BRASIL: RJ: RIO DE JANEIRO:
Hotel
Pharoux - Pharoux Hotel
1 – Localização:
Município do
Rio de Janeiro. Ap 1.0. Centro. Avenida Alfredo Agache (22.903609,
-43.172576). O Hotel Pharoux ficava na Avenida Alfredo Agache, em frente do
Museu da justiça.
2 – Histórico:
Louis Dominique Pharoux, um francês de Marselha, lutou ao lado de
Napoleão e depois decidiu exilar-se no Brasil, por razões políticas, e
reconstruir sua vida. Após conhecer melhor o Rio de Janeiro decidiu construir
um novo hotel, oferecendo serviços em nível compatível com os padrões europeus.
Na verdade, o Rio de Janeiro era muito mal servido quanto a hotéis. Fora
algumas exceções, as hospedagens eram pouco mais que pousadas pulguentas. Em
1816 ele fundou o hotel, inicialmente, na Rua da Quitanda, não passando de uma
Hospedaria e casa de Pasto, mas em 1838, o hotel transfere-se para a Rua Fresca
(depois Rua Clapp, atualmente englobada pela Avenida
Alfredo Agache), esquina do Largo do Paço (Praça XV), com os fundos
dando diretamente para o mar na praia de Don Manuel, e ressurge refinado,
confortável, trazendo para a corte um glamour europeu.
"Mudança de Casa". “Luiz Pharoux tem a
honra de participar ao respeitável público desta corte, que ele acaba de
transferir a sua hospedaria da Rua da Quitanda para a Rua Fresca número 3, em
frente ao mar." (O Jornal do Comércio, 12 de Fevereiro de 1838)
Não está clara a data de construção do
edifício, certamente antes de 1838. Nos fundos havia um cais de desembarque,
que acabou sendo conhecido como Cais Pharoux. Além de boas acomodações, o
público foi imediatamente conquistado pela excelente cozinha e pelos vinhos
franceses de qualidade. O Hotel Pharoux foi o primeiro hotel do Brasil
"moderno", o primeiro hotel com um padrão de qualidade razoável, e o
primeiro comparável ao de hotéis europeus. O hotel ficou famoso pela excelência
da cozinha, pela exuberância cordial do proprietário e pela qualidade dos
vinhos e bebidos; nesta época no Brasil quase só se consumia os vinhos portugueses,
mas no hotel se introduziram os vinhos franceses. O hotel Pharoux tinha um
requinte nada usual para os padrões da época. Ele tinha salas para jantares que
comportavam mais de oitenta pessoas, com cardápio sofisticado ao gosto de
Paris; o rico mobiliário e seus banhos eram um atrativo a mais. Destacavam-se
os móveis franceses, os espelhos florentinos e a alvura das suas toalhas
brancas.
O hotel foi usado por Dom Pedro I para
encontros amorosos com Régine de Saturville, mulher do judeu Lucien de
Saterville, joalheiro da Rua do Ouvidor. Acusado de contrabando, Lucien voltou
para a França e deixou Régine no Rio, deixando o caminho livre para o Imperador
mulherengo. Em 1839, chegava em viagem de instrução a corveta francesa L'Orientale,
que funcionava como uma escola flutuante, trazendo vários professores, e,
dentre eles, um padre chamado Combes. Quando estava hospedado no Pharoux,
Combes fez demonstrações da recém-descoberta daguerreotipia, e tirou aquela que
talvez tenha sido a primeira fotografia no Brasil, retratando o Largo do Paço e
adjacências. Alguns anos depois, em 1843, se instalou no mesmo local o primeiro
atelier fotográfico, iniciativa de dois ingleses, Morand e Smith. O hotel
Pharoux começou a ser desativado em 1858, e depois que o proprietário Louis
Dominique Pharoux voltou para a França em 1864, o prédio foi ocupado pela Casa
de Saúde N. Sra. da Glória. Luiz Pharoux morre na França, em 1867, sem nunca
haver conseguido plantar as arvores defronte ao hotel, indeferidas pela
municipalidade. Depois virou Casa de Saúde Dr. Catta Pretta & Werneck, um dos primeiros hospitais particulares do Rio, e até sua
demolição foi propriedade dos descendentes deste médico. O Hotel Pharoux tinha paredes cinzentas, mas foi modernizado, e o velho
restaurante, juntamente com a cavalariça, que ocupavam o andar térreo, cederam
seu lugar a vendedores de ostras e a uma casa de flores de penas, funcionando
nos andares de cima o hospital particular. Após um período de abandono lá se
fixou, no pavimento superior, o Hotel Real que nem de longe lembrava o luxuoso
Pharoux; no andar térreo estavam situados um grande armazém de comestíveis e
várias lojas de diferentes espécies. Em 1958, anunciou-se o
desaparecimento do prédio, para a construção do Elevado da
Perimetral e em 1959 o hotel foi efetivamente demolido.
3 – Descrição:
4 – Visitação:
Impossível, foi
demolido em 1959 para a construção do Viaduto da Perimetral.
5 – Bibliografia:
http://fragmentosarqueologicos.blogspot.com.br/p/historia-do-rio-de-janeiro.html
CRULS, Gastão. Aparência do
Rio de Janeiro. 3ª ed. Rio
de Janeiro: José Olympio Editora, 1965.
GERSON, Brasil. História
das Ruas do Rio, Rio de Janeiro: Editora Lacerda, 5ª. ed., 2000.
Pharoux Hotel: Brazil, State of Rio de Janeiro, Municipality of Rio de Janeiro, dowtown
It was the first good hotel of Rio de Janeiro, funded in 1816, and transfered to its main location in 1838. In 1864 it was transformed in a hospital and 1959 the building was demolished.
Hotel Pharoux (lados NW e NE), pintura de Sebastien Auguste Sisson, 1850-62 |
Hotel Pharoux (lados NW e SW), Revert Henrique Klumb, c. 1870
|
Lado sul da Praça XV, 1890, à esquerda a Estação das Barcas; no centro o Hotel Pharoux (lado NW) e à direita, a antiga Secretaria do Ministério da agricultura; à sua frente o coreto. |
Lado sul da Praça XV, 1900, à esquerda o Hotel Pharoux (lado NW) e à direita, a antiga Secretaria do Ministério da agricultura; à sua frente o coreto. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário