BRASIL: RJ: CACHOEIRAS DE MACACU:
Igreja da Santíssima Trindade (Papucaia) -
Church of Holy Trinity of Papucaia
Igreja da Santíssima Trindade (Papucaia) -
Church of Holy Trinity of Papucaia
1 – Localização:
Município de Cachoeiras de Macacu
(RJ), 2º Distrito, Papucaia (Belém) (-22°35'26.53",
-42°45'53.91")
2 – História:
No século XVII foi fundada a Capela da
Santíssima Trindade na Fazenda de Dona Catarina Francisca de Azevedo, viúva de
Joaquim Mariano de Castro, sendo dependente da Freguesia da Candelária (RJ).
“Pertencendo o terreno, em que se acha colocada
esta Freguesia, á Santo Antonio de
Sá, e sendo de necessidade, que pela sua extensão, e longitude houvesse quem administrasse o pasto espiritual aos
povos, que alí habitavam, e em cada dia cresciam, [...] e
havendo em toda esta extensão uma só Capela com o termo da SSma. Trindade, fundada pelos
antepossuidores da Fazenda, que hoje é de D. Caterina Francisca d´Azevedo viuva do Dr.
Joakim Mariano de Castro, e de seus herdeiros, em 1.600 e tantos anos [...]” (Araújo, 1794)
“Dilatando-se o Povo pelos Sertoens extensos de
Macacu , distante notavelmente da Freguezia de S. Antonio de Casarébû , foi
necessário crear uma Parochia em beneficio dos novos Colonos , cujo
estabelecimento se deveu, ao Prelado Silveira , utilizando-se da Capella
fundada em lugar pouco distante do Rio Macacu, e dedicada à Santíssima Trindade
[...]” (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 246-247)
Em 1644 passou a depender da recém-criada
Freguesia de Santo Antônio de Cacerebu, desmembrada da Freguesia da Candelária.
Em 1675 ela foi elevada a capela curata.
“[...] foi essa mesma criada em
Cura, para com mais prontidão serem socorridos
com os Sacramentos os povos mais vizinhos [...] faz-se certo, que fôra
estabelecida á Cura no ano de 1.675 pelo Revmo. Administrador da Jurisdição
Eclesiástica Dr. Francisco da Silveira Dias [...] a 10 de agosto
de 1.675 anos” (Araújo, 1794)
“[...] Prelado Silveira [...]
instituiu um Curato , que principiou à ter exercício no dia 10 de Agosto de
1675, e para regimen do Capeliaõ deu o mesmo Prelado regras , à titulo de
Constituiçoens , datadas no mez de Outubro [...]” (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 247)
Em 05 de agosto de 1697, é criada a vila de
Santo Antônio de Sá (Porto das Caixas, Itaboraí), 2ª vila criada na Capitania
do Rio de Janeiro, criando-se, ao mesmo tempo, o município de mesmo nome e passando,
então, a Capela da Santíssima Trindade a pertencer administrativamente àquela
vila.
Como a antiga Capela entrasse em ruínas,
começou-se, em 1737, a se construir uma nova igreja em novo local, próximo da
anterior, fazendo-se os alicerces de pedra
e cal em todo o comprimento, e circuito da sua extensão, até a superfície da
terra.
“Sendo fundada a Capela dita sobre esteios,
veio pela continuação dos tempos á arruinar-se notavelmente. Por essa causa
recomendou o R. Dr. Visitador Lourenço de Valadares
Vieira em Cap. de sua Visita no ano de 1.727, que se cuidasse na sua reforma, e reedificação. O mesmo
recomendou o Ilmo. Sr. Bispo D. Fr. Antonio de Guadalupe [1725-1740] em sua
Visita de 1.733: e ultimamente o R. Dr. Visitador José de Soiza Ribeiro d´Araujo em sua Visita de
1.737; lamentando a decadência, ruína, e indignidade em que ela se achava, conseguiu que o
povo tomasse em deliberação a construção de novo
Templo, que se efetuou em outro lugar pouco mais distante daquele.” (Araújo, 1794)
“[...] Construída a Capella sobre
esteios , era de esperar , que naõ durasse dilatados annos ; e arruinada quasi
toda em 1727 , foi preciso incitar os freguezes para a sua reedificaçaõ , como
fez o Conego Lourenço de Valladares Vieira , em seus Capitulos de Visita da
Freguezia : mas, naõ produzindo effeito as admoestaçoens d’esse Visitador , nem
as recommendaçoens do Bispo D. Fr. Antonio de Guadalupe , em Visita do anno de
1733 , conseguiu o Visitador Doutor José de Souza Ribeiro de Araujo em 1737,
que se deliberasse o Povo á levantar outro Templo mais durável em sitio visinho
ao primeiro. Premeditada a obra com assàs nobreza , e dignidade , principiou o
seu trabalho sem cainheza , concorrendo apenas a piedade dos fregueses [...]” (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 247-248)
Neste mesmo ano de 1737 foi
criada a freguesia da Santíssima Trindade, com sede na igreja da
Santíssima Trindade, separando-se da Freguesia de Santo Antônio de Cacerebu, mas continuando a fazer parte da Vila de Santo
Antônio de Sá. As obras foram lentas devido a problemas orçamentários.
“Sem dúvida deu-se princípio á obra da nova
Matriz, fazendo-se os alicérces de pedra
e cal em todo o comprimento, e circuito da sua extensão, até a superfície da
terra. E por que a obra principiada naquele risco, necessitava do adjuntório de
um braço mais poderoso, que não
tinha aquele povo; foi por isso mesmo que só se pode concluir a Capela Maior,
reservando-se a conclusão do Corpo para outra mais favorável estação, na
esperança de que, pagando S.M. o custo da dita Capela, pelo que foi avaliada,
com essa quantia mais facilmente se findasse, ou aumentasse a obra do Corpo: e
como até o presente em coisa alguma tem ajudado S.M., existe a mesma Igreja no
estado em que ficou a princípio; com a diferença somente de ter sido
acrescentada a Capela no seu fundo,
pelo R. Vigário Colado Manoel da Silva Coelho, á sua custa, e das contribuições de algumas esmolas do povo, e da
Irmandade da SSma. Trindade, pelos anos de 1.755 ou 56 [...] Não consta que S. Mag[estade] haja
feito despesa alguma com esta Igreja; por que a 1ª Matriz foi uma Capela
particular, e a 2ª foi feita pelo Povo: apenas para a sustentação do Pároco,
contribue a S. Real Fazenda com a porção de 200$ reis; para o Coadjutor 25$Rs.,
e para o guizamento 23$. e tantos réis.” (Araújo,
1794)
“[...] mas faltando depois os meios
de proseguir o trabalho do Corpo , ficou só ultimada a Capella mór com paredes
de pedra e cal [...] Requereado
á El Rei os freguezes , que lhes-mandasse dar a importancia da obra da Capella
mór para se continuar a do Corpo , por Ordem do mesmo Soberano de 9 de Março do
1762 [...] se determinou a contribuiçaõ na quantia despendida:
porém , falhando o pagamento , ficou por isso o Templo incompleto , e o Povo
assas frio atégora em concorrer para essa despez” (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 248-249)
A Igreja da Santíssima Trindade foi benzida em
1743, mesmo não estando terminada.
“Concluída a Capela Maior, e em termos asseada,
para ela foi mandado pelo Revmo.
Dr. Visitador Henrique Moreira de Carvalho, em sua Visita no mês de fev. de
1.743, que se mudasse as Imagens, Pia Batismal, Santos Oleos, e tudo o mais,
que se achava na Igreja Velha, havendo primeiro licença para se benzer a nova
Capela; e que se fizesse um alpendre, para cômodo do Povo, com os materiais da
Igreja Velha cujo lugar seria depois cercado, para se evitar a profanação de um
lugar que foi bento, mais ainda
para constar, que foi o lugar da Igreja. Em
execução ao dito Capítulo foi benzida a Capela aos 3/5/1.743 pelo R. Vigário
Anastácio Rodrigues de Barros, em virtude da Provisão passada [...] aos 4/4/do mesmo ano: e aos 3/2 do ano
seguinte de 1.744 pelo mesmo Vigário, em virtude da Provisão datada aos 16 de dezembro,
foi benzido o Corpo da Igreja destinado, e o terreno, que havia servir de
Cemiterio.” (Araújo, 1794)
“[...] e achando o Visitador Doutor
Henrique Moreira de Carvalho, Conego Doutoral, quasi concluida a Capella Mór,
ordenou, em Fevereiro de 1743 , que fechado o Arco, trasladasse para alli o
Pároco a Pia Baptismal , e tudo mais que occupava a Igreja velha , de cujos
materiaes mandou construir um telheiro , sob o qual se podesse accommodar o Povo.
Assim se executou no mesmo anno , em que , por Provisaõ de 4 de Abril , se
benzeu o novo Templo no dia 3 de Maio , para dar principio ao uso das funçoens
sagradas [...] O Corpo [...] nesse espaço se
levantou um telheiro ... onde ficaram accommodados tres Altares , que depois de
benzido o lugar (e nessa mesma occasiaõ o Cemiterio) por Provisão de 16 de
dezembro do anno sobre dito [1743], no dia 3 de fevereiro de 1744
entráram em uso.” (Araújo,
1820, vol. 3, pg. 248-249)
A capela-mor foi aumentada em 1755
“[...] o Vigário Manoel da Silva
Coelho augmentou [a capela-mor] no anno de 1755 , ou no seguinte ,
para ter o comprimento de 50 palmos [11m],
e largura de 27 [6m].” (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 248)
Em 1755 foi transformada em capela colada.
“Ou como
Curada ainda, ou como Freguesia Encomendada subsistiu até o ano de 1.755, em que por Alvará de S.M. de 26 de
janeiro, em Resolução de 29 de março de 1.750 á Consulta da Mesa da Consciência de 13
do mesmo mês e ano, foi criada, erigida de natureza
Colativa.” (Araújo, 1794)
“Pelo Alvará de 26 de Janeiro de 1755 entrou a
Classe das Igrejas Parochiaes perpetuas: e o Padre Manoel Silva Coelho , 1 º
Apresentado á 17 do mesmo mez , e anno , foi confirmado na Parochia à 19 de
Junho seguinte.” (Araújo, 1820, vol. 3, pg. 249)
Em 1781 passou a ter Sacrário e culto ao
Santíssimo Sacramento.
“Do dia, em que nesta Matriz se colocou o SSmo.
Sacramento, não há perfeita
lembrança: mais é certo, que foi depois de Visita de 1.781.” (Araújo, 1794)
“Subsistiu esta Freguezia sem Sacrário [...] por
falta dos meios para sustentar o culto do SS. Sacramento [...]:
no anno de 1781 , por determinação do Visitador Ordinario, principiou á gozar
doesse beneficio, em attençaõ ás necessidades espirituaes dos enfermos.” (Araújo, vol. 3, pg. 249)
Em 1794 o padre Antônio Joaquim Mariano de
Castro reformou o telheiro que servia como corpo da nave, por estar em mau
estado, e fez uma nova pintura no retábulo da Capela-mor.
“O telheiro que então se fez para se formalizar
o Corpo da Igreja, é ainda o
mesmo, que subsiste, sem maior esperança de outra renovação, ou mudança; e já teria
caído de todo, se o atual o R. Vigário [padre Antônio Joakim Mariano de Castro],
depois que se fez cargo desta Igreja, não cuidasse em repará-lo nas suas
ruínas, á muito ameaçadas, e que já fizeram o objeto das recomendações dos meus
antecessores, e das magoadas expressões do R. Visitador Mayrink na sua última
Visita no ano de 1.791 vendo-o de todo arruinado assim como achou também as
alfaias, e os ornatos dos Altares. Mas apesár
do reparo de novo feito, acha-se o dito telheiro necessitado de outra reforma,
por ser Corpo Velho, e carmuxoso,
formado de esteios, e paredes de barro, muito baixo, e por isso muito abafado.” (Araújo, 1794)
A igreja estava bem localizada e era de boas dimensões.
“A situação desta Freguesia em um plano
elevado, e de curta extensão, não é das piores;
a vista, de que goza, não é desagradável posto que cercada de morros, mais distantes. Em frente ao rumo de SSW.
está fundada esta Igreja [...]” (Araújo, 1794)
“[...] a sua Capela Maior, que é de pedra e cal, e forrado o seu
této, tem de comprimento 50 palmos [11m]; e de largura 27 [6m]. O Corpo, á que se deu princípio com os
alicérces, ou baldrames até a superfície da terra, tem no seu comprimento 115
palmos. [25m], e da
largura 40 ditos [8,8m], o
telheiro que serve de Corpo, tem
de comprimento 90 palmos [20m];
e de largura 30 [6,5m].” (Araújo, 1794)
“[...] a Capella mór com [...]
o comprimento de 50 palmos [11m], e largura de 27 [6m]. O Corpo porém detalhado
com a estensaõ de 150 palmos [33m],
e vaõ de 40 [8,8m], naõ
poude senaõ mostrar os seus grandes alirerces em roda até á face da terra , sem
a menor esperança de surgirem ; e nesse espaço se levantou um telheiro com o
comprimento de 90 palmos [20m],
e largura do 30 [6,5m],
onda ficaram accommodados tres Altares [...]” (Araújo,
vol. 3, pg. 246-250)
No altar-mor estavam colocadas
as imagens da Santíssima Trindade (a imagem do Pai Eterno, do Cristo e uma imagem em “raios”
simbolizando o Espírito Santo) e o sacrário. As imagens da Santíssima
Trindade do altar-mor foram transferidas para o altar-mor da igreja de Santana
de Japuíba (veja esta postagem), onde se encontram até hoje. A pia batismal era
de madeira.
“Além do Altar Maior, em que acham colocadas as
Imagens da SSma. Trindade, de vulto, e o Sacrario; hão mais 3 no chamado Corpo
da Igreja. Da parte do Evangelho [lado esquerdo] só o de N. Sra. do Rosario; da
parte da Epístola [lado
direito], o da Sra. da Boa Morte, e o de S. Miguel: todos estes ornados com
retabulos de táboas lisas, e com pinturas bem ordinárias:
só o Maior é que se vê bem ornado, asseado, e pintado de novo por zêlo, e atividade do atual R. Pároco. As
Imagens de Cristo, que naqueles Altares achei imperfeitíssimas,
foram recolhidas... exceto a do Altar Maior.” (Araújo, 1794)
“O Sacrario é doirado por dentro, e conservado
em asseio com cortinas [...] de seda d´oiro novas [...]
A Píxide de prata doirada estava
coberta com o seu pavilhão de seda d´oiro também nova: o Respeito é igualmente novo.
[...] A Pia Batismal, que é
de madeira, conserva-se sã; mais sem estar recolhida entre grades [...]
As Ambulas que ordinariamente servem aos Santos Oleos, são de estanho: mais as que se achavam reservadas para
conduzir os novos Santos Oleos eram de vidro, reprovadas
pela Const., e como tais proibí, que mais se conservasse, e em seu lugar mandei
que se fizesse outro termo de estanho, ou de prata. As Alfaias, que haviam,
consta do Inventário á fl. 240: quase todas foram reformadas pelo atual Pároco,
e outra feitas de novo; são
tratadas com zêlo.” (Araújo, 1794)
“Pratas: 1 Píxide doirada por dentro. 1 Relicario. 1 Calix muito pequeno com os seus
pertences. Imagens: 3 que simbolizam a Trindade
Santíssima. 1 de S. Miguel. 1 da Sra. do Rosario. 1 da Sra. da Boa
Morte. 2 Crucifixos. Moveis: [...] 2 Pedras d´Ara. [...] 1 Cruz de metal em sua haste
de madeira. [...] 1
Arcaz na Sacristia, e 1 Armario. 1 Lavatorio de folha de flandres. 1 Pia Batismal de madeira [...]” (Araújo, 1794)
A
igreja possuía 4 irmandades.
