba is an eighteenth century church
located in the municipality of Cachoeiras Macacu. It has its origin in the
Chapel of Santana built in 1732 in the Farm of Manoel Ferreira da Silva, at the
request of his wife Dona Mariana, who was a devotee of Our Lady Santana. In
1854 the parish church of the parish of the Holy Trinity moved from the church of
Holy Trinity in Papucaia to the church of Santana of Japuíba and changed its
name to parish of Holy Trinity of Santa Ana of Macacu. In 1923 the capital of
the municipality and, consequently, the parish seat move to the village of Chachoeiras
de Macacu, with the consequent loss of importance of Japuíba and its church.
The church is currently undergoing restoration. The church has in it’s main altar
the image of Santana and the images of the Holy Trinity originated
in the Church of the Holy Trinity in Papucaia. It also has a beautiful wooden
pulpit and a bell with the arms of the Empire of Brazil.
Imagem do Google Earth |
Imagem do Google Earth. Detalhe |
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Foto antiga da parede da frente. Observe que havia uma linha de trem diante da igreja
|
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Frente (foto do autor) |
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Coro e parte posterior da igreja (foto do autor) |
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Nave e parede direita. A porta foi retirada para reforma (foto do autor) |
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Púlpito na parede esquerda (foto do autor)
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Sacristia com lavatório, imagem de Nossa Senhora e Crucifixo
|
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Sino maior. Detalhe do brasão do Império (foto do autor) |
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