BRASIL: RJ: RIO DE JANEIRO
Mercado
Municipal -
Municipal Market
1 – Localização:
Município do
Rio de Janeiro. Ap 1.0. Centro. Praça Marechal Âncora, no 186 (-22.904267,
-43.170933).
2 – Histórico:
O primeiro
mercado municipal foi construído em 1841 pelo arquiteto francês Grandjean de
Montigny, na beira da antiga praia de D. Manuel, ao norte do largo do Paço
(atual Praça XV), onde houve
posteriormente o prédio da Bolsa de Valores, para disciplinar o comércio de gêneros alimentícios e, principalmente de
peixe, no centro da cidade, sendo, por isto, conhecido, também, como
Mercado do Peixe. Nas últimas
décadas do século XIX, a cidade se ressentia da ausência de um entreposto de
gêneros alimentícios melhor dimensionado às necessidades da crescente
população, pois o Mercado de Grandjean
de Montigny já havia sido superado pela demanda.
Para sítio de construção do novo e maior
mercado, escolheu-se o terreno formado pelo aterro efetuado junto à Praia D.
Manuel, na Misericórdia. Após intermináveis negociações entre a municipalidade
e o governo federal envolvendo a permuta de terrenos, em 1903 são iniciados os
trabalhos, ainda como parte da grande reforma do Rio de janeiro operada pelo
Prefeito Pereira Passos. Após inúmeras marchas e
contramarchas, que adiaram as obras por vários anos, o novo mercado é
inaugurado em 14 de dezembro de 1907, com a presença do presidente Afonso Pena
e do general Francisco
Marcelino de Sousa Aguiar, prefeito do Distrito Federal,
além de outras personalidades. O prédio todo metálico e foi
construído na Inglaterra e na Bélgica, com projeto de Alfredo Azevedo Marques. O material do mercado, feito de ferro, veio da Bélgica, sendo a montagem
supervisionada por representantes do fabricante. Voltado fundamentalmente para o comércio de alimentos, o
Mercado Municipal se tornaria o maior entreposto do gênero durante boa parte do
século passado, dinamizando a atividade comercial nas ruas próximas. Nele era vendido todo tipo
de mercadoria, com destaque para gêneros alimentícios como carne, peixe,
frutas, verduras, etc.
Em 1922, para a Exposição Internacional do
centenário da Independência do Brasil, o Mercado Municipal recebeu um
revestimento provisório em estilo neocolonial e abrigou o Pavilhão
das Exposições Particulares. Em 1933, num desses torreões menores, começou a
funcionar o restaurante Albamar. O novo mercado tornou-se
rápidamente mais um símbolo da cidade, para o que contribuiu sua grande
visibilidade, especialmente para quem chegava pelo mar. Foi cenário no filme
"Orfeu Negro", de Marcel Camus, realizado em 1959, que é
provávelmente um dos raros registros a cores do antigo mercado. No final dos
anos 50, a Prefeitura do Distrito Federal já tinha intenção de demolir o
Mercado em um projeto de urbanização no qual se previa a construção da Avenida
Perimetral. A nova via não atingia totalmente o mercado, e na verdade não pedia
sua demolição completa, só sendo necessário remover uma parte do mesmo, o que
ocorreu no final da década de 1950. Mesmo assim, em 1962, a sanha destrutiva da
época demoliu o mercado, só sobrando a torre nordeste ocupada pelo Restaurante
Albamar. Em 1956, com a notícia da futura demolição, os comerciantes se
reuniram em assembleia e decidiram construir a sua própria central de
abastecimento, ficando livres de aluguel e contratos. Foi escolhido o terreno
da antiga fábrica de cigarros Veado, em Benfica. Ali foi erguido o CADF
(Central de Abastecimento do Distrito Federal), que, com a transferência da
capital para Brasília, foi renomeada CADEG (Central de Abastecimento do Estado
da Guanabara), nome que se mantém até hoje. O interior do restaurante foi
reformado em 1964 pelo arquiteto Roberto da Costa Soares. O restaurante viveu seu
auge nos anos 1970, e entrou num longo processo de decadência a partir da
década de 80. Em 2009, o restaurante foi revitalizado, sendo famoso pelos
frutos do mar.
3
– Descrição:
O edifício tinha a forma de
um quadrilátero de 150 metros
de lado com
orientação geral nordeste sudeste e com uma área de 22.500m2. O
edifício tinha planta quadrada, com pavilhões longitudinais e cinco torreões
octogonais, sendo um maior no centro, com 35 metros de altura e com
relógio, e quatro menores nos ângulos externos. Em cada um dos torreões
externos havia um portão, além de outros quatro portões monumentais com 14 metros de
altura, nos lados. A
estrutura era dividida por 16 ruas internas, oito radiais e oito transversais,
com calçamento de paralelepípedos, sendo as lojas supridas com serviços de
água, luz, esgoto e gás. No interior havia um total de 1136 compartimentos para as lojas. Segundo
outras fontes, havia 472 lojas. No centro ficava a grande torre octagonal e, em
volta dela, havia os pavilhões longitudinais que formavam 3 quadrados
concêntricos que eram separados por ruas.
4
– Vistação:
Do
mercado só sobrou a torre mais a nordeste, que é atualmente ocupada pelo
Restaurante Albamar, especializado em frutos do mar. Esta pode ser vista desde
a rua e os clientes do restaurante podem visitar parte de seu interior. Tel
Albamar: 2240-8378 (Quase
todo DEMOLIDO)
5
– Bibliografia:
CRULS, Gastão. Aparência do
Rio de Janeiro. 3ª ed. Rio
de Janeiro: José Olympio Editora, 1965.
Municipal Market: Brazil, State of Rio de Janeiro, Municipality of Rio de Janeiro, dowtown
It was constructed from 1903 to 1907 to serve as a public market, mainly for food. At the end of the 50s it was demolished for constructing a new avenue.
|
Vista de satélite, antes da demolição do Viaduto da Perimetral. 1. Palácio da Justiça; 2. EMERJ 3. Museu Naval; 4. Igreja de São José; 5. Palácio Tiradentes (Local da antiga Casa de Câmara e Cadeia); 6. Paço Imperial; 7. Convento do Carmo; 8. Antiga Catedral Imperial; 9. Arco dos Teles; 10. Local da antiga Secretaria do Ministério da Viação e Obras; 11. Local do antigo Hotel Pharoux; 12. Estação das barcas;13. Local do antigo Mercado Municipal |
|
Vista do satélite google |
|
Parte do mapa do Centro do Rio, 1906. Vê-se no centro o Morro de Santo Antônio, à direita o Morro do Castelo, e na extrema direita a Ponta do Calabouço com o Arsenal de Guerra e o Forte São Thiago. Delá saía em diagonal a extinta Rua da Misericórdia, indo até a Praça XV (Largo do Paço). no litoral na parte sul há uma área quadrada escura, o Mercado Municipal e logo ao norte o Hotel Pharoux. Vê-se no canto sudeste da praça o formato em H do ministério. |
|
Região da Misericórdia, 1900. À sudoeste uma das torres e parte do Mercado
Municipal. No centro, no mesmo alinhamento, vários edifícios, sendo o mais
esquerdo o Hotel Pharoux. Atrás há a EMERJ, o Museu Naval e o Ministério
da Viação (em forma de H). Atrás dele a Casa de Câmara e Cadeia e a sua
direita parte do Paço Imperial.