“1ª - da SSma. Trindade, Orago, eréta no ano de
1.724 [...]
O seu Compromisso foi aprovado [...] em Provisão de 31/5/1.767.
Com a obrigação de contribuir esta Irmandades com a 3ª parte das despesas, que
se houvessem de fazer nos reparos, e reedificação da Igreja, foi-lhe concedido
o uso de 4 Sepulturas dentro da Capela Mór para os seus Irmãos falecidos [...]
2ª - da Senhora do Rosário, e S. Benedicto, eréta por [...]
Provisão de 26/8/ de 1.687. Seu Compromisso foi aprovado [...] em
Provisão de 26/5/1.767. Tem 6 Sepulturas, que lhe foram concedidas com a pensão
de mandar fazer uma Pia Batismal de madeira, que fôsse oleada [...]
3ª - da Senhora da Boa Morte, eréta por [...] Provisão de
20/8/1.716. Não tem confirmação de S.M., e existe como extinta. Por não ter
sepulturas próprias, paga á Fabrica as que lhe são necessárias para se
sepultarem seus Irmãos. 4ª - de São Miguel e Almas, eréta [...]
em Provisão de 17/7/1.756. Seu Compromisso foi aprovado [...] em
Provisão de 27 do mesmo mês e ano, e acha-se confirmado pela Mesa, em Provisão
de 26/5/1.767. [...] Tem 4 Sepulturas das grades para baixo, ao
pé do seu Altar [...]” (Araújo, 1794)
A igreja não possuía bens.
"Bens patrimoniais não tem alguns a
Fabrica desta Igreja. Só a Irmandade do Orago possue, por doação que lhe fez
uma F. viuva de Manoel Antunes, 50 braças de terras de testada, que os antigos
afirmam terem sido doadas para se fazer a nova Igreja: destas mesmas terras
peercebe a dita Irmandade os fóros, ou arrendamentos competentes...Pelas
Sepulturas pagam-se, d´esde a
Porta principal até ás travessas, 1$000Rs até as grades, 2$000Rs: e das grades até o Presbítero entram também as
covas ou Sepulturas das Irmandades, que só se servem
das da Fabrica em necessidade e pagam conforme o lugar." (Araújo, 1794)
A freguesia na época de
Araújo possuía 4 Capelas filiais: 1ª Capela de Nossa Senhora do Monserrate, dos Religiosos do Carmo a 6,5km ao sul; 2ª Capela de Nossa Senhora da
Conceição na Fazenda da Papocaia, antiga fazenda dos Jesuítas, a 3km para o sul; 3a Capela de Sant’Ana, na Fazenda chamada Japoahiba, do Convento de Nossa Senhora da Ajuda (RJ), a 10km ao nordeste
da Matriz (atual igreja de Santana de Japuíba; ver esta postagem); 4a
Capela de Nossa Senhora da
Conceição, na Cachoeira a 16,5km
para o norte da Matriz.
Em 1850, a freguesia da Santíssima Trindade foi
dividida em duas freguesias: uma sediada na Igreja da Santíssima Trindade (na
atual Papucaia) e a outra com sede na Igreja de Santana (na atual Japuíba). Em
1854 houve a reunificação da Freguesia da Santíssima Trindade com a de Santana
de Japuíba e a partir desse momento a sede passou para a Igreja de Santana de
Japuíba e sua nova denominação passou a ser Freguesia da Santíssima Trindade de
Santa Ana do Macacu. A mudança da sede da freguesia e do Município de Santo
Antônio de Sá (1877) primeiro para Japuíba e, posteriormente para a vila de
Cachoeiras de Macacu (1923), atual sede do Cachoeiras de Macacu, levaram ao
abandono da antiga Igreja Matriz da Santíssima Trindade, até ela cair em
ruínas. Atualmente é conhecida como Igreja Velha.
3 – Descrição:
A igreja tem uma orientação geral NNE-SSW,
com sua frente orientada em direção SSW e maior comprimento no sentido
ântero-posterior. Da igreja só restam as paredes laterais. Na parede lateral mais a
noroeste (mais próxima da estrada) pode se ver uma porta na sua porção posterior
e três janelas no segundo andar; há quatro cunhais na fachada. Esta parede está
em ruínas e falta-lhe um pedaço, sendo provável que existisse mais uma janela e
um cunhal, como na parede do outro lado. Na parede lateral mais a sudeste (mais
longe da estrada) pode se ver uma porta na sua porção posterior e quatro
janelas no segundo andar; há cinco cunhais na fachada; parece haver um nicho em
arco na parede interna, para um altar lateral, cuja parede está meio
desmoronada, simulando quase uma porta. Das paredes anterior e posterior nada
sobrou. As janelas e portas são de verga curva. Também não há vestígios da
porta de entrada nem da capela maior.
4 – Visitação:
Atualmente a igreja encontra-se em uma propriedade particular a
beira da estrada, cercada por arame farpado. Pode-se ver a igreja da estrada,
visto que a sua fachada lateral mais a noroeste está bem próxima da estrada.
Para se entrar nas ruínas será necessária a autorização dos proprietários.
5 – Bibliografia:
ARAÚJO, José de Souza Azevedo Pizarro e. Visitas Pastorais
de Monsenhor Pizarro ao recôncavo
do Rio de Janeiro. Arquivo da
Cúria e da Mitra do Rio de Janeiro (ACMRJ), Rio
de Janeiro, 1794.
ARAÚJO, José de Souza Azevedo Pizarro e. Memórias Históricas do Rio de
Janeiro e das Províncias anexas à Jurisdição do Vice-Rei do Estado do Brasil,
vol. 3. Rio de Janeiro: Impressão Régia, 1820.
REZNIK, L. et al. Patrimônio
cultural no leste fluminense: história e memória de Itaboraí, Rio Bonito,
Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Tanguá. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013.
http://wikimapia.org/25582595/pt/Ru%C3%ADnas-da-Igreja-da-Sant%C3%ADssima-Trindade
The Church of Holy Trinity was an eighteenth century church located in Papucaia, in the municipality of Cachoeiras de Macacu (Rio de Janeiro state, Brazil) and was currently in ruins. It was erected as a farm chapel in the seventeenth century, but went in ruins in the eighteenth century. With the creation of the parish of Holy Trinity in 1737, a new church was erected, at a new location, near the former, to replace the old chapel. The Church of Holy Trinity was inaugurated in 1743. In 1854 the parish church was changed to the church of Santana of Japuíba, leading to the subsequent abandonment of the church of Holy Trinity. Currently only the ruins of the side walls remain, but the images of the Holy Trinity of his main altar are currently on the main altar of the church of Santana de Japuíba.
Imagem Google Earth |
Google Earth, observando-se as paredes NW e SE |
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Parede esquerda (NW) (foto do autor) |
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Parede esquerda (NW) (foto do autor) |
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Parede esquerda (NW), detalhe (foto do autor) |
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Face anterior (foto do autor) |
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Face posterior (foto do autor) |
Quantos km do centro de papucai até a igreja ??
ResponderExcluirAdorei ler esses trechos da história. Fomos visitar no presente junho de 2021 e o local é lindo mas infelizmente mal conservado. No mesmo passeio, visitamos também as ruínas de São José da Boa Morte, que da mesma forma, mal conservada e sendo ela tombada. Realmente só temos que lamentar pela perca da nossa história e cultura.
ResponderExcluirEspaços como esse, para a colocação de um "norte" para leigos como eu terem ideia de locais maravilhoso é de extrema relevância. Parabéns