BRASIL: RJ: RIO DE JANEIRO:
Ilha de Villegagnon -
Ilha de Villegagnon -
Villegagnon Island
Forte Coligny, Fortaleza de São Francisco Xavier e Fortaleza de
Nossa Senhora da Conceição
1 – Localização:
Município do Rio de Janeiro. Ap 1.0.
Centro. Ilha de Villegagnon (22°54'52"S, 43°9'34"W)
2 – Histórico:
Em 10 de novembro de 1555, o navegador francês
Nicolas Durand de Villegagnon entrou na Baia de Guanabara com 2 grandes navios
armados e um barco de transporte e cerca de 100 homens, com o objetivo de
fundar a França Antártica no Rio de Janeiro. Na ilha chamada de Itamoguaia
pelos Tupis, Serigipe pelos Tamoios ou das Palmeiras pelos portugueses (atual
Ilha de Villegagnon) foi fundado por Villegagnon o Forte Coligny. Depois de
desembarcar sua artilharia e demais bagagens, iniciou a construção de um forte
a fim de se garantir tanto contra os índios como contra os portugueses. Esta
ilha oferecia vantagens incontestáveis para fazer-se o centro de defesa
francesa, pois dominava a entrada da Baía e era de acesso difícil por estar
cercada de recifes à flor da água. Logo que os franceses desembarcaram,
Villegaignon os pôs para trabalhar na fortificação da ilha. Num regime de
semi-escravidão muraram em alguns meses todo o contorno da ilha. Foram providenciados
alojamentos em terra e desembarcados homens, armas, munições e ferramentas.
Apesar das dificuldades com a mão de obra europeia, graças ao auxílio dos
indígenas (cerca de quarenta escravos adquiridos aos Tupinambás), uma
fortificação foi concluída em três meses. Mas um dos grandes inconvenientes da ilha era
não ter água potável. Para remediá-lo quanto possível, abriu-se uma grande
cisterna, que podia conter e guardar água por seis meses. A fortificação
recebeu o nome de Forte Coligny em homenagem ao almirante calvinista Gaspard de
Chântillon, 2º Conde de Coligny (1519-72).
“Constrangido a retirar-se [da Ilha de Laje] avançou [Villegagnon] quase uma légua em busca de terra e
acabou por acomodar-se numa ilha antes deserta, onde, depois de desembarcar sua
artilharia e demais bagagens, iniciou a construção de um forte, a fim de
garantir-se tanto contra os selvagens como contra os portugueses que viajavam
para o Brasil e aí já possuem inúmeras fortalezas." (Léry, pg. 40-41)
“Uma légua [6,6km] mais
adiante, encontra-se a ilha onde nos instalamos e que, como já observei, era
desabitada antes de Villegagnon chegar ao país; com meia milha [800 a 900m] de circunferência e seis vezes mais
comprida do que larga, e rodeada de pedras à flor d'água, o que impede se
aproximem os navios mais perto do que a distância de um tiro de canhão, e a
torna naturalmente fortificada. Com efeito ninguém pode ali atracar, nem mesmo
em pequenos barcos, a não ser pelo lado do porto, situado em posição contrária
ao mar alto. Bem guarnecida, não fora possível forçá-la nem surpreendê-la, como
depois de nosso regresso o fizeram os portugueses por culpa dos que lá ficaram.
Ademais, nas extremidades dessa ilha existem dois morros nos quais Villegagnon
mandou construir duas casinhas, edificando a sua, em que residiu, no centro da
ilha em uma pedra de cinqüenta a sessenta pés [15
a 18m] de altura. De ambos os
lados desse rochedo, aplainamos e preparamos pequenos espaços onde se
construíram não só a sala, onde nos reuníamos para a prédica e a refeição, mas
ainda vários outros abrigos em que se acomodavam cerca de oitenta pessoas,
inclusive a comitiva de Villegagnon. Mas observe, que à exceção da casa que
está sobre a rocha, onde há um pouco de carpintaria, e alguns baluartes sobre as quais a
artilharia foi colocada, as quais foram revestidas de alvenaria, são todas
casebres ou melhor cabanas: daquelas, como foram seus arquitetos os selvagens;
também elas foram edificadas ao modo deles, a saber, de madeiras redondas
cobertas de ervas. Eis, em poucas palavras, em que consistia o forte que
Villegagnon denominou Coligny, pensando ser agradável ao senhor Gaspar II
de Coligny [...]."
(Léry, pg. 68-69)
“[...] França
Antártica, onde não se acha lugar mais cômodo para se edificar e fortificar do
que uma bem pequena ilha, contendo apenas uma légua de perímetro [6,6 km], situada junta à
origem daquele rio [Rio da
Guanabara ou de Janeiro: a baía de Guanabara], do qual nós falamos, a qual,
pela mesma razão, junto com o forte que foi fundado, também foi chamada
Colligni. Esta ilha é muito agradável, por ser recoberta de uma grande
quantidade de palmeiras, cedros, árvores de brasil [pau brasil], arbustos
aromáticos verdejando todo o ano: verdade é que não há água doce, que não está
muito longe. Portanto, o Senhor de Villegagnon, para se garantir contra os
esforços destes selvagens, fáceis a ofender, e, também, contra os portugueses,
se quiserem algum dia ir lá, fortificou-se neste lugar, como o mais cômodo, na
medida que lhe foi possível.” (Thevet, 1558, pg. 49-50)
“Uma légua e meia distante da Ratier [ilha de Laje], nós achamos uma
ilha, nesse tempo despovoada. E é daquela que eu falo, e do sítio em que nos
detivemos, a qual não poderia ter mais de uma légua de volta, pelo menos. Foi
nesse lugar que nós fizemos erguer um forte, composto de cinco baluartes,
guarnecidos de artilharia longa e média, para nos prevenir contra os nossos
inimigos. E prosseguindo a fortificação na maior pressa possível, aí fizemos
trabalhar um bom número de selvagens.” (Thevet, 1575, pg. 908)
“Agora esta outra ilha ergue
suas torres ferozes, / forte por suas rochas inacessíveis, fervendo
ao embate / do mar furioso e gemendo ao som
de grutas soturnas. / Para o lado do ocaso onde se levanta pequena
colina: / uma que outra palmeira ao longe a cobre de sombra / com
seus verdejantes leques. Perto dessa colina / está um alto rochedo talhado
todo ao redor / pelo picão tenaz. Em cima do esguio rochedo / se eleva
o baluarte altivo, prenhe de artilharia. / Mais além há uma
pequena altura e à sua direita / uma cisterna, com casas dum lado e doutro,
repleta de água. / Bombardas numerosas defendem as estreitas
veredas. / Entre estas e a cisterna há enorme abertura, / onde as ondas remugem
espumando de raiva. / Ponte de um pau dá estreita passagem por cima
do abismo. / Transposto este, do lado da aurora esplandente, / depara-se um
monte que parece subir às estrelas, / com escarpas a subir a
pique em redor. É impossível / subir por aí ao cume, ou descer de lá para o
baixo. / Um só caminho escarpado e estreito conduz à altura: talhou-o na pedra,
à força de golpes teimosos / e muito suor, o duro picão dos Franceses. / E
protegeu-o com baluartes de alvenaria. No cume / ergue-se a torre sob
armação de grossos madeiros / defendida por bombardas e pela estratégia do
posto: / O rochedo todo é inacessível e se lança às alturas / qual gigantesca
montanha e inexpugnável penhasco." (Anchieta, v. 2547 a 2573)
“[...] a quall fortalleza estaua
setuada em huma jlheta pequena no meio do maar da bahia do Rjo em hum piquo tam
allto e de penedia muj áspera [...] a dita fortalleza hera das majs
fortes que se podia achaar antre cristãos e moiros e afirmauassee que teria
pasante de cem homens dentro [da
fortaleza do alto] tinha muita
artelharia de foguo grosa e meuda espingardas e llamças e corpos darmas estava
num piquo como dito hee não se podia emtrar nella somentee per hum caminho em
Rochedo que seria de largura obra de tres ou quatro pallmos [65 a 90cm] e com guoaritas e balluartes tudo
temeroso e allem desta fortallleza tinhão no baixo [penedo, após a colina das
Palmeiras] hum balluarte feito
em um penedo ao piquão, cousa muito forte e com muita artelharia e monjçois [munições] de fogo [...]” (Silva, p. 183)
“A ilha tinha de natureza nos estremos
dois pequenos morros, e em cada um delles haviam os defensores construído
grandes rancharias; e sobre o meio, em cima do rochedo que se elevava uns
cincoenta ou sessenta pés [15 a 18m], ficava a casa
abaluartada do governador. Copiaremos aqui a descripçâo desta fortaleza-ilha
que nos deixou um contemporâneo [Chron.
de D. Sebastião, pag. 166] :
“Tudo o que é ilha era fortaleza, e tudo o que era fortaleza ilha, e toda
excepto um pequeno porto na praia era cercada de penedia brava, onde bate o mar
cousa de 100 braças [220m] de comprido e 50 de largo, em cujas
duas últimas pontas levantou a natureza dous cabeços talhados no mar, e no meio
de ambos um singular penedo, como de quatro braças [9m] de alto e seis [13m] em contorno. Da
circumferencia dos recifes e penedia delles tinham feito defensável muralha,
dos dous cabeços, com pouco artificio, duas juntamente naturaes e artificiosas
fortalezas: e do penedo, um pouco mais cavado ao picão, caixa de pólvora,
segura e constante contra todo artificio". As vivendas construídas eram de
madeira e cobertas de palha, ao modo dos selvagens.” (Varnhagen, vol 1, pg 288-289)
Junto vieram dois beneditinos, conhecedores de
botânica, que criaram a primeira escola católica na região da Baía de
Guanabara. Apesar das
dificuldades com a mão-de-obra européia, graças ao auxílio dos indígenas (40
escravos foram adquiridos aos tupinambás), o forte foi concluído em três meses.
O Forte Coligny dispunha de cinco baterias apontadas para o mar e
tinha uma planta de formato retangular, na forma de uma paliçada de madeira e
terra que contornava a ilha, com um sólido baluarte quadrangular em cada uma
das suas duas extremidades, armado de artilharia de médio e grosso calibre. Um
dos grandes inconvenientes da ilha era não ter água potável. Para remediá-lo
quando possível, abriu-se uma grande cisterna, que podia conter e guardar água
por seis meses.
Villegagnon proibiu os franceses de se ajuntarem
às nativas, devendo eles se casarem de forma cristã primeiro.
"Eles [os
índios] vão te dar uma menina
para te servir pelo tempo que tu aí estiver, ou de outra forma que tu quiseres,
e tu serás livre para devolvê-la, quando te convier, usando-a assim
costumeiramente. Incontinente que tu estiveres lá, eles vão te interrogar
assim, em sua língua: Venhas cá, o que tu vais me dar; eu te ofereço minha
filha que é bela, ela te servira você para fazer farinha, e outras
necessidades? Para evitar isso, o Senhor Villegagnon, quando da nossa chegada,
proibiu, sob pena de morte, de as acolher, como coisa ilícita ao cristão."
(Thevet, 1558, pág. 80)
Devido às dificuldades encontradas, Villegagnon
pediu um reforço militar ao rei francês Henrique II, mas como este não pôde
ajuda-lo, o pedido foi redirecionado a Coligny, líder protestante, que com
auxílio de Jean Calvino mandou um grupo de 290 huguenotes (protestantes
franceses) junto com pastores de Genebra, entre eles Jean de Lery. Estes chegam
em 1567, sob o comando do sobrinho de Villegagnon, M. de Bossy, senhor de
Bois-le-Comte, com 3 navios. Estes aportaram na ilha na
quarta-feira 10 de março de 1557, quando se realizou o primeiro culto
protestante nas Américas; no domingo 21 de março realizou-se a primeira ceia
sob o rito protestante. No pentecostes de 1557, estalou o conflito entre Villeganon
e os huguenotes, que tiveram que voltar para a França no fim deste ano. Os
huguenotes que ficaram no Rio de Janeiro foram presos depois por Villegagnon e
obrigados a responder um questionário sobre pontos religiosos controversos. Os
protestantes responderam mantendo sua fé, na chamada Confissão da Guanabara.
Villegangon julgou as respostas como heréticas e condenou a morte os mesmos, os
quais se tornaram os primeiros mártires protestantes da América (Pierre
Bourdon, Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil); André La Fon por ser o único
alfaiate da colônia, foi poupado e Jacques le Balleur conseguiu fugir,
sendo depois preso pelos portugueses e executado como herege.
"[...] Como sobremesa [ao jantar da recepção] própria para
refazer-nos dos trabalhos do mar mandaram-nos carregar pedras e terra para as
obras do forte de Coligny, que se achava em construção. [...] Assim, já de chegada e nos dias seguintes, sem
necessidade nenhuma e sem nenhuma atenção ao estado de debilidade em que nos
encontravamos por causa da viagem, [...] obrigou-nos Villegagnon a carregar terra e pedras para o
seu fortim e isso desde a madrugada até à noite, apesar de nossa fraqueza, o
que por certo constituía um tratamento mais rude que fora de esperar de um pai.
Todavia [...] não houve entre nós quem não trabalhasse com alegria,
acima de suas forças e por espaço de quase um mês naqueles serviços a que não
estávamos acostumados."
(Léry, pg. 52-53).
Diante das acusações dos
calvinistas, na França, em fins de 1558, Villegagnon retornou para
justificar-se, deixando, em seu lugar, o sobrinho, Bois-le-Compte, à testa do
estabelecimento. Em 1560, Catharina d'Austria, regente do trono
português, manda uma esquadra sob o comando de Bartholomeu de Vasconcellos
Cunha para ajudar o Governador-geral Mem de Sá (1558-1572), expulsar os
franceses do Forte Coligny.
“[...] regendo o Reino a Rainha D,
Catharina d' Austria ( por menoridade d’ElRei D. Sebastião , seu neto , que na
tenra idade de tres annos succedeu à seu pai o Principe D. Joaõ [III]) expediu uma armada à [...] Mem de Sá, Governador 3.ª da
Bahia, entregando o commandamento della ao Capitão Bartholomeu de Vasconcellos
, a quem ordenou acompanhasse o mesmo Governador, incumbido de lançar a
Villegaignon fóra do Rio de Janeiro , e de castigar os índios de maneira , que
servisse de exemplo à outros , cujos intentos se dirigissem à levantar contra
os Portuguezes. Concordados os Chefes no modo da expedição , aos 16 dias de
Janeiro de 1560 sairam da Bahia com a armada composta de duas náos de alto
bordo , e de oito , ou nove navios bem surtidos ; e chegados à barra demandada
com felicidade , esperaram ahi por um bargantim , que guarnecido também de
soldados , e de petrechos de guerra , se ajuntou com outras forças enviadas de
Santos, e de S. Vicente , para entrarem unidos no dia 21 de Fevereiro
seguinte.” (Araújo, vol. 1,
pg. 10)
Em 21 de fevereiro de 1560, o Governador-geral
Mem de Sá (1558-1572), com os reforços vindos de Portugal e das Capitanias
de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito Santo, chegou ao Rio de
Janeiro para destruir a França Antártica. Imediatamente
Mem de Sá captura uma nau francesa, carregada,
dentro da baía e bombardeia o forte, mas este respondeu com suas bombardas e
espinguardas, forçando as naus a se afastarem. Men de Sá, então, cercou a ilha, para que ela não recebesse
mais reforços. Como o efetivo português fosse pequeno, Men de Sá realizou
vários Conselhos de Guerra. O comandante da frota, Bartolomeu de Vasconcelos Cunha, e demais capitães
foram contra atacar os franceses por causa da superioridade numérica dos inimigos
e de suas fortificações; as perdas poderiam ser muito grandes e os escassos
recursos seriam necessários para manter a soberania de outras partes do
território. Sob o comando do Governador Geral Mem de Sá havia apenas 120
portugueses apoiados por cerca de 140 índios flecheiros em canoas, além da
tripulação dos navios, enquanto a ilha era defendida por 74 (ou 114) franceses
com o apoio de cerca de 1.000 (ou 800) índios tamoios. Men de Sá tinha, no
entanto, a vantagem de conhecer bem a posição dos franceses, graças às
informações prestadas pelo trânsfuga Jean de Cointa, Senhor de Bolés. Em 14 de
março, após receber os contingentes de
reforço da capitania de São Vicente, Men de Sá fez novo Conselho de Guerra e os capitães novamente foram contra o
ataque e sugeriram mandar uma intimação aos
franceses. Em 15 de março, Mem de Sá enviou um ultimato ao comandante do forte, Bois-le-Comte, exigindo sua rendição: era uma sexta-feira, pelas quatorze
horas. Bois-le-Compte respondeu que não lhe cabia julgar. A sua
obrigação era obedecer ao tio e chefe, afirmando a sua intenção de defesa da
praça.
"O Rei de Portugal, meu senhor, sabendo que
Villegaignon, vosso tio, lhe tinha usurpado esta terra, fez saber ao Rei da
França, o qual lhe respondeu que se cá estava lhe fizesse guerra e botasse
fora, porque não era por ordem dele. E posto que, aqui já se não encontra,
estais vós em seu lugar, a quem admoesto e requeiro da parte de Deus e de vosso
rei e do meu, que logo abandone a terra alheia a cujo é e que vos vades em paz,
sem querer, experimentar os danos que sucederão da falta." (Araújo,
vol. 1, pg. 10)
Ante a negativa, Men de Sá atacou no início da
tarde do próprio dia 15 e foi recebido da fortaleza de Villagagnon, com muitas
bombardadas. Bartolomeu de Vasconcelos
Cunha atacou
a fortaleza pelo lado leste com a artilharia de grosso calibre dos navios de
maior porte, entre os quais duas naos de alto bordo. Mem de Sá, indo pelo lado oeste da ilha, se
dirige ao litoral crivado de escolhos com os navios pequenos e as canoas cheias
de soldados e ataca a Colina das Palmeiras, onde os franceses haviam postado
uma grande guarnição de índios para a sua defesa, repelindo os esquadrões
portugueses. Entretanto, voltando as velas com vento propício as naus
portugueses dirigem-se à Colina das Palmeiras. O pardo Manoel Coutinho, Afonso
Martins Diabo e outros soldados nadam à noite até a ilha de Villegagnon e
escalam o forte por um ponto que parecia inacessível. Mem de Sá, à frente dos seus soldados e índios,
desembarca na ilha e os portugueses avançam pelo meio das rochas, escalam de um
salto a colina, e subindo o monte das
Palmeiras mostram-se de súbito a cavaleiro da fortaleza, e começam a atacá-la
por terra com grande vantagem pela posição que tomara. Assim que os portugueses ocupam os cimos da Colina das
Palmeiras, escavam fundas trincheiras. Imediatamente trazem das naus um falcão
(antiga arma de fogo ani-pessoal de cano longo, parente da columbrina) e o
instalam no cume, passando a atirar contra a cantaria das casas francesas. Um
navio português próximo também bombardeou a casa que acabou desabando. Os
Franceses fogem pelos penhascos escapando para a alta torre. Os portugueses se
precipitam da Colina das Palmas contra os fugitivos, ultrapassam as ruínas da
primeira casa e se arrojam contra a segunda colina. Ocupam a cisterna, defendendo-se
num parapeito de terra elevada. Ainda durante a noite, Mem de Sá mandou
fortificar as trincheiras, enchendo de pedra e terra grandes canastras tecidas
de vime flexível, contra as balas francesas. Os portugueses retiram das naus os
canhões, os arrastam e os colocam em postos escolhidos em uma ponta da ilha
erguendo em redor um parapeito de terra.
Os franceses e os tamoios, quasi cinco vezes mais numerosos, atacam os portugueses na Colina das Palmeiras ao amanhecer
e novamente pouco após o meio dia, mas são repelidos as duas vezes com pesadas
perdas. Na madrugada de 16 para 17 de
março de 1560, após 2 dias de encarniçados combates com numerosas perdas de ambos os lados, vendo-se os franceses e
tamoios com pouca água e pólvora e tendo a Colina das Palmeiras sido tomada já
pelos portugueses, que não cessavam de os combater, eles desistem da luta e abandonam o forte pelo lado leste, descendo os rochedos abruptos das janelas da fortaleza, por cordas muito longas e armadas de nós numerosos, e correndo a embarcar em canoas deixam a fortaleza indo para terra firme meter-se pelos matos, onde os índios amigos os
protegem. Os franceses e tamoios abandonaram na fuga
precipitada muita artilharia, pólvora e munições e barcos a remos; os
portugueses arrastam os numerosos canhões, munições e bens para as naus. Men de Sá no dia 17 de março, um domingo, arrasou até aos últimos fundamentos o forte e os bastiões e ajuntou
as toras enormes em altas fogueiras. No mesmo dia, em meio às comemorações de
vitória, foi celebrada a primeira missa na ilha. No ataque os portugueses consumiram quase toda a munição
existente, sobrando só a que cada um trazia consigo, e vários barcos foram
avariados. Foram feitos cerca de 100 prisioneiros pelos portugueses; do lado
lusitano houve 12 mortos e vários feridos.
Mem de Sá retornou a Salvador
em 03 de abril, sem deixar guarnição na Guanabara, de vez que não dispunha de
gente e nem de recursos para tal. Os defensores franceses que, entretanto,
conseguiram se evadir para o continente com o auxílio dos nativos, continuaram
nos meses seguintes, as suas atividades de comércio em terra firme. Os franceses que não foram mortos pelos índios
Maracajás foram resgatados por um navio que os apanhou na costa.
“18. Detreminei de hir em pesoa por mo sua
allteza mandar e fuj com muy pequena armada e pouqua jente ao menos do Reinno
que não trazia majs que jente do maar e no mejo do dia combaty contra vontade
dos darmada do reino e do seu capitão moor e dos mais capitães a fortaleza por
todas as partes que como ela estaua situada em um piquo alto no mejo da bahia
podião as naos e naujos serquar e posto que nos defendeo a emtrada com muitos
tiros dartelharia grosa que tinha say em terra e combatemos as duas fortalezas
que na Ilheta estauão feitas estando com majs de çento e vinte françezes e mill
e quinhentos yndios os quais duas vezes sairão a nos e pelejarão esforçadamente
e por morrerem muitos francezes e lhe teremos tomado huma fortaleza e não
cesaremos de combater a outra se sairão de noitee em canoas e nos deixarão huma
das majs fortes fortalezas da cristandade com muita e fermosa artelharia de
metall e outra muita de ferro coado com muita polluora e outras muitas moniçois
e naujos de remos que fazião para correr a costaa [...]” (Silva,
pg 134-135)
“[...] depois do dito governador
ser emformado do que pasaua no Rjo de Janeiro e como ho dito Villagalhão estaua
com ele muito forte detreminara djr ao dito Rjo como fora con huma armada que
do Reino viera em que vinha por capitão moor bertalomeu de vascogoumçellos [Bartolomeu
de Vasconcelos] e com a majs
gente e navjos que ele governador pode ajuntar que toda foi muy pouqua segundo
a fortalleza estaua forte porque narmada de portugall não vinha gente de peleja
somente capitães e gente do maar e com a dita armada que asy ele governador
leuara, chegara ao dito Rjo honde loguo serquara [cercara] a fortaleza por estar em huma jlha
mandando poer navjos por onde lhe podia vjr socorros dos Jndios e depois de asy
estaar no dito Rjo ele dito governador tiuera muitos conselhos com a gente que
comsiguo leuava e com outros homens homrrados que vierão de são Vicente sobre ho
cometer da fortaleza os quajs forão muitos e em todos foi acomselhado ao dito
governador asym por o capitão moor bertalomeu de vascogoumçellos como per todas
as majs pesoas nobres e de toda a calidade que elle não devia de cometer a dita
fortalleza com tampouquo poder como tinha por ela ser tam forte como hera e
pareçer que por nenhuma maneira se podia tomar nos quajs comselhos perseverarão
sempree ate o dia a noitee da bespora [véspera] que se ella tomou no qual elle
governador disera e desem guerra a todos que avia de cometer e que saise o que
noso senhor fose serujdo e o dito capitão moor lhe Requerera a elle governador
como pesoa primçipal da partee del Rey noso senhor que ele não cometese a tal
fortaleza porque estava serto a perdição da gente de deus millagrosamente a não
quisese salluar como a juizo e pareçer de todos que milhor ho emtendião pareçia
que seria asim / e vemdo todos que sem embargo do que ao dito governador tinhão
dito ele não quisera desistir do pareçer e detreminação que tinha de cometer a
dita fortaleza ho dito capitão moor como todos hos majs que presentes herão lhe
diserão que pois ele governador ho detreminava fazer demtodo em todo elles o
ajudarião ho milhor que pudesem como de feito fizeram e a outro dia depois
disto asentado o dito governador fora cometer a fortalleza com a gentee que
consyguo lleuaua salluo hos que ficarão nos navjos do Rejno que se poserão ao
rredor da fortalleza e depois de asym se entrarão que foi hum dia a tarde ho o
dito governador se posera nas Ilhaas das palmas onde se posera hum fallquão per
seu mandado com que se loguo começou a combater a fortalleza e como foi noite
ele governador com a gente se achegou majs a ella e na mesma noite mandara
tirar dos navjos artilheria e fazer estançjas de maneira que quando amanheçeo
tinha tudo muito bem comsertado e das estançias que se fizeram se fazia muito
nojo a fortalleza por estarem jaa muito perto della e no mesmo dia sairão os
framcezes com muito gentjo a pelejar com os portugueses os quajs portugueses
fizerão tornar a Recolher os francezes as suas estançias com muito dano delles
e dos Jndyos como sempre fizerão ate que hos francezes llargarão a dita
fortallezas e se embarcarão pera a terra firme / na qual fortalleza se achou
muita e boa artelharia de metall e ferro coado com muita monição e polluora
e muitos mantimentos e outras muitas cousas [...]”. (Silva, pg 141-142)
“E foi recebido da fortaleza de
Viragalham, que neste tempo era ido a França, com muitas bombardadas, o que não
foi bastante para Mem de Sá deixar de se chegar à fortaleza com os navios de
maior porte a varejar com artilharia grossa; e com os navios pequenos mandou
desembarcar a gente em uma ponta da ilha, onde mandou assestar artilharia,
donde bateram a fortaleza rijamente. E como os franceses se viram apertados
despejaram o castelo e fortaleza uma noite; e lançaram-se na terra firme com o
gentio tamoio, que os favorecia muito; e entrada a fortaleza, mandou o
governador recolher a artilharia e munições de guerra, que nela havia; [...]” (Souza, cap LIII, pg. 94-95)
“Em quanto os navios, entre os quaes
duas náos de alto bordo, bombardeavam a fortaleza, Mem de Sá, á frente dos seus
soldados e indios, desembarca na ilha pelo lado que olha para a cidade, de que
elle sete annos mais tarde foi o fundador, e subindo o monte das Palmeiras
(destruído no século decimo oitavo) mostrou-se de súbito a cavalleiro da
fortaleza, e começou a ataca-la por terra com grande vantagem pela posição que
tomára. O inimigo, quasi cinco vezes mais numeroso, oppoz resistencia tenaz e
veio tomar-lhe o passo : de parte a parte houve como que disputa em primazia de
bravura; Mem de Sá, porém varria a fortaleza com as balas de pequenas boccas de
fogo e, descendo do monte, fuzilava os francezes e tamoyos que se arrojavam a
aproximar-se e a travar peleja com a sua força. Os tamoyos recuaram e fugiram e
os francezes emfin desanimados correram a embarcar em canoas que tinham, e em
precipite retirada escaparam, indo para o muito proximo continente metter-se
pelos mattos, onde os indios amigos os dirigiram e protegeram.” (Macedo, 1877, pg. 154, 155)
“Distribuídas as ordens competentes ao ataque ,
dirigiu-se o alvo à Ilha de Villegaignon , fortificada à preceito, e sem obstar
o fogo excessivo, que sobr' as nossas embarcaçoens d' ali faziam os contrários
, no dia 15 de Março ganhou Sá a terra, onde assentada grossa artilharia, com
os seus tiros bateu o Forte por dous dias , e duas noites continuas. Como
trabalhasse a bateria sem produzir os effeitos premeditados , conservando-se a
praça livre de estragos, que o mar por fosso, e as rochas por muralhas
defendiam ; animou o Capitaõ a sua gente, à cuja diligencia deveu em breve
tempo a posse do monte , chamado das Palmeiras; e disparando dali sobr'os
inimigos copioso fogo , viu desaparecer quantos defendiam o lugar. Ficando
entaõ aos Conquistadores occasiaõ opportuna de averiguar a Enseiada ,
entretanto que os Conquistados , precipitados das muralhas , e cobertos de
horror , procuravam salvar as vidas nas Canoas , e de novo habitar as brenhas ;
arrasaram as lavouras , e fabricas já construidas, para que delias naõ se
aproveitassem os mesmos inimigos ahi situados haviam quatro annos. ... depois
de demolir a fortificação, fez conduzir ao bordo dos seus navios os petrechos ,
e artilharia dos inimigos , como despojos ganhados com tanta gloria.
Desaferrando do Rio com toda armada, surgio em S. Vicente no dia ultimo do mez
de Março [...]” (Araújo, vol. 1, pg. 11-12)
“Quando o Capitão-Mór, e os mais da Armada viram
a Fortaleza a sua fortaleza, a aspereza do sitio, a muita artilharia e gente
que tinha, a todos pareceu que todo o trabalho hera de balde, e como prudentes
arreceavam de cometer cousa tam forte com tam pouca gente. Requererem me que
lhes escrevesse primeiro uma Carta , e os amoestasse que deixassem a terra ,
pois hera de V. A. Eu lhes escrevi , me responderam soberbamente. Prouve a
Nosso Senhor que nos determinamos de a combater, e a combatemos por mar por todas
as partes uma sexta feira quinze dias de Março , e naquelle dia entramos a Ilha
honde a Fortaleza estava posta , e todo aquelle dia e o outro pelejamos sem
descançar de dia nem de noite , até que Nosso Senhor foi servido de a entrarmos
com muita victoria , e morte dos contrários, e dos nossos poucos; e se esta
victoria me naõ tocára tanto poderá afirmar a V. A. que ha muitos annos que
senaõ fez outra tal entre Christaons. Porque suposto que vy muito , e ly menos
a my me parece que senaõ viu outra Fortaleza tam forte no mundo. Havia nella
setenta e quatro Francezes ao tempo que negociei , e alguns escravos , depois
entraram mais de quarenta dos da Náo [capturada] e outros que andavam em terra e havia
muito mais de mil homens dos do gentio da terra tudo gente escolhida e tam bons
espingardeiros como os Francezes , e nos seriamos cento e vinte homens
Portuguezes e cento e quarenta dos do Gentio os mais desarmados , e com pouca
vontade de pellejar a armada trazia desoito Soldados nossos que nunca viram
pelleijar.” (Araújo, vol. 1, pg. 12-14)
Em 6 de fevereiro de 1564,
Estácio de Sá chega ao Rio de Janeiro para expulsar definitivamente os
franceses. Ele decidiu montar sua base
inicial na ilha abandonada de Villegagnon, desembarcando perto do antigo forte
e fazendo construir algumas palhoças, onde durante dois meses ficou praticamente assediado pelos
franceses e tamoios. A 30 de março, com falta de água e víveres eles reembarcam
para São Vicente.
Em 31 de março, sexta-feira
santa, à meia noite, Nóbrega e Anchieta, vindos de São Vicente, desembarcam na
ilha de Villegagnon. São cercados pelos tamoios, mas são salvos pelo retorno da
esquadra de Estácio de Sá. No domingo de Páscoa, Nóbrega celebrou missa na Ilha
de Villegaignon. Estácio, Anchieta e Nóbrega retornam para São Vicente, a fim
de reunir reforços e provisões e reparar os navios.
Em 1569 o governador Salvador Correa de Sá dá a
ilha em sesmaria a Antônio Marins. Este, posteriormente, deu a ilha a Dona
Isabel que depois a passou aos Jesuítas, que a usavam com estação de recreio,
mas em 1619 passou a servir para quarentena de navios com suspeita de varíola.
“[Em 1619] Para
evitar a disseminação da varíola, a Câmara do Rio, resolveu instituir a
quarentena para os navios que chegassem ao pôrto com casos suspeitos. Para esse
fim foi designada a Ilha de Villegagnon que passou a ser conhecida como Degrêdo
das Bexigas [...] Os
Jesuítas que estavam na posse da ilha, cederam-na à Câmara para esse fim.”
(Coaracy, pg. 50)
Em1696, foi iniciada a
construção de uma bateria em uma das pontas da ilha, por iniciativa do
governador da capitania do Rio de Janeiro, Sebastião de Castro
Caldas (1695-1697); a obra terminou em março de 1705.
“Com estes soccorros fez Caldas construir algumas
obras úteis nas Fortalezas de Gravatá , Villegaignon , e de Santa Cruz , onde
continuou as fortificaçoens principiadas à trabalhar por Sande , em cumprimento
da C. R. [Carta Régia] de
6 de Novembro do mesmo anno 1696 ; e na Pedra do Pórtico d'essa Praça se lê a
inscripçaõ , que ainda deixa perceber o seu nome , e a Era , em que se ultimou
a obra , à pesar de consumidas muitas letras das gravadas em quatro linhas.” (Araújo, vol. 4, pg. 64)
“Pela Carta Regia de 8 de Novembro de 1696,
encomendou El-Rei ao novo Governador désse mui exacta informação a respeito das
fortificações que a requerimento dos habitantes levántara e fizera o seu
antecessor Sebastião de Castro Caldas, a saber huma na Ponta na Ilha do
Villegaignon, e outra na Ponta do Caraguetá[Gragoatá, Niterói], e na terra-firme, para as quaes lhe
offerecerão em acto de Camaraoitomil cruzados para que examinasse; e
descrevesse o seu-estado, mandando continuar as suasobras, por se reconhecerem
da ultima importancia;e quando não bastasse aquelle subsidio voluntariodos oito
mil cruzados mandasse avaliare orçar em que mais poderia importar a sua
despeza,dando conta para proporcionar os meios dasua absoluta perfeição.” (Lisboa, vol. 5, pg. 159)
Em 20 de agosto de 1702,
o Governador D. Álvaro da Silveira e Albuquerque (1702-1704) enviou a Portugal
carta intitulada Relação do
Estado em q achei as Fortificações do Rio de Janeyro neste anno de 1702.
Neste documento, o governador, dentre vários outros assuntos, relatou como
estava fortificada a Ilha de Villegagnon:
“Na ilha do Virgalan achei hua Bateria de q este
anno se fez continuada de outra mais antiga esta capaz de 5 ~ peças , e aqqella
de 16 e não tem no Rio de Janeyro hoje fortaleza mais capaz, nem mais
importante p. a a defensa da entrada da barra, a qual estâ já com 16 ~ peças
montadas, e m.to bem preparada para qualquer ocazião q se oferecer: nella se
fica fazendo armazém para, e quartéis p.ª os Soldados, e se lhe podem por
seis peças de artilheria.”
Em 1704, a Fortaleza
possuía 16 peças de canhões montadas e mais três que se poderia montar. Em 12
de setembro de 1711, durante a invasão francesa de René Duguay-Trouin ao Rio de
Janeiro, a fortaleza de Villegagnon, comandada pelo capitão Manuel Ferreira
Estrela, que contava com 20 peças, das quais duas de calibre 56, combateu
contra os navios franceses, mas o paiol de pólvora foi atingido e explodiu,
destruindo o forte. Na explosão pereceram os Capitães Manuel Ferreira Estrela,
João Pinto de Castro Morais, e outro, de artilharia, além de 30 inferiores e
soldados, ficando feridos muitos oficiais e praças. Nesta época o forte
encontrava-se artilhada com vinte peças de diferentes calibres.
“Ao cabo de meia hora já nos [os franceses] encontrávamos dentro da baía com
todos os nossos navios, tendo, então, por travé a ilha da Boa-Viagem, contra a
qual atirávamos, talqualmente como com a fortaleza de Villegaignon, de 20
canhões. Foi senão quando esta explodiu, saltando aos ares, em virtude de um
acidente para nós desconhecido, com todo o seu efetivo, no qual se incluíam
três capitães portuguêses.” (De
Lagrange, pg. 54)
“Em uma dessas ilhas, a chamada Villegagnon, do
nome de um aventureiro francês que nela se fortificou há 100 anos, existe um
respeitável forte, armado com 20 bocas de fogo, dentre as quais duas de 56.
Ignoramos se foram realmente nossos projéteis a causa de ter ela saltado aos
ares, se devido a ter a pólvora se incendiado, ou se foram, os próprios
portugueses, que, por incúria, isso provocaram. Como quer que fosse o caso é
que o comandante, 2 capitães e 50 soldados aí pereceram, desgraçadamente.” (De Lagrange, pg. 57)
“Já no dia 12 do mesmo mez a Armada se achava
surta na Enseiada, junto à Armação das Baleas , entr' ella , e a Ilha das
Cobras , principiando-se na tarde do mesmo dia os ataques contra a Cidade. O
fogo do inimigo , ou o nosso , incendiou a Casa da pólvora da fortaleza de
Villegaignon , onde acabaram desastradamente alguns Officiaes de préstimo , de
valor , e de honra , com soldados semelhantes, todos dignos de melhor sorte [...]” (Araújo, vol. 1, pg. 47)
“Com effeito, entrando a Esquadra inimiga,
somente se achárão, tres artilheiros na Fortaleza de Santa Cruz, e
semelhantemente na demais, á excepção da de Villegaignon, que, supposto
estivesse disposta á impedir a entrada aos Navios. Francezes, desgraçadamente o
não pôde fazer, ateando-se o foge ao, Armazem da polvora, que voára pelos ares,
perecendo naquella explosão dous Capitães, hum delles filho do Governador,e
outras pessoas, dignas de melhor sorte.” (Lisboa, vol. 5, pg. 320)
O forte foi reconstruído logo em
seguida. O engenheiro militar francês João Massé, incumbido de planificar as
fortificações das principais praças do Brasil, em seu relatório datado de maio
de 1714, concluiu que as baterias instaladas na ilha de Villegagnon
encontravam-se em ótimo sítio, necessitando, porém, igualar-se o terreno por
dentro e engrossar os parapeitos até 12 ou 15 palmos [2,6 a 3,3m]. Em 1718, o
Governador do Rio de Janeiro, Antônio de Brito Freire de Menezes (1717-1719),
em comunicado enviado ao Rei de Portugal, relatou que a Ilha de Villegagnon
estava armada com 20 canhões.
“[...] conta sob a fortificação e
artilharia e mais fortalezas da praça e armazens do Rio de Jantiro, enviada
pelo governador Antonio de Britto Meneses, o qual dizia em data de 2 de Março:
...Por este importante documento vemos ainda que: em 1718 as differentes
fortalezas estavam guarnecidas do seguinte modo: [...] Villegagnon,
24 [...]” (Fazenda, pg. 339-340)
Em 1730, o forte possuía um total de 17 canhões
de ferro. O governador do Rio de Janeiro Gomes Freire de Andrade (1733-1763)
iniciou em 1761 a construção de um forte de maiores dimensões, sob a invocação
de Forte São Francisco Xavier de Villegagnon. Para comportá-la, iniciou a
demolição o morro das Palmeiras, sendo utilizados nos trabalhos da fortaleza a
mão-de-obra de cinquenta quilombolas capturados no sertão de Goiás. Foi
nomeado para comandante do forte o capitão João Cerqueira.
“Em 1761, Gomes Freire mandou arrazar o monte das
Palmeiras, que ali havia, para ganhar espaço sobre o mar e edificar o forte de
São Francisco Xavier, em cujo trabalho empregou 50 quilombolas submettidos em
Goiaz.” (Souza, pg. 106-107)
Novas obras foram propostas pelo Brigadeiro
Engenheiro Jacques Funck, que se iniciaram, durante o governo do Conde da
Cunha (1763-1767), o qual avançou na demolição da elevação central e dois
pequenos outeiros das extremidades.
“[...] a de Villegaignon (sobre cuja
reforma havia Gomes Freire remetido á Corte uma Planta, e por carta do
Secretario de Estado de 22 de Novembro de 1761 foi ordenado , que demolido o
monte que encobria a maior parte das praias da Ilha pela banda da terra , se
continuasse a Bataria em circulo da mesma Fortaleza ) principiou igualmente à
ser beneficiada com a destruição do Serro.” (Araújo, vol. 5, pg. 177-178)
Por determinação do Marquês de Pombal, o
Marechal-de-Campo do Corpo de Engenheiros Dom Miguel Ângelo Blasco fez, em
1767, um relatório sobre as fortificações da cidade do Rio de Janeiro.
“A sua fortificação [de Villegaignon] na ponta do Norte era defeituosa
por pequena porque um alto penhasco que lhe era imediato não lhe deu maior
lugar porém o Exmo. Snr. Conde de Bobadela [Gomes
Freire de Andrade] concebeu
contra a expectação quase com suma felicidade e pouca despesa o grande projeto de
aplainar tão alto monte de pedras. Concluída era prodigiosa obra que sem
lisonja pode considerar-se como uma dos antigos Romanos [...]” (Miguel Ângelo Blasco,
1767)
Em 1772, foram realizados pequenos reparos nas
instalações do forte na ilha de Villegagnon. Somente em 1775 é que, por ordem
do Marquês do Lavradio (1769-1778), com projeto idealizado pelo Brigadeiro
Engenheiro Jacques Funck, foi iniciada a construção de uma fortaleza na Ilha de
Villegagnon que foi batizada pelo marquês com nome de Nossa Senhora da
Conceição de Villegagnon. Para que se pudesse instalar uma bateria em círculo,
aplainou-se a ilha, demolindo-se mais ainda a elevação central e os dois
pequenos outeiros das extremidades que apesar do esforço do Conde de Bobadela e
do Conde da Cunha ainda não estavam totalmente arrasados; nesta época, também,
construíram nela uma cisterna.
"Ao mesmo tempo passei a fortificar a ilha de
Villegagnon, aonde não havia mais que um pequeno e mal construído reduto,
dentro do qual não se tinha feito lugar para recolher quatro barris de pólvora:
esta estava em um mau telheiro da ilha, fora dos muros do reduto; ali estavam
também uma casas de pau-a-pique e telha vã, que servia de
armazém para recolher as munições e de quartéis para a tropa, as quais ainda V.
Exa. as verá, observando que os que estão melhor construídos são os que eu fiz
de novo, para poderem servir enquanto não se acabaram os da fortaleza. Era
aquela ilha cheia de serras com bastante altura, umas de pedra, outras de
piçarro, e algumas de terra, as quais encobriam a maior parte das praias da
ilha que ficavam da banda da terra, de sorte que o inimigo podia desembarcar,
sem que do reduto se lhe pudesse fazer dano, e fazer-se senhor de todos os
armazéns, quartéis e munições, sem ser praticável nenhuma resistência, o que
bastaria para se entregar o reduto, sem custar aos inimigos o trabalho de um
tiro de espingarda. Mandei arrasar todas aquelas serras, puxei a fortaleza
aquela extensão e regularidade que devera ter, construí dentro dela os quartéis
e armazéns, corpos de guarda, depósito de pólvora, e tudo o mais de que ela
precisava; separei a fortaleza por um fosso, ou abertura que lhe fiz; este
ainda não se acha de todo concluído, assim como a cisterna, em que atualmente
se trabalha. Esta mesma fortaleza ainda precisa do benefício de V. Exa., porque
os parapeitos não estão acabados, e falta-lhe algumas outras pequenas coisas,
que dentro em muito breve se podem concluir." (Relatório
do Marquês de Lavradio, 19 de Junho de 1779 in RIHGB, Tomo IV,
1842, pg. 426-427)
“[...] de forma que a sua antiga Bateria
foi fechada da banda da Ilha, com polígono do comprimento de 70 braças [77m], que forma dois meios
baluartes e uma cortina e que se junta na parte de Leste e do Oeste por outras
muralhas novas, as da antiga bateria, e no meio deste forte foi construído um
Cavaleiro de 30 palmos [6,6m] alto, com repartimentos por baixo
dele, tudo junto em huma figura a mais irregular [...]” (Jacques
Funck, 1781)
“Continuando á demolir o serro da Fortaleza de
Villegaignon , que encobria a maior parte das praias d'essa Ilha para a banda
da Cidade , estendeu o terrenno ás extremidades: e não havendo alli mais obras
, que um pequeno reducto , dentro do qual apenas se conservava um lugar curto
para quatro barris de pólvora , telheiros para Quartéis , Almazens , Corpos de
guarda , Depósitos de pólvora, abriu-lhe uma Cisterna, e fez levantar outras
obras , segurando a Ilha por um fosso , que a separa da Fortaleza.” (Araújo, vol. 5, pg. 192-193)
Na Devassa sobre
a Inconfidência Mineira (1789-1792), ficou preso na Fortaleza de
Villegagnon José Álvares Maciel até seu degredo para o interior
de Angola.
Em 1822, a Ilha de
Villegagnon passou a pertencer ao Ministério da Marinha. Durante as agitações
do Período Regencial (1831-1840), juntamente com a Fortaleza de
São José da Ilha das Cobras foi palco da sedição do Major Miguel de Frias
e Vasconcelos, que sublevando a guarnição (3 de Abril de 1832) e os
detentos, fez prender o seu comandante. Investindo em seguida sobre
a Fortaleza de Santa Cruz da Barra, sublevou também esta guarnição, de
onde retirou uma peça de artilharia com que desembarcou na praia de Botafogo.
Acompanhado de pessoas que aderiram ao movimento, alcançou o Campo de
Santana, onde políticos o aguardavam para uma proclamação da República. Cercado
pelas tropas de Francisco de Lima e Silva, pai do futuro Duque de
Caxias, que sufocou o movimento, o Major Frias foi detido nos calabouços da
ilha de Villegagnon. Em 1838, a fortaleza encontrava-se guarnecida por um
Major, dois 2º Tenentes, um Alferes, um Capelão e 303 praças, estando artilhada
com trinta e quatro peças de diferentes calibres. Em 3 de dezembro de 1843,
passou a ser utilizado como quartel do Corpo de Imperiais Marinheiros, papel
que desempenhou até a proclamação da República.
Para a realização de
exercícios para marinhagem, foram instalados dois mastros, em 1844, na ponta da
ponte e construída uma bateria de madeira imitando um costado de navio, com
quatro peças para realização de exercícios iguais aos realizados a bordo. Sob a
direção de uma comissão criada por aviso de 6 de setembro do corrente ano, foi
construída outra bateria, semelhante à primeira, para serem montados canhões de
grosso calibre, bem como o canhão Paixhans. Na Ilha de Villegagnon também
existia montada uma oficina de espingardeiro e serralheiro, a qual não só se
destinou a consertar o armamento do corpo, mas muito do que estava quase
inutilizado nos armazéns da Marinha.
“1 Fortaleza composta
de duas muralhas, alta e baixa, de 36 guaritas, 39 canhoneiras, duas cisternas,
um tanque de cantaria, uma casa forte para o paiol da pólvora, quartéis e uma
prisão. 1 capella de paredes mestras com sacristia ao lado , dentro da
fortaleza de Willegagnon. É onde se celebra os actos religiosos. 1 casa térrea
fora da fortaleza. É a residência do commandante do corpo de imperiais
marinheiros. Concessão gratuita. 1 dita. Idem. Reside n´ella o 2° commandante
do dito corpo. Concessão gratuita. 1 dita. Fora da fortaleza. Existe n´ella a
oficina de serralheiros do mesmo corpo. 1 talheiro sobre pilaraes. Próximo a
praia. Serve de depósito dos tanques d´água.” Três casas fora da fortaleza
ocupadas pelo corpo de imperiais marinheiros. “1 talheiro de paredes de
tijolos. Junto a muralha da fortaleza. 1 casa térrea. Junto ao portão da
fortaleza. Serve de cozinha do corpo.” (relação dos próprios nacionais,
anexa ao relatório do Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Marinha,
de 1864)
Após a Guerra do
Paraguai, a fortaleza foi armada com pesados canhões Armstrong de carregar pela
boca; foram instalados também um Armstrong de 7”(178mm), o eclipse. Esse canhão
se abaixava depois do disparo, ficando oculto pelo parapeito. Em 12 de abril de
1870, foi mandado construir um grande edifício de pedra e cal com cinco faces,
que passou a ser ocupado pelo segundo comandante, oficiais, secretarias,
enfermaria, boticas e os pavimentos térreos por diversos depósitos, paiol de
fardamento e moradia de inferiores. A obra custou cento e quarenta contos de
réis. Em 1876, foram inauguradas, na presença da Princesa Imperial Regente, as
obras de melhoramentos que foram introduzidos na ilha, dentre elas destacou-se
o revestimento de pedra da grande muralha externa. Foi colocada também uma
coluna, tendo na parte superior um florão e uma coroa que repousava num
pedestal em cujas quatro faces achava-se gravado do lado norte: Inaugurado no ano de 1876; – do
lado do poente: Ao General
Salvador José Maciel criador do Corpo de II Mmos, em 1836; – do lado sul: Tributo de reconhecimento da
corporação armada; – do lado nascente: Ao
Senador Visconde de Albuquerque, criador da 1ª Companhia de Aprendizes
Marinheiros em 1840. Em 1880
sua artilharia era composta de cinquenta e quatro peças Em 1882, a fortaleza
contava com 5 canhões Armstrong de calibre 400 (254 mm), seis de calibre 300
(229 mm), além do Armstrong de 7”(178mm) (o anteriormente citado eclipse). A
fortaleza foi reformada em 1883.
“Está collocada em bella posição sobre o
canal, podendo bater os navios desde que tentão a entrada deste ; e com sua
artilharia póde defender as praias de um e outro lado da baía. Monta
presentemente 54 canhões, que são guarnecidos pelo corpo de Imperiais
marinheiros ahi aquartelados. Junto a essa fortaleza é, que as embarcações,
devem esperar as visitas da polícia, da saúde e da alfândega, bem como
estacionão antes de demandar a sahida da barra.” (Souza, pg. 107)
Em 9 de Outubro 1893, a
fortaleza aderiu aos revoltosos da Revolta
da Armada (1893-1894), trocando tiros quase que diáriamente com a
Fortaleza de Santa Cruz, o Forte da Laje, o Forte do Pico e
o Forte de Gragoatá. Dela também se atirava contra as baterias do Arsenal
de Guerra na Ponta do Calabouço. Os canhões, de parte a parte, jamais
silenciaram, alongando-se a revolta até o mês de março de 1894. Às 12 horas
desse dia Villegagnon não mais respondeu ao fogo dos canhões de Floriano, e às
17 horas os rebocadores Grafic, Audaz e Quinze de Novembro envolviam a o forte
aniquilado. Logo a seguir, procedeu-se ao desembarque das tropas, através dos
fios elétricos que circundavam a ilha, ligados a minas e ao paiol de pólvora.
Um jovem, rápido, subiu ao mastro grande, e dali retirou, vencida, a bandeira
branca da revolução. A esquadra legal, comandada pelo Almirante Veríssimo
Francisco Gonçalves e composta dos navios Niterói, Itaipu, Gustavo Sampaio,
Andrada e São Salvador, salvou a terra. Severamente danificada, foi transferida
para o Ministério da Guerra (Decreto 1.697 de 25 de
Abril de 1894), e devolvida ao Ministério da Marinha (Decreto 1.939,
de 15 de Janeiro de 1895). Procedidos os reparos de que carecia,
nela continuou aquartelado o agora denominado Corpo de Marinheiros
Nacionais.
Em 1903, a iluminação na Ilha de Villegagnon já
estava sendo feita por meio de eletricidade e algumas obras de melhoria foram
realizadas, inclusive com recursos do próprio Corpo de Marinheiros Nacionais.
Nos anos seguintes, os relatórios dos ministros da Marinha alertaram as
autoridades para as condições ruins em que se encontravam as instalações da
ilha, havendo a necessidade premente de construções de prédios, principalmente
para alojar o pessoal. Sendo Ministro da Marinha o Almirante Protógenes
Pereira Guimarães, determinou-se erguer sobre as suas muralhas as
novas instalações da Escola Naval, cujas obras se iniciaram em 1935 e se
inaugurou a 11 de Junho de 1938. Com o início da obra, o Corpo
de Marinheiros Nacionais foi transferido para outra sede. Durante as obras de
construção das novas instalações procurou-se respeitar e realçar a parte
histórica da ilha, conservando intacto seu contorno e deixando as muralhas mais
livres, o que emprestava às novas edificações um aspecto monumental. A escola
ficou localizada na parte mais alta onde ficava a antiga fortaleza. Na parte
mais baixa foi conservada e aumentada a praça de manobras e de atletismo. A
comunicação entre os edifícios da administração e a escola era feita através do
túnel histórico (atualmente preservado) que dava acesso à antiga fortaleza,
construída em 1775, onde em frente foi colocado o núcleo de Esportes e
Solenidades.
3 – Descrição:
A fortaleza de Forte
São Francisco Xavier de Villegagnon ocupava a zona alta ao norte da Ilha de
Villegagnon. Ela tinha a forma de um polígono irregular, com 2 andares e
comprimento de cerca de 77m. A ponta noroeste era mais estreita e a sudeste
mais alargada com dois baluartes nos vértices
protegendo o portão de acesso no meio. A fortaleza composta de duas muralhas,
alta e baixa, contendo ameias, 36
guaritas e 39 canhoneiras. O acesso à fortaleza era feito por um túnel de
aproximadamente 15 metros de extensão, onde ficavam localizados os quartéis e
as prisões subterrâneas. O túnel possuía na extremidade exterior um portão que
isolava a fortaleza da parte baixa da ilha. O belo portão ficava na face
sudeste e tinha a forma de um arco, tendo de cada lado uma coluna de cantaria e
no topo um frontão em arco. Embaixo da arquitrave do portão ficava a seguinte
inscrição: “Fortaleza de N. Snra da Conceicam do Vilagalhon principiada em
1775 reinando o S D Ioze I° sendo Vice Rey e Capitam Gna de Mar e Terra dos
Estados do Brazil o Illustrissimo e Exselentissimo S D Luiz de Almeida Portugal
2° Marquez de Lavradio do Cons° de S Mge e Tene Gna de seus Exercitos
Concelheiro de Guerra”. A
capela de Nossa Senhora da Conceição ficava no centro da fortaleza, acima do
castelo de aproximadamente 5m; possuía uma sacristia
ao lado. A fortaleza também possuía duas cisternas, um tanque de cantaria, uma
casa forte para o paiol da pólvora, quartéis e uma prisão. Fora da fortaleza
havia várias construções: a casa térrea do Comandante; a casa térrea do Subcomandante;
a oficina de serralheiros do Corpo de Marinheiros; a Cozinha do Corpo de
Marinheiros, junto ao portão da fortaleza; 3 casas ocupadas pelo Corpo de
Marinheiros; depósitos. Atualmente restam partes da muralha o portão e o túnel,
formando parte do complexo da Escola Naval.
4 – Visitação:
Atualmente funciona aí a Escola Naval, unidade militar que
forma os oficiais da marinha de guerra do Brasil. A visitação é restrita. O
forte de São Francisco Xavier foi demolido entre 1935-1938, sobrando apenas o
portão de entrada.
5 – Bibliografia:
THEVET, André. Les
singularités de la France Antarctique. Paris: Chez les héritiers de Maurice
de La Porte, 1558.
ANCHIETA, José de. De gestis Mendi de Saa. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional,
1958. (Original de 1563)
SILVA, Fernão da. Instrumento dos Serviços de Men de
Sá. 1570 (Anais da Biblioteca Nacional, vol XXVII, pg. 129-218, 1905)
THEVET, André. La
Cosmographie Univeselle d’André Thevet, Cosmographe du Roi. 2 vol. Paris:
Chez Pierre L’Huillier, 1575.
LÉRY, Jean de. Viagem
à Terra do Brasil. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1972.
(Original de 1578)
SOUZA, Gabriel Soares de. Tratado Descriptivo do Brazil em
1587. 3ª ed. Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional, 1938.
SALVADOR, Vicente. História do Brazil. Rio de
Janeiro: Fundação da Bibliotheca Nacional, 1889. (Original de 1627)
DE LAGRANGE, Louis Chancel. A tomada do Rio de Janeiro em 1711
por Duguay-Trouin. Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1967.
ARAÚJO, José de Souza Azevedo
Pizarro e. Memórias Históricas
do Rio de Janeiro e das Províncias anexas à Jurisdição do Vice-Rei do Estado do
Brasil, vol. 1. Rio de Janeiro: Impressão Régia, 1820.
LISBOA, Balthasar da Silva. Annaes do Rio de Janeiro. Vol.
1 e 5. Rio de Janeiro: Seignot-Plancher e cia, 1834.
SOUZA, Augusto Fausto de. Fortificações
no Brazil. RIHGB, vol 48, 1885
VARNHAGEN, Frederico Adolfo. Historia geral do Brazil. vol 1. 2ª ed. Rio de Janeiro: Casa E.
e H. Laemmert, 1877.
FAZENDA, José Vieira. Antiqualha e
memorias do Rio. RIHGB, vol.
140, 1921.
COARACY, Vivaldo. Memória da Cidade do
Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1955.
COARACY, Vivaldo. O Rio de Janeiro do Século XVII.
Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1965
CRULS, Gastão. Aparência do Rio de
Janeiro. 3ª ed. Rio
de Janeiro: José Olympio Editora, 1965.
FERREZ, Gilberto. Organização da Defesa:
Fortificações. RIHGB, vol. 288, 1970.
VERÍSSIMO, Inácio José. História militar do Rio de Janeiro
nos séculos XVI e XVII. RIHGB, vol. 288, 1970.
FRAGOSO, Augusto Tasso. Os Franceses no Rio de Janeiro.
3ª ed. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 2004.
GUIMARÃES, Ricardo dos Santos. Construções históricas da Ilha de
Villegagnon. NAVIGATOR nº 2/2005 (Art. 1)
http://www.riodejaneiroaqui.com/portugues/h16-tomada-forte-villegaignon.html
https://frags.wiki/index.php?title=Ilha_de_Villegagnon
Veja também neste blog: França Antártica I e II
https://frags.wiki/index.php?title=Ilha_de_Villegagnon
Veja também neste blog: França Antártica I e II
Villegagnon Island: Brazil, State of Rio de Janeiro, City of Rio de Janeiro. Bay of Guanabara.
It is an island in the Bay of Guanabara, close to downtown Rio de Janeiro. In 1555, the french officer Nicolas Durand de
Villegagnon arrived with french troops to create the Antartic France. The island was it's main fortress, where was erected Fort Colligny. The portuguese governor of Brasil, Men de Sá, attacked in 1560 and destroied the fortress. Later it was reconstructed by the portuguese and became in the middle of eighteenth century Fortress of Saint Francis Xavier. In the last half of that century, the fortress was reformed and expanded and became the Fortress of Our Lady of Conception. In 1893-1894 it take part with the rebels in the Revolt of the Navy, against the president Marshal Floriano Peixoto; the fortress was severely damaged. In 1935-138, the fortress was partially demolished and was created over its basements the Naval School, which until today is responsible for formation of Naval Officers of Brasilian War Navy.
Fortaleza de São Francisco Xavier
|
Fortaleza de São Francisco Xavier, 1893-1894. A foto mostra a destruição do forte durante a revolta da armada. |
Fortaleza de São Francisco Xavier, 1893-1895. A foto mostra a destruição do forte durante a revolta da armada.
|
Fortaleza de São Francisco Xavier. Canhão, Juan Gutierrez, 1894. A foto foi tirada durante a Revolta da Armada e mostra a bateria circular.
|
Fortaleza de São Francisco Xavier. Canhão, 1894. A foto foi tirada durante a Revolta da Armada e mostra a os canhões e as ruínas |
Fortaleza de São Francisco Xavier. Canhões, 1898 |
Fortaleza de São Francisco Xavier.
|
Ilha de Villegagnon. Construção da Escola Naval, 1935-1938
|
Ilha de Villegagnon com a Escola Naval. No lado direito (Norte) os prédios da Escola sobre o local da antiga Fortaleza de São Francisco Xavier |
Portão da fortaleza. Ao fundo a Escola Naval. observe que em cima do arco do portão está a inscrição |
Trabalho excelente, conclusivo. Nec plus ultra.
ResponderExcluirEsplêndido trabalho, muito obrigado. Segue link para mais uma ilustração: https://www.rmg.co.uk/collections/objects/rmgc-object-110227
ResponderExcluir