|
Mercado Municipal |
|
|
Mercado Municipal, 1904. Vê-se ao fundo uma torre com seu portão e, em
primeiro plano, uma rua interna entre os pavilhões |
|
Mercado Municipal, início do século XX. Vista desde o exterior através do portão. Ao fundo vê-se a torre central com seu relógio |
|
Mercado Municipal, 1907. Vê-se uma rua interna entre os pavilhões |
|
Região da Misericórdia, vista do Morro do Castelo, 1908. Junto ao mar, no centro, o Mercado Municipal |
|
Mercado Municipal, 1911. Quiosque em frente do mercado |
|
Região da Misericórdia, 1912. Junto ao mar, no centro, o Mercado Municipal À esquerdo a torre das barcas e atrás a Ilha Fiscal |
|
Região da Misericórdia, 1922. Em primeiro plano o Paço Imperial e depois a Casa de Câmara e Cadeia e a sua esquerda o Ministério da Viação em forma de H e depois a Estação das Barcas. Na próxima fileira a Igreja de São José
e depois o Museu Naval e a a EMERJ. Ao fundo o Mercado Municipal. Mais ao fundo a torre do Pavilhão de Festas. À nordeste o Morro do Castelo com a Igreja dos Jesuitas |
|
Região da Misericórdia, Exposição Internacional de 1922. Em primeiro plano
o Pavilhão de Caça e Pesca e atrás o Pavilhão da Estatística (Saúde dos Portos)
e atrás o Mercado Municipal (Pavilhão das Indústrias Particulares) no início da
reforma para a exposição |
|
Região da Misericórdia, Exposição Internacional de 1922. À esquerda, parte do
Museu Nacional (Pavilhão das Grandes Indústrias), depois o Pavilhão dos Estados,
o Museu da Imagem e do Som (Pavilhão do DF) e o Pavilhão da Agricultura e Viação. Ao lado o Mercado Municipal (Pavilhão das Indústrias Particulares)
durante a reforma para a exposição |
|
Exposição Internacional de 1922. Mercado Municipal (Pavilhão das Indústrias Particulares) durante a reforma para a exposição |
|
Região da Misericórdia, Exposição Internacional de 1922. Em primeiro plano
o Pavilhão de Caça e Pesca e atrás o Pavilhão da Estatística (Saúde dos Portos)
e atrás o Mercado Municipal (Pavilhão das Indústrias Particulares) durante a
reforma para a exposição |
|
Região da Misericórdia, Exposição Internacional de 1922. Em primeiro plano
o Pavilhão de Caça e Pesca e atrás o Pavilhão da Estatística (Saúde dos Portos)
e atrás o Mercado Municipal (Pavilhão das Indústrias Particulares) após a
reforma para a exposição |
|
Exposição Internacional de 1922. Mercado Municipal (Pavilhão das Indústrias Particulares) após a reforma para a exposição |
|
Região da Misericórdia, Exposição Internacional de 1922. Em primeiro plano
o Pavilhão de Caça e Pesca e atrás o Pavilhão da Estatística (Saúde dos Portos)
e atrás o Mercado Municipal (Pavilhão das Indústrias Particulares) após a
reforma para a exposição |
|
Exposição Internacional de 1922. Mercado Municipal (Pavilhão das Indústrias Particulares) após a reforma para a exposição |
|
Banho de mar em frente à região da Misericórdia, entre 1922 e 1939. Vê-se o
Pavilhão de Caça e Pesca a cúpula do Pavilhão da Estatística (Saúde dos Portos)
e ao lado o Mercado Municipal |
|
Mercado Municipal, 1929 |
|
Vista aérea da Região da Misericórdia, anos 1930. Pavilhão de Caça e Pesca
e depois o Pavilhão da Estatística (Saúde dos Portos) e atrás o Pavilhão dos
Estados. Depois o Mercado Municipal. Atrás dele o Palácio da Justiça, EMERJ
e Museu Naval. Depois o Ministério da Viação e atrás o Palácio Tiradentes |
|
Mercado Municipal, interior |
|
Mercado Municipal, interior, anos 1930s |
|
Mercado Municipal, face exterior, anos 1930s |
|
Mercado Municipal, face exterior, anos 1930s |
|
Mercado Municipal, face exterior |
|
Mercado Municipal, interior, fim dos anos 1930s |
|
Mercado Municipal, face exterior |
|
Mercado Municipal, interior, 1939 |
|
Mercado Municipal, interior, 1941 |
|
Mercado Municipal, face exterior, 1941 |
|
Mercado Municipal, face exterior, anos 1940s |
|
Mercado Municipal, face exterior, anos 1940s |
|
Vista aérea da Região da Misericórdia, anos 1950. À esquerda o Mercado
Municipal, depois o Palácio da Justiça, EMERJ e Museu Naval. Depois o Ministério da Viação e atrás o Palácio Tiradentes |
|
Vista desde o mar, anos 1950s. Mercado Municipal e atrás o Palácio da Justiça |
|
Palácio dos Estados, Museu da Imagem e do Som e Mercado Municipal |
|
Vista da Região da Misericórdia, anos 1950s. Pavilhão dos Estados, Pavilhão
de Caça e Pesca e depois o Mercado Municipal |
|
Mercado Municipal e atrás o Palácio da Justiça e Estação das Barcas |
|
Mercado Municipal |
|
Mercado Municipal, anos 1950s; porta e ao fundo a torre central com relógio |
|
Mercado Municipal, 1957. Interior |
|
Mercado Municipal, 1957. Interior |
|
Mercado Municipal, 1957. Interior olhando para fora |
|
Mercado Municipal, 1957
|
Mercado Municipal e atrás o Palácio da Justiça, 1957
|
|
|
Mercado Municipal e atrás o aterro do Aeroporto Santos Dumont, anos 1950s. Em primeiro plano o telhado do Palácio da Justiça |
|
Mercado Municipal, 1958 |
|
Região da Misericórdia, 1958. Mercado Municipal à esquerda, Pavilhão dos Estados nos fundos e ao lado Museu da Imagem e do Som |
|
Mercado Municipal, interior, 1958 |
|
Região da Misericórdia, 1958. Mercado Municipal e à direita a Saúde dos Portos e o Pavilhão da Caça e Pesca |
|
Mercado Municipal, 1958. Observe o início da construção do viaduto da Perimetral |
|
Mercado Municipal, 1958. Observe o início da construção do viaduto da Perimetral À esquerda a Estação das barcas e ao fundo o Palácio dos Estados |
|
Mercado Municipal, 1961. Observe o viaduto da Perimetral cruzando o mercado |
|
Mercado Municipal, 1961. Observe o viaduto da Perimetral cruzando o mercado e à esquerda, o Palácio da Justiça, EMERJ e Museu Naval |
|
Mercado Municipal, 1961. Observe o viaduto da Perimetral cruzando o mercado. Em primeiro plano o Palácio da Justiça |
|
Mercado Municipal, 1961. Observe o viaduto da Perimetral cruzando o mercado. Ao fundo o Palácio dos Estados. Em primeiro plano o Palácio da Justiça |
|
Mercado Municipal, 1961. Observe o viaduto da Perimetral cruzando o mercado. Ao fundo o Palácio dos Estados. |
|
Mercado Municipal, 1961. Observe o viaduto da Perimetral cruzando o mercado e à esquerda, o Palácio da Justiça, EMERJ e Museu Naval. Atrás vê-se a cúpula do Palácio Tiradentes |
|
Mercado Municipal, 1960-1962 |
|
Mercado Municipal, 1962 |
|
Mercado Municipal, 1962. Observe aqui que os pavilhões já foram demolidos, mas suas marcas ficaram no chão. Resta a torre do Restaurante Albamar e, depois a Saúde dos Portos. À direita, o Palácio dos Estados e depois o Museu Nacional |
|
Mercado Municipal, 1962-1979. Observe aqui que os pavilhões já foram demolidos. Resta a torre do Restaurante Albamar e, antes a Saúde dos Portos. À esquerda, o
Museu Nacional e depois o Palácio dos Estados e mais ao longe o Palácio da Justiça, EMERJ e Museu Naval |
|
Trecho entre Rua São José e Erasmo Braga, 1963. Em frente a Igreja de São José. À sua esquerda o Palácio Tiradentes e atrás a Estação das barcas. Atrás do edifício alto, a EMERJ e Museu Naval; atrás a torre do restaurante Albamar |
|
Restaurante Albamar, 1963. |
|
Vista desde o mar, 1962-1979. À esquerda o Pavilhão da Caça e Pesca, a Saúde
dos Portos, o Pavilhão de Festas e o Restaurante Albamar |
|
Restaurante Albamar, 1965 |
|
Restaurante Albamar, anos 1960s. em primeiro plano a antiga barca ferry |
|
Praça XV, 1967. Vê-se a Estação das Barcas e ao fundo o Restaurante Albamar,. |
|
Restaurante Albamar (foto do autor) |
|
Restaurante Albamar (foto do autor) |
|
Restaurante Albamar (foto do autor) |
|
Restaurante Albamar (foto do autor) |
|
Restaurante Albamar (foto do autor) |
|
Restaurante Albamar (foto do autor) |
|
Restaurante Albamar (foto do autor) |
|
Restaurante Albamar (foto do autor) |
|
Restaurante Albamar |
Nenhum comentário:
Postar um comentário