quinta-feira, 6 de agosto de 2015

BRASIL: RJ: ITABORAÍ:
 Igreja de São Barnabé - 
Church of Saint Barnabe 

1 – Localização:
Município de Itaboraí, 3º Distrito. Vila Nova de Itambi. Praça de São Barnabé, (-22°44'11.48"S, - 42°57'21.57"W)
2 - Histórico
Em 1584 os padres da Companhia de Jesus fundaram a Aldeia de São Barnabé em Cabussú, no posterior sítio de José Coelho, a 13km da foz do Rio Macacu, para recolher os índios pacificados, inclusive tamoios capturados pelo Governador do Rio de Janeiro, Antônio de Salema, na Guerra de Cabo Frio de 1575. Em 1595, é fundada, na beira do Rio Macacu, em localidade próxima à Aldeia de São Barnabé, a uma distância de 450m, em um lugar alto, uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, sendo chamada de Igreja do Rio Abaixo do Porto das Pedras. Os Jesuítas depois transferiram a aldeia para terras mais altas, na vargem, 10km de distância da primitiva Aldeia de São Barnabé e próximo da capela de Nossa Senhora da Conceição em Itamby. Com a demarcação das terras, esta capela acabou de posse dos Jesuítas. Quando os Jesuítas tomaram posse desta capela, os moradores transferiram a pia batismal para a ermida de Nossa Senhora do Desterro, da fazenda de Gonçalo Teixeira Tibau, e abandonaram o templo primitivo.
[...] no ano de mil quinhentos e setenta e sinco, gouernando a Capitania do Ryo o doctor Antonio Selema, foy com grosso exersito a fazer-lhes gerra em suas propias terras, aonde matando e catiuando a mil delles, destrohio de todo aquelle soberbo gentio, dando soomente vida e liberdade, a alguns que oje estão nas aldeas de São Lourenço [atual bairro de São Lourenço, em Niterói] e São Barnabe, do Ryo de Jan.rode que os p.es da Companhia tem cuidado [...].” (Rodrigues, 1607, pg. 218)
“[...] no Cabo Frio [...] os Tamoyos, que escaparão, com espanto do que tinhão visto se afastarão de toda aquella costa, mas os captivos, que quiserão receber a Fé, poz o Governador Antonio Salema em duas aldêas no recôncavo do Rio de Janeiro, a que chamarão huma de S. Barnabé, e outra de S. Lourenço, e se encommendarão aos padres da Companhia, pera que como aos outros catecúmenos lhes ensinassem o ministério de nossa Fé.” (Salvador, 1627, pg. 98-99)
“Sobre todas as situações de Freguesias, ou de lugares, em que se acham colocadas as Igrejas Matrizes, é esta a mais especial, e que parece ter sido destinada para esse mesmo fim. Ela foi escolhida pelo Povo, quando ahí se fez a Capela, de que foi origem a Freguesia de Itamby, em distância de pouco mais de 200 braças [440m] do Rio Macacú, sobre um formoso porrete de muito curta elevação. [...] á princípio da Povoação destas terras reputaram-se inúteis ás vargens próximas dos Rios, e que só as terras altas deram-se as preferências. A experiência desabusou aos fazendeiros; [...] Por esta mesma causa mudaram os Padres Jesuítas a Aldêa, que haviam estabelecido primeiramente para este lugar: e como pela medição, que eles fizeram destas terras, achou o Povo, que a sua Igreja se incluía no termo delas, e por isso se viu na necessidade de a perder, como sucedeu, retirando a Cura para a Capela da Fazenda de Itamby ficaram os ditos Padres Senhores dessa Capela, e principiaram a gozar das delícias dêsse torrão de terra, e da abundância dos frutos, que ela oferecia á quem a cultivava, por que eles o faziam trabalhar pelos Índios debaixo das suas direções.” (Araújo, 1794)
“Foi a Aldea de S. Barnabé uma das primeiras, que os Padres Jesuítas estabeleceram alem da Cidade ; e consta a sua existencia no anno de 1584 , por narrar o Padre Vasconcellos na Historia da Vida do Padre Jozé de Anchieta Liv. 4. Cap. 12 e 13, que ahi descançou esse Venerável Missionário , vindo de volta da celeberrima pescaria de Maricáa (distante 3 legoas) [20km] , onde obrára notáveis maravilhas. Para subsistencia dos índios , que um individuo da mesma raça , authorisado com a Patente de Capitão mór tem á seu Commandamento, estava concedida à Aldea certa porção de terra estensa , e muito fértil :[...]” (Araújo, 1820, pg. 112)
Em 1705 os jesuítas construíram no mesmo lugar a igreja de São Barnabé orago da aldeia dos índios.
No lugar onde hoje se vê colocada a Cruz do Adro, ahí esteve a Capela, que o Povo fez; e que subsistiu, até que os ditos Padres fundassem a Igreja de S. Barnabé, que hoje existe, finalizada, segundo se alcança da inscrição gravada no seu frontespício, no ano de 1.705, com a frente para o rumo NE.” (Araújo, 1794)
“Tendo os Padres Jesuitas fundado uma Aldea no lugar de Cabuçù , e parecendo-lhes posteriormente mais apto o sitio , em que o povo de Itamby havia levantado huma Capella com destino de servir de Parochia , cujo local agradavel distava pouco do Rio Macacù ; para elle mudáram a povoação Indica e no anno de 1705 (como persuade a inscripção gravada no frontespicio do Templo ) erigiram a Capella da invocação de S. Barnabé com paredes de pedra , e cal [...].” (Araújo, 1820, vol. 5, pg. 110)
A partir da expulsão dos Jesuítas, em 15 de novembro de 1759, a igreja de São Barnabé orago da aldeia dos índios foi elevada a freguesia e transformada em matriz com denominação de vila do reino e suas terras esbulhadas pelos colonos.
“Com a expulsão dos mesmos referidos Padres, em virtude da Lei de 3/9/1.759, e conforme a Ordem de S.Mag, foi esta Igreja criada em Paroquia, e ereta pelo Exmo. Sr. Bispo D. Fr. Antonio do Desterro, em sua Portaria de 15 de nov. do mesmo ano: até o presente se tem conservado de natureza amovível, ou não colativa.” (Araújo, 1794)
“Extinctos aquelles Padres , principiou a Igreja à gozar o privilegio de Parochia pela Portaria de 15 de Novembro de 1759 , [...]” (Araújo, 1820, pg. 111)
Desde a expulsão dos Jesuítas, a aldeia indígena entrou em decadência. Em 1773 o Vice-Rei Luiz de Vasconcelos elevou a aldeia de São Barnabé à categoria de vila com o nome de Villanova de São Jozé d’El-Rey. Em 07 de fevereiro de 1787 é construída a casa de Câmara e Cadeia da Vila de São Jozé d’El-Rey. Em 1795 a Capela de São Barnabé virou capela curada.
“Logo pela extinção dos mesmos Padres cessou a direção, e a natural frouxidão para o trabalho se apoderou dos Índios, a terra se fez estéril. [...] todas aquelas terras, que nas visinhanças do Rio Macacú se tem arrendado por muito módico preço á diversas pessoas: por que os índios á quem elas pertencem na distância de 2 leguas [13,2km], não podem cultivá-las competentemente, e se acham estabelecidos na Aldêa Velha, distante 1. ½ légua [10km]. [...] Sendo Vice-Rei deste Estado o Ilmo. e Exmo. Marquês de Lavradio, por Ordem Sua, se demarcaram as terras pertencentes aos Índios, pondo-se balizas ou marcos de pedras; e pelo mesmo foi ordenado este lugar, e declarado Vila em 1.773, ficando para memoria a pedra, em que se gravaram suas Armas, que se firmou no terreno entre a Igreja, e o Cruzeiro, como alí se vê. Aquela declaração faltou o distintivo própria de Vila que era, e consistia em ter Pelourinho, Casa da Câmara, e Cadeia. Isto tudo mandou executar o Ilmo. e Exmo. Vice-Rei, que foi deste Estado Luiz de Vasconcelos e Soiza pela Sua Portaria datada do 1º dia de fev. de 1.783 em resulta da Informação, que precedeu sobre este objeto do Dezembargador Conservador dos Índios José Feijó de Melo e Albuquerque, de 20 de set. de 1.782. Com efeito se executou toda aquela providência no dia 7 de fev. do mesmo ano de 83, aclamando-se por três vezes [...] e aos 12 seguinte foi-lhe consignado territorio nas duas leguas [13,2km] de terras em quadra, que já tinham os mesmos Índios, antes dessa aclamação, como disse supra, e as demais porção, que lhe foi adjudicada pela extinção dos Regulares Jesuítas, [...] A povoação do Ról da desobriga, do ano de 1.795 é de 300 Almas sujeitas á Sacramentos, incluídas em 99 Fogos. E olhando para a conta dos Róes antecedentes, desde o ano de 1.761 até 1.771 em que os Fogos andavam de 100 á 127, e as Almas, de 200 e tantos á 300 e tantos, tem havido notável diminuição. As Almas sujeitas á esta Paroquia, são únicamente as dos Índios, que habitam nas suas terras, em diversos lugares, dentro do termo da Vila: [...] A extensão da mesma Freguesia tem por limites e termo as paredes da Igreja, a Casa de Vivenda do Pároco, e as Almas dos Índios. [...] Não há Engenho algum, que pertença á esta Freguesia [...]” (Araújo, 1794)
“Encravada esta Freguezía no centro dos limites da de Itamby , com nenhuma outra se limita; e sua jurisdicção parochial apenas comprehende 100 Fogos , em que habitaõ juntas , e dispersas, pouco mais de 700 a 800 pessoas adultas. [...] Em quanto a Provisão de 20 de Janeiro de 1762 não lhe disignou Pároco privativo na pessoa do Padre Pedro Jozé, foi administrada pelo Vigario de Itamby ; mas d'então ficou servida por Sacerdotes particulares com provimentos de Párocos , até que entrou o Padre Joakim Jozé da Silva, em qualidade de 1.º Paroco próprio , pela Apresentação de 14 de novembro de 1795 , e Confirmação de 21 de Agosto do anno seguinte.[...] mas os proprietarios do terreno , deixando de cultiva-lo, por aversos ao trabalho do campo , deixam tambem de se aproveitar de grandes fructos , que as mesmas terras abundantemente produzem , pagando aos arrendatários , seus cultivadores , o beneficio de agriculta-las. Substituindo entretanto os índios a indolência da lavoura rural com as manufaturas de palhas , fabricão balaios , peneiras , esteiras , abanos ,e outras obras semelhantes , cujo valor augmentam pela infusão das palhas em tintas diferentes , extrahidas de paos , e das suas raizes , ou de ervas análogas à tinturaria. Com essas mesmas palhas tecem perfeitamente assentos de cadeiras , como em Portugal costumam á liar por ellas o junco [...] depois da já citada Ordem de 22 de Dezembro de 1795 , entrou na serie das permanentes. [...] Projectando o Vice-Rei Marquez de Lavradio crear uma Villa nesse lugar , fez primeiro demarcar as terras da Aldea, para lhe servirem de termo à sua jurisdicção ; e concluida a diligencia no anno de 1773, deu por fundada a Vila Nova de S. José d ElRei , sem preceder outra formalidade mais que a de fazer enterrar entre a Igreja , e o Cruzeiro do Adro , um Padrão de pedra com as suas Armas. Satisfeito com esse facto simples , procurou os meios de augmentar a povoação , e melhorar os seus habitantes , dando-lhes um Inspector, que vigiasse os interesses dos Indios , sobre cuja fortuna muito se desvelou , e providenciando a nova Republica com alguns estabelecimentos úteis. Informado porem o Vice-Rei Luiz de Vasconcellos e Sousa pelo Juiz Conservador dos índios, e da Aldea, o Desembargador José Feijó de Mello , da incurialidade, com que se levantara a Villa e da necessidade de melhor forma , que significasse o titulo ; em Portaria de 1 de Fevereiro de 1787 commetteu essa diligencia àquelle Ministro , mandando-lhe levantar Pelourinho , e construir as Casas precisas de Camara , e Cadeia. Autorizado Feijó com a Ordem referida, foi executa-la no dia 7 do mesmo mes , e anno : [...] Creada nesse mesmo dia a Camara com os Officiaes competentas , no 12.º  immediato foram-lhe dadas por limites da sua jurisdicção as duas legoas [13,2km] de terra em quadra, que se havião balisado antes, e mais alguma estensão adjudicada pelo Auto da Fundação da Villa [...]”. (Araújo, 1820, pg. 111-114)
            Em 1794 a Igreja foi visitada por Monsenhor Pizarro, que a achou em mal estado de conservação, necessitando de reparos urgentes.
“O material desta Igreja, pelo que pertence as paredes, conserva-se perfeito: mas o seu madeiramento necessita de renovação e muito principalmente o telhado; porque arruínado como se vê até a mesma Sacristia chove; e a continuada humidade vai fazendo apodrecer o arcas, e tudo o que nêle se conserva guardado, com especialidade os ornamentos, e alfaias. O soalho do Corpo da Igreja está todo desmantelado, solto, e quebrado: e para remediar estas necessidades, não há quem tenha os olhos abertos, nem zele a decente conservação da casa de Deus.” (Araújo, 1794)
            A igreja era de pedra e cal e media cerca de 25,5m de comprimento por 8,5m de largura, na altura da nave. Possuía 3 altares: o 1º (maior) contém o Sacrário e a imagem de São Barnabé; o 2º (esquerda) a imagem da Nossa Senhora da Assunção; o 3º (direita) a imagem de São Miguel. A pia batismal era de pedra.
“O seu comprimento, desde a porta principal até o Arco Cruzeiro, é de 90 palmos; do Arco até o fundo da Capela, 35 ditos: a largura do Corpo é de 42 palmos; e da Capela 28 ditos. O Sacrario é doirado por dentro, e ornado com um pavilhão de seda d´oiro, e tudo estava em termos. A Píxide é de prata doirada; e a cruz da sua tampa / por quebrada na sua rôsca, ou pé / conserva-se grudada com certa massa, que pouco á pouco se ia desfazendo, e misturando-se com os fragmentos das Sagradas Formas, com indecência notável, a que dei providência, determinando, que com a brevidade possível se fizesse o preciso conserto. A Pia Batismal é de boa pedra e bem feita: as Ambulas dos Santos Oleos eram de vidro: e uma delas achei quebradas no gargalo: [...] a Caixa em que se conservavam as ditas Ambulas na casa do Batistério, é de prata. Esta casa está defendida com grades, na forma da Constituição e Pastoraes. Os paramentos, com que se serve, ví-os com muita necessidade de reforma; [...] O Relicário, além de quebrado, é demasiadamente pequeno: [...] e que o mesmo fizesse pelo Campamento no Corpo da Igreja, por se achar quebrado todo ele, e em termos de causar prejuízo as pessoas, que alí concorrem [...] a Custodia de prata doirada referida entre as peças, de que eram Senhores os PP. Jesuítas não lhes pertencia verdadeiramente, se não porque dela se fizeram Senhores quando ficaram com a Capela, que o Povo havia fundado; porque essa Peça foi mandada fazer pelo Povo, e como tal devia pertencer á Igreja de Itamby. [...] Tem esta Igreja 3 Altares. No 1º, que é o Maior, vê-se colocado o Sacrario, e a Imagem do Santo Padroeiro: no da parte do Evangelho, a Imagem da Senhora da Assunção: no da Epístola, a de S. Miguel: todos com sofrível asseio. [...] De peças de prata está bem servida: e as Imagens que alí se conservam, atualmente estão ornadas com Resplendores, e Coroas também de prata.(Araújo, 1794)
 “[...] erigiram a Capella da invocação de S. Barnabé com paredes de pedra , e cal , no comprimento de 90 palmos [18,3m] interiores, desde a porta principal, até o arco cruzeiro , e largura de 42 [8,5m]; e d'alli , ao fundo da Capella mór, na extensão de 35 palmos [7,1m], sobre 28 de largura [5,7m], ornando-a com tres altares , no maior dos quaes se conserva annualmente o SS. Sacramento.” (Araújo, 1820, vol. 5, pg. 110)
            Não havia irmandades religiosas na igreja e nem oratórios externos ou outras capelas nesta freguesia. A casa do pároco estava em mal estado.
“Não há Irmandade alguma nesta Freguesia. [...] A Fabrica está sujeita nos seus reditos ao Corregedor da Comarca: e os seus reditos, além de serem muito tênues, são mal pagos pelos devedores: e o mesmo sucede com o que pertence aos direitos paroquiais, de modo que a não ser a côngrua de S. M., nenhum outros reditos se poderiam contar, nem para á sustentação do Pároco, nem da Fabrica. Bens patrimoniais não possue: e S.M. só concorre com a côngrua dos 200$Rs., para o Pároco; de 25$Rs., para o Coadjutor, e de [...] $ [...] para o guizamento. Não há Capelas, nem Oratorios. [...] Na Casa que foi de residência dos PP. Jesuítas, imediata á mesma Igreja da parte do Evangelho, residem os Párocos. Mais ela se acha tão danificada, que a não haver providência mais pronta, virá de todo abaixo, e em breve tempo ficarão sem ter onde se recolham, a não ser em algumas das palhoças, que constitue a Vila.(Araújo, 1794)
            Devido à insalubridade do local, a vila não se desenvolveu e foi incorporada em 1833 à recém-criada vila de São João Batista de Itaboraí.
“Depois da declaração da Vila, se deu princípio á construirem-se algumas casas com formalidade, de pedra e cal, e outras palhoças: aquelas apenas chegaram á altura do vigamento, e hoje estão arruinadas as suas paredes, muito principalmente, porque delas se fizeram Senhoras algumas Figueiras bravas. Presentemente em perspectiva em Praça quadrada, existem algumas casas; e além dessas, outras disperças. Todas elas chegaram ao número de 18: e destas, apenas a do Juiz Conservador, e outra, que é de Domingos Marques, então Juiz Ordinário, são as de melhor gosto, e formalidade, cobertas de telhas e soalhadas: e á exceção de 6 casas cobertas de telhas, todas as mais são de palha, danificadas, e melhores outras digo, danificadas umas, e melhores outras.” (Araújo, 1794)
Em 1837 ela foi visitada pelo americano Daniel Parish Kidder:
“A cerca de quatrocentos metros de distância avistamos doze ou quatorze casas [...]. Nesse ponto o caminho rumava em direção a um morro em cujo topo existia uma igreja com grande adro em frente, no centro do qual se elevava um cruzeiro sobre pedestal de pedra. De fronte da cruz havia um alpendre, espécie de pórtico aberto de três lados, que servia para expor as imagens em dias de festa. Ao redor da igreja erguiam-se mais umas vinte casas e, pouco além, um enorme engenho de açúcar. E era tudo que se podia ver em S. José d’el-Rei, que, apesar de conhecido há já um século, pouco progrediu e ainda hoje apresenta escassas probabilidades de desenvolvimento.” (Kidder, 1837, pg. 160)

Diz-se que a Igreja de São Barnabé já foi toda dourada, mas que o padre Hugo Rego fez uma reforma, tirou o dourado, fechou a porta lateral que dava acesso ao cemitério, e rebaixou o coreto. Em 1947 a igreja foi completamente reformada. A imagem de São Barnabé, o santo do pau oco porque guardava documentos e joias da igreja e dos barões do café, divide o altar com a imagem de Nossa Senhora. Na década de 1950 a igreja sofreu uma reforma que descaracterizou seu interior, sendo substituído o piso por tijolão, e o madeiramento do forro, do coro e da escada do coro, substituído por laje. Sua festa é comemorada em 11 de junho e a igreja pertence à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Porto das Caixas, Itaboraí, e subordinada à Diocese de Niterói.
3 – Descrição:
A igreja tem orientação geral nordeste-sudoeste, com maior eixo ântero-posterior e frente para nordeste. A igreja está de frente para a praça e a sudeste do cemitério. Ela situa-se em uma pequena elevação de pendente suave. Arquitetura é de estilo jesuítico, com planta baixa retangular com nave, capela-mor, sacristia, coro e torre única com cúpula em meia laranja. Externamente a igreja apresenta características do comportamento sóbrio das obras jesuíticas, comum às paróquias despretensiosas do começo do século XVIII. A fachada anterior é composta de nave e torre sineira, que se situa à direita. Possui uma porta retangular de madeira trabalhada de verga reta com moldura em cantaria de pedra e acima as 3 janelas em arco abatido do coro. Acima fica o frontispício composto de frontão triangular marcado por um óculo e encimado por uma cruz. Nas laterais da nave há cunhais e acima uma cimalha que a separa do frontispício. À direita da nave, e dela separada pelo cunhal, há uma torre sineira de altura de 3-4 andares, com uma janela semelhante a do coro, na altura deste, e acima duas aberturas em arco de cada lado da torre, com seus respectivos sinos. A torre termina no alto por uma cúpula. Nos 4 cantos da torre e no canto esquerdo do frontispício ficam pináculos. Na parte posterior da torre sineira há uma porta em arco. A parede direita dá para o cemitério e é toda fechada na altura da nave. A capela-mor é mais estreita e baixa e, no lado direito, fica uma projeção mais baixa e com duas janelas quadradas, provavelmente correspondendo à sacristia. Do lado esquerdo há um galpão baixo, que cobre a maior parte da fachada.
No interior a igreja possui uma nave com arco cruzeiro que a separa da capela-mor mais estreita e baixa. O piso é de tijolão de meados do século passado. O forro, o coro e a escada são de alvenaria. A igreja possui 3 altares, o altar-mor na capela-mor e 1 altar lateral de cada lado da nave. No altar-mor fica São Barnabé (esquerda) e Nossa Senhora (direita) em estilo barroco; no alto do altar fica um grande crucifixo. Os altares laterais são do século XIX, compostos com colunas e ornamentos típicos do neoclassicismo; à esquerda fica Nossa Senhora da Assunção e à direita São Miguel, também barrocos. Em um nicho na sacristia, que se entra por uma porta à direita da Capela-mor, há uma bela Sagrada Família: São José, Nossa Senhora e o Menino Jesus, com características barrocas; estas imagens ainda guardam seu douramento original.
4 – Visitação:
De segunda a sábado, grupo de oração de 7h às 8h. A missa acontece no primeiro domingo do mês, às 17h.
5 – Bibliografia:
SALVADOR, Vicente. História do Brazil. Rio de Janeiro: Fundação da Bibliotheca Nacional, 1889. (Original de 1627)
ARAÚJO, José de Souza Azevedo Pizarro e. Visitas Pastorais de Monsenhor Pizarro ao recôncavo do Rio de Janeiro. Arquivo da Cúria e da Mitra do Rio de Janeiro (ACMRJ), Rio de Janeiro, 1794.
ARAÚJO, José de Souza Azevedo Pizarro e. Memórias Históricas do Rio de Janeiro e das Províncias anexas à Jurisdição do Vice-Rei do Estado do Brasil, vol. 5. Rio de Janeiro: Impressão Régia, 1820.
RODRIGUES, Pedro. Vida do Padre José de Anchieta. (in Anais da Biblioteca Nacional, 1907,Vol. XXIX, pg. 201-219)
REZNIK, L. et al. Patrimônio cultural no leste fluminense: história e memória de Itaboraí, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Tanguá. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013.
http://itaboraiweblist.com.br/index.php/web-canais/item/424-par%C3%B3quias-e-capelas

Church of Saint Barnabe: Brazil, State of Rio de Janeiro, Itaboraí, Itambi
In 1584, it was founded the indian village of Saint Barnabé, which was transfered in 1595 to a better place nearby. In 1705 the jesuits founded the actual Church of Saint Barnabé. In 1759, the jesuits were expelled from Brazil and the indian village became a parish. The church was reformed in 1950 and its interior was decaracterized.
Imagem Google Earth
Imagem Google Earth. Detalhe
Frente, antigo. Observe que não há ainda o atual puxado no lado esquerdo
Imagem antiga da igreja no alto
Foto mais antiga, vista aérea.

Frente (foto do autor)
Frente (foto do autor)
Frente (foto do autor)
Frente (foto do autor)
Frente e lado direito (foto do autor
Frente (foto do autor)
Frente, detalhe (foto do autor)
Frente, detalhe (foto do autor)
Frente, detalhe (foto do autor)
Frente, detalhe (foto do autor)
Frente e  lado esquerdo (foto do autor)
Torre sineira, frente e lado direito (foto do autor)
Torre sineira e lado direito (foto do autor)

Torre sineira e lado direito (foto do autor)
Torre sineira e lado direito (foto do autor)
Lado direito (foto do autor)
Lado direito (foto do autor)
Lado direito na altura da sacristia (foto do autor)
Interior. Nave e Capela-mór
Interior. Nave e Capela-mór
Interior. Nave, lado esquerdo
Interior. Nave, lado direito
Interior. Nave e Capela-mór
Capela-mór
Capela-mór. Imagem de São Barnabé
Interior, imagem de São Jorge



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