2 – Histórico:
No alto da cidadela de Jaffa havia uma fortaleza dos Cruzados, que entrou em ruínas e sobre ela foi construído um complexo Otomano com belos tetos curvos. Ele foi reconstruído no século 18 e, muito provavelmente foi usado para hospedagem (Han). Em 1811, o governador de Jaffa, Muhammad Agha- Sehmi, mais conhecido como Abu Nabut (1807-1818) estabeleceu o Governo da cidade neste edifício. Juntamente com a área Governamental, havia um grande portão, um poço, uma prisão (Kisla), um posto de correios, uma casa de banhos turca (Hammam), uma pequena mesquita, um pátio não coberto e cercado com colunas, salas para os animais, mercadorias e para visitantes, com instalações de aquecimento para os convidados e moradores. O edifício de pedra do Old Saraya é o maior edifício existente na cidade velha de Jaffa. Na década de 1870, a Kisla (ver postagem Kisla) foi transferida para sua localização atual, na cidade baixa, perto da mesquita Mahmoudiya (ver postagem). O edifício deixou de ser usado para essas funções quando o New Saraya foi construído em 1897 na Praça do Relógio. O edifício foi, então, adquirido pela família Demyani, uma rica e famosa família árabe grego-ortodoxo de Jaffa, que tradicionalmente servia como "Os cônsules de quatro nações", mediadores entre os cristãos locais e do regime Otomano. A família Demyani instalou em uma ala do edifício a famosa fábrica de sabão feito de óleo de oliva, que foi muito bem sucedida. Na outra ala, foi estabelecida a residência da família e outra ala, aparentemente, também serviu como um albergue.
Durante a Guerra da Independência de Israel em 1948, o edifício foi abandonado, e, mais tarde, tornou-se, propriedade da prefeitura de Tel Aviv, sendo declarada uma área para a preservação. O Museu de Antiguidades de Jaffa está localizado no lado leste do edifício Old Saraya e foi criado, em 1960, pelo falecido Dr. Kaplan, arqueólogo pioneiro do novo Estado judeu que escavou em Jaffa e seus arredores. O museu contém artefatos datados desde 6000 AC (Neolítico). Entre os objetos conservados no Museu estão as pedras batente do Portão de Ramsés II (ver postagem Jaffa) (ele comemora o retorno seguro de Ramsés II para Jaffa, após a batalha de Kadesh de 1274 a.C. contra o império hitita, tendo seus nomes e títulos esculpidos sobre ela), a transcrição do prisma do Rei assírio Senaqueribe (705-681 AC) e a transcrição do túmulo de Ashmonaz (século V AC). O Teatro árabe-hebraico de Jaffa foi fundado no lado leste do edifício do antigo palácio em 1998 e é o lar de dois grupos de teatro. O Banho turco (Hammam), operava no lado sul do edifício e servia aos visitantes do palácio. Dos anos 1960 a 1980, os banhos serviram como um dos principais teatros de Israel e atualmente serve como um local para eventos privados, como casamentos.
3 – Descrição:
O edifício situa-se de frente para a Mifraz Shlomo Promenade e tem uma direção geral nor-nordeste – sul-sudoeste. A forma do prédio é de dois retângulos colocados um ao lado do outro, mas com um deles mais a frente que o outro. A frente possui dois planos, o mais à esquerda (leste). A fachada é dividida por 8 grandes cunhais, havendo entre o primeiro e segundo cunhais uma fonte, formado de um tanque baixo ornamentado de pedra, na parede dois arcos contíguos com uma pia no meio de cada; entre a curva dos dois arcos há um pequeno medalhão circular com uma cruz de seis pontas e mais acima uma inscrição em hebraico e no alto um semicírculo decorado. No segundo andar, entre o segundo e terceiro cunhais há uma janela em arco. No plano mais à direita (oeste), o edifício se projeta para a frente; na sua face esquerda (leste) há uma janela estreita em arco e um arco com duas pequenas janelas, no primeiro andar. A face anterior (norte) desta fachada se divide em dois. Sua parte mais à esquerda há, no primeiro andar, uma porta e uma janela em arcos abatidos; acima há 3 pequenos óculos e, no segundo andar, 3 janelas ogivais. Na sua parte mais à direita há a porta monumental em arco, ocupando os dois andares, e tendo um terceiro andar com 4 janelas. A porta em arco é decorada, com 3 arcos em profundidade, um dentro do outro e com uma pequena janela quadrada entre o primeiro e segundo arcos. O lado esquerdo dá para uma ampla praça de piso empedrado e se volta em direção este-sudeste. O edifício possui dois andares e uma projeção transversa mais baixa na parte mais sul (posterior). O primeiro andar possui uma porta de verga reta (mais ao norte) e outras duas em arco e uma pequena janela quadrada. Acima de cada porta há uma pequena janela retangular com grades. No andar de cima, há 3 portas em arco, alinhadas com as janelas e portas do andar de baixo; o vão das portas também é gradeado. No canto norte e entre cada porta há um grande cunhal. No alto há um teto plano com um gradil baixo. No canto sul desta parede há uma projeção da fachada em forma quadrangular, mais baixa que o resto do edifício e tendo, na fachada que dá para o norte, no primeiro andar, uma porta em arco abatido e, no segundo andar uma porta e uma janela em arcos, com grade. Na parede mais a leste desta projeção da fachada, há 4 janelas retangulares pequenas no primeiro andar e duas janelas em arco contíguas no segundo andar; depois a fachada continua com um só andar com uma porta e ao fim há mais uma projeção baixa formado, nos três lados não contíguos ao edifício, por um arco em cada lado, sobre um piso mais elevado com 7 degraus. Como o solo tem uma inclinação em direção a leste, o lado direito leste está parcialmente coberto pelo solo mais alto, mas há no segundo andar (correspondente ao terceiro da fachada anterior) uma janela e na sua parte detrás há mais um andar com 3 janelas em arco; depois o edifício continua mais baixo, apenas com o vestígio de um grande arco na fachada, mas totalmente murado. Os fundos estão parcialmente cobertos por outras estruturas, mas pode se ver no segundo andar uma janela em arco e no primeiro andar um arco tampado com uma janela retangular em seu interior.
